Prólogo

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Meu nome é Sophia Cooper e essa não é nenhuma novidade para muitas pessoas.
 
  Primeiro porque sou uma das filhas do então candidato a Prefeito do Rio de Janeiro, minha cidade natal e em que moro, e dono da melhor empresa de advocacia do Brasil.
  Segundo porque sou uma YouTuber de sucesso, tenho 16 milhões de inscritos no meu canal de dança e covers que são as minhas paixões, algo que meu pai sempre foi contra.
  Terceiro, sou modelo e apareço em todas as bancas de jornais e televisões, já que também faço varias entrevistas. Comecei a modelar para as coleções da minha mãe que era considerada uma das melhores estilistas do mundo, e eu sempre amei poder vestir e mostrar ao mundo um pedacinho da minha mãe e hoje eu modelo com alguma esperança que algum dia eu vista uma roupa da coleção dela novamente. E vale lembrar que meu pai também é contra. Ele é contra tudo que lembre a minha mãe ou que me deixe feliz para falar a verdade.
  E quarto e último, porque sou noiva de Eduard Daughter, filho do braço direito e melhor amigo do meu pai.

  Faço faculdade de advocacia em que por coincidência, ou não, é a faculdade que eu, Ed (meu noivo), Diogo meu irmão mais velho (que não tenho uma boa relação) e minha cunhada/Melhor amiga Larissa estudamos, já que afinal de contas, a dona e diretora da mesma é a minha sogra e minha madrinha, já que ela sempre foi melhor amiga da minha mãe e hoje em dia é como uma mãe para mim.

  Mas se você pensa que sou mais uma dessas garotas mimadas e metidas que se acham a última bolacha do pacote, assim como todos os outros, você está errado. Eu sempre odiei a fama que recebi por causa do meu pai e a fama que consegui dançando, cantando e desfilando só são consequências de fazer o que amo. Mas apesar de tudo, eu nunca fui do tipo de garota que se acha, na verdade eu odeio esse tipo de pessoa, afinal dinheiro e fama não torna ninguém melhor que ninguém, somos seres humanos iguais e todos temos sentimentos e isso é um fato.
E eu nem sequer acho que mereço tanta fama assim ou que tenho algum motivo para me achar melhor que alguém. Tenho problemas que nem todos, mas essa parte é a parte que não é mostrada a mídia.

  Minha vida é cheia de reviravoltas, desde os meus 8 anos vivo sem mãe, já que a mesma foi embora de casa sem nem ao menos se despedir, e vivo com a culpa de esse fato ter ocorrido por minha causa. Apesar de não saber tudo sobre essa história, meu irmão mais velho, o Diogo e meu pai de alguma forma sempre colocaram a culpa em mim, e fazem questão de esfregar isso na minha cara e que me odeiam por isso em cada palavra ou gesto lançado na minha direção. Nunca entendi, até porque eu sempre fui muito próxima dos três (Meu pai, meu irmão e minha mãe) mas de repente tudo mudou, minha mãe foi embora, meu pai nunca mais olhou do mesmo jeito para mim e se afastou bruscamente como se eu passasse alguma doença contagiosa e Diogo fez o mesmo. E apesar de as vezes achar que meu pai se preocupa comigo e que me ama, sei que talvez não seja verdade, e sim tudo invenção da minha cabeça.
 
  Eu sempre convivi com uma dor enorme dentro de mim por causa da partida da minha mãe e desse ódio que meu pai e Diogo demonstram ter, até porque eles são minha família e ver a mesma desmoronado e tudo mudar de repente não é nada fácil e dói, dói saber que as 3 pessoas que eu amo e que eram para me amar, me odeiam.

  Apesar de tudo, sempre disfarcei, sempre mostrei não me importar com isso, no meu grupo de amigos eu sou a "Alfa" e a que faz todo mundo rir, que está sempre fazendo alguma loucura e principalmente sempre sorridente por onde ando e sempre digo que estou bem mesmo não estando, e quando choro na frente de alguém, pode saber que é porque eu cheguei no meu limite.

  Na escola e na faculdade eu sou a popular, mas repito, não é por isso nem pelo todo resto q eu me ache ou coisa assim. Todos dizem que tenho cara de metida e patricinha mas depois que me conhecem percebem que não tenho nada disso. Posso ser quem eu sou, posso ser milionária, filha do prefeito e todo o resto, mas nunca me achei melhor que os outros por isso, até porque somos todos iguais independente da classe social, cor, fama ou qualquer outro fator.

  Lógico que gosto do luxo que tenho, mas nunca dei tanto valor a ele, se eu tivesse por exemplo que escolher entre ter uma família como eu tinha até meus 8 anos pobre ou ter essa minha vida de hoje, eu escolheria a primeira opção com certeza.

  Eu tenho 4 irmãos, sobre o Diogo eu já falei, mas também tem o Rô que nada mais é que a minha fada madrinha e meu anjo disfarçado, é pra ele que eu corro quando algo da errado e ele sempre está lá de braços abertos para me acolher, escutar,e dar os melhores conselhos e principalmente me fazer rir, porque estar com o Rodrigo e não rir é uma missão impossível. Ele é gay e sofre muito por não assumir com medo da reação do meu pai e de todos, então as únicas pessoas que sabem são os mais próximos, e com certeza somos nós que vivemos os melhores momentos ao lado desse cara brincalhão, louco e extraordinário.

  E claro tem a minha pequena Lily, a minha irmã casula, a que teve menos tempo pra conviver com a mamãe e que nem sequer se lembra do pai que eu conheci, amoroso, carinhoso e gentil. O nosso pai mudou completamente quando a nossa mãe foi embora, se tornou uma pessoa distante, arrogante e ambiciosa. Mas a Lily é uma menina brilhante e a cada traço dela e a cada gesto e palavra que sai dela, percebemos o quão ela puxou a nossa mãe e talvez seja isso que o afastou dela também. Eu praticamente criei ela junto com o Rô e minha avó.

  Ah a minha avó, a minha rainha. Ela que nos salva da escuridão que reina nessa casa. Vovó veio morar conosco assim que mamãe foi embora e papai começou a passar praticamente todas as noites foras. E ela é o nosso brilho, é a pessoa que ainda mantém essa família em pé com aquela risada que só ela tem e que eu amo tanto, aquele jeitinho de avó coruja e carinhosa. Aquela avó que todos deveriam ter. Aliás eu desconfio que ela tem uma paixonite pelo avô do Ed.

Falando em Ed...

  Ele é o homem que eu amo, meu primeiro e único amor. A gente se conhece desde pequenos, lá dos 9 anos de idade e sempre fomos amigos, até surgir um sentimento a mais que um simples amor de amizade, era algo maior, bem maior. Não dá para explicar o que sinto por ele, pois vai além de palavras. Não dá para descrever algo tão grande como meu amor por ele com simples palavras. É impossível. Mas tudo sempre começa com aquelas famosas borboletas no estômago e o friozinho de barriga acompanhado do coração acelerando quando pensamos na pessoa e vai pra algo tão grande que quando vemos, não tem mais volta. O amor te domina e aí não tem mais volta, você vai ser controlada por um sentimento grandioso, único e inexplicável.

  Meu pai sempre apoiou nosso relacionamento, até porque isso é algo que junta mais ainda nossas famílias, o que dá mais poder para meu pai e o Wuil, pai do Ed e que acabou se tornando de certo modo mais meu pai do que meu próprio pai. Juntos eles passam por cima de qualquer um.

  Eu e o Ed apesar de amigos, sempre brigavamos muito, paravamos de nós falar várias vezes, mas logo já estávamos grudados de novo. Ele sempre foi alguém muito importante para mim, e como dizem, quem ama, irrita, briga, bate, e era assim com a gente. Aliás, ainda é. Somos jovens eu sei, e muitos nos julgam por estarmos nos casando assim "Tão rápido" como dizem.

  Mas para a gente já demorou mais que o suficiente, e se temos certeza que escolhemos o caminho certo? sim, temos, porque como eu disse o nosso amor não é algo passageiro ou um amor de crianças como dizem, nós nos amamos a 7 anos, e tenho certeza que vai ser para a vida toda. Meu coração diz isso. Nosso amor diz isso.

  E agora eu estou aqui, refletindo sobre a minha vida, nesta cadeira com meu vestido de noiva sendo maquiada, pois daqui 2 horas estarei no altar com o amor da minha vida, meu anjo que Deus mandou para alegrar meus dias, para me trazer vida onde eu achei que só havia escuridão.

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