Capítulo três

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Eles fizeram um almoço familiar no quinto mês.

Sozinho, Louis dirigiu cerca de duas horas até o aeroporto de Atlanta, enchendo sua caminhonete com suas irmãs enquanto a família de Harry tomava um táxi para casa. Eles viviam em Anniston, uma cidadezinha com um pouco mais de vinte e três mil habitantes no estado do Alabama.

Pelo menos uma vez por semana Harry segurava sua família no telefone, contando todas as fofocas mais quentes da vizinhança. Sua irmã Gemma morava em Londres, com mamãe e papai – e Harry era foi o único a sair muito cedo de casa, em busca do sonho de se tornar um escritor de sucesso.

Agora ele possuía uma coluna só sua no New York Times, escrevendo seus romances mais malucos. E seus livros estavam nas maiores livrarias do país.

Mas seus pais ainda não sabiam que ele estava carregando um bebê, nem as irmãs de Louis.

De modo que, quando Charlotte o encontrou na cozinha naquela tarde, enquanto Harry caçava distraidamente sua barriga de cinco meses e assistia as batatas cozinharem, ela gritou. Gritou muito. Então desmaiou.

Ohh Jesus, garota – Louis murmurou quando ela abriu os olhos, tempos depois. Ele tentou esconder, mas Harry sabia que ele estava aliviado – Você está maluca?

— Há uma melancia na barriga do Hazza – Charlotte balbuciou debilmente.

Fizzy riu, balançando a cabeça divertidamente. Desde que a mãe de Louis morreu anos atrás, e Mark havia partido no ano passado, elas e Louis eram os únicos a cuidarem da família – incluindo das meninas menores, Daisy e Phoebe.

— Ele não engoliu uma melancia, Lots – Louis resmungou, contorcendo os lábios para conter o sorriso – Estamos tendo um bebê.

Charlotte respirou fundo, fechando os olhos dramaticamente ao balbuciar: — Jesus, eu sou nova demais para ser tia.

Quando os pais de Harry chegaram mais tarde naquele dia, junto de sua irmã mais velha, Gemma, eles o abraçaram com lágrimas gordas em seus olhos. Anne e Desmond, tanto quanto Harry e Louis, sabiam o quanto eles tentaram ter aquele bebê nos últimos dois anos.

Eles chegaram perto de conseguir uma vez.

Mas o corpo de Harry não foi forte o suficiente para aguentar além do primeiro mês de gestação, então antes que eles pudessem ter tempo o suficiente para assimilar que seriam pais – finalmente –, Harry estava sangrando e tendo um aborto espontâneo no chão do banheiro.

— Estou tão feliz, querido – Anne assoprou em seu ouvido, chorando – Vou ser vovó.

— Sim, você vai.

— Sua barriga está tão grande – disse Anne, acariciando o estômago alto de Harry com sua mão macia – É um bebê bem grande, como você.

— Tem crescido mais a cada dia – disse Louis, seus olhos grandes e orgulhosos – Todos os dias quando acordamos, parece estar maior.

O braço de Desmond caiu sobre os ombros de Louis, abraçando-o. Harry era agradecido por sua família aceitá-lo tão bem, e por sua irmão acolher a família de Louis como a sua própria. Harry chegou a suspeitar – anos atrás – que Gemma e Charlotte teriam uma chance de romance, mas aparentemente ele estava errado.

— As noites tranquilas acabaram, Louis – disse Desmond, sorrindo – Se você tiver alguma sorte, será um bebê calminho como Harry foi. Agora, com um pouco de azar, talvez ele seja como a tia.

— Papai – Gemma choramingou.

— Você era uma bebê levada, querida – Anne comentou, com uma risadinha – Mas muito doce, com certeza.

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