One-Shot

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N/A: Essa história é um presente muito especial para minha querida Nicca_007, a sonserina mais maravilhosa que eu conheço e capa foi ela mesma que fez *-*

Verônica, você mora no meu coração ♥

Eu conheci Maddie no trem, indo para Hogwarts. Ela era tudo o que eu queria ser: imponente, tinha presença, cheia de opiniões e as defendia com unhas, dentes, azarações e, dependendo da situação, uns socos sempre eram uma opção atraente.

Ela, o que não foi nenhuma surpresa para mim, foi para a Sonserina e eu, como boa esquisita e CDF que sou, fui para a Corvinal. Mas isso nunca foi um problema para nós, nossa amizade nunca foi afetada por isso, pelo contrário, era muito legal saber o que acontecia nos dormitórios alheios e os sonserinos eram, em sua maioria, pessoas muito interessantes.

O problema é que, depois da última guerra bruxa, quando descobriram que um aluno da Sonserina havia recebido a Marca-Negra, tudo ficou muito tenso entre a aquela e as outras casas: Sonserina era sinal de bruxo das trevas, de maldade, de intolerância e tudo o não era bom. Ninguém queria ter aulas com os sonserinos e, quando tinham, não se misturavam com eles, as rodinhas de conversa e grupos de estudos ficavam quase completamente silenciosas quando eles chegavam, exceto pelos cochichos maldosos.

Maddie parecia nunca se deixar abalar: andava pelos corredores de Hogwarts como se fosse a dona do castelo, sem se importar com os olhares enviesados e as carrancas que diziam claramente "você não é bem vinda aqui" e até mesmo se sentava na mesa da minha casa, ignorando os olhares maldosos.

Talvez isso seja o que eu mais gostava nela, essa petulância, esse desejo de se mostrar acima dos conflitos mortais, idiotas e preconceituosos.

Sempre a vi assim, até o nosso sétimo ano.

Estava organizando a bagunça no dormitório, deixada pelas minhas colegas que iriam passar o Natal em casa, quando Maddie atravessou o arco da porta; a pergunta da águia nunca fora um obstáculo para ela, mas depois de uma confusão que me custou três dias de detenção, ela passou a tomar cuidado para não ser vista entrando e saindo.

- Por que está demorando tanto para descer? - ela cruzou os braços em frente ao corpo - estava te esperando para o café, mas daqui a pouco vai passar do horário.

- Oi, Mads - suspirei - pode ir, eu não estou com fome, preciso terminar de organizar as coisas e depois vou até à biblioteca, tenho três livros que peguei para o trabalho do prof. Longbottom que preciso devolver e tem o trabalho de Astronomia que a professora pediu para a volta das férias e...

- Tudo bem, Cecily, fizemos o trabalho juntas, na biblioteca, depois do café - ela me puxou pelo braço - vamos, eu 'tô com fome! E eu não posso começar meu dia sem uma boa xícara de café.

Desci as escadas com minha amiga ainda reclamando e nos sentamos, ela ao meu lado, na mesa da Corvinal, agora quase deserta por causa do horário.

- Não vai ir para casa nessas férias? - perguntei, de repente, percebendo tardiamente que ela não estava vestida para a viagem.

Ela se serviu de pão e manteiga, pegando sua xícara verde e enchendo-a de um bule fumegante.

- Não, minha mãe vai passar o Natal na casa dos meus tios nos Estados Unidos e eu não estou a fim de ir para lá - suspirou. Maddie era mestiça em uma família de sangue-puros, então os tios não gostavam muito dela... e ela não fazia questão de agradá-los. Nunca conhecera seu pai trouxa - mas e você? Seus pais não vão se importar de você não ir para casa?

Provei meu bolo de cenoura antes de responder e dei uma golada em minha xícara de chá.

- Meus pais fizeram bodas em setembro, lembra? - dei de ombros - eles estavam esperando as férias do pai para uma nova lua de mel, mas acabou que ele só conseguiu esse mês, então eu disse que eles deveriam ir e que eu passaria o Natal em Hogwarts esse ano.

Tão SonserinaWhere stories live. Discover now