Capítulo 33

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Pov Reece Mourey

"Reece onde está sua mãe?" Levanto meus olhos em direção a meu pai, o mais velho exalava um cheiro de bebida forte, estava bêbado, não né surpreendia que isso fosse acontecer

-"eu não sei pai" desvio o olhar respondendo sua pergunta com medo do que ele fosse fazer, após alguns minutos em silêncio ele segura minhas bochechas com seus dedos e as aperta irritado

"Pirralho do caralho, eu sei que você ja entende a situação, sua mãe saiu de casa sem mim, SEM MINHA PERMISSÃO PORRA" ele cospe suas palavras em meu rosto, enojado, eu apenas fecho os olhos e respiro contando até 10, o homem me solta e me empurra contra o chão, ele sai do cômodo batendo seus pés contra a madeira, me levanto correndo por saber que ele iria em direção ao quarto de meu irmão
Assim que entro no quarto, meu pai estava segurando os cabelos de meu irmão, Sean chorava e olhava para mim com medo, eu corri em direção a meu pai e tentava arrancar seus braços de Sean, porém o mesmo me empurrou para trás e me acertou um soco no rosto
"SAI DAQUI MULEQUE IDIOTA"  ele grita em minha direção, quando volto meus olhos para meu irmão, meu pai havia o desacordado, sentia as lágrimas banhando meu rosto e meu coração palpitar cada vez mais forte, o homem de cabelos espetados se foi pela porta e eu abracei Sean em meu colo, deixei que as lágrimas me tomassem por inteiro, eu chamava baixinho por minha mãe mesmo sabendo que ela não iria me atender
Depois de tanta labuta, tudo encontrava-se caótico, os barulhos de vidro sendo quebrado não paravam, Sean não havia acordado até aquele momento e eu estava sozinho.
Escuto a porta da sala abrir, meu coração dispara, porém o medo de descer para o andar de baixo faz com que minhas pernas não se movam, a voz de minha mãe me passa acalento, como se tudo estivesse no fim, voltaríamos a ser uma família pela manhã, ela me daria seu beijo de boa noite e diria o quanto nos ama, nos contaria histórias que já passou em aventuras de florestas e vilões malvados, finalmente a gente ia descansar


Porém não foi isso o que aconteceu, mamãe começou a brigar e gritar com meu pai, que apenas dizia o quanto amava ela e que ela não deveria ter o deixado, eu podia escutar os tapas dados por papai e os joelhos de mamãe caindo no chão, que deveria estar coberto pela vidraçaria, quando as coisas já não pareciam voltar mais ao normal, eu ajoelhei, coloquei os joelhos no chão e pela primeira vez orei, pedi aos céus para que protegesse minha mãe, não sabia para quem rezava, talvez para qualquer um que ouvisse, eu já não aguentava mais os gritos, o aperto no peito, ver meu irmão daquela forma
Eu rezei, pensei em nós, pensei na mamãe, disse aos céus para que cuidasse dela e de papai, eu estava tão imerso em minha oração que apenas pude ser tirado dela por um fator..um barulho alto, já havia escutado antes mas ao longe, um barulho seco e estourado, após isso veio o nada, senti como se qualquer um que tivesse me escutado orar tivesse jogado um raio fazendo com que minha família parasse de brigar, o tempo parou para mim, eu finalmente pude levantar e com um sorriso no rosto corri até a escada, eu descia um degrau de cada vez, conseguia ver vidro no chão, muito vidro, eu imagino que papai tenha quebrado as taças preferidas de mamãe e me alegro pensando que ela depois faria um bico de pato de tão brava que ficaria, continuei observando pela sala iluminada, pude ver o papai sentado em sua poltrona segurando algum tipo de coisa cinza, ele estava com a mão na cabeça, me perguntei onde estaria mamãe, talvez ela devesse ter ido ao banheiro agora que a briga acabou...esse pensamento passou pela minha cabeça apenas alguns instantes antes de ver o chão vermelho, muito vermelho, era como se alguém tivesse cortado o dedo muito doído, olhei para papai e ele não sangrava, dessa vez olhei melhor para o chão da sala, segui o rastro do sangue com os olhos ..ele me levou a uma mão, uma mão caída...o desespero novamente tomou conta de mim quando pude ver o corpo de minha mãe caído ao chão da sala, seus olhos estavam abertos e sua cabeça sangrava, quando percebi que mamãe não deitou no chão porque quis, que ela não estava ali pelo acaso, que ela não estava ali...eu gritei, estridente e em Pânico, meu pai tirou sua mão da cabeça e me encarou, furioso ele se levantou as pressas e veio em minha direção, na hora do medo, corri para o quarto de Sean, tranquei a porta com a chave e a joguei no chão, Sean continuava no mesmo lugar, conforme eu olhava para a porta, menos eu acreditava no que acabava de acontecer, a porta branca de afastava enquanto eu andava para trás tentando associar tudo aquilo  meus ouvidos escutavam ao fundo os socos pararem aos pouquinhos, papai deveria ter se cansado e ido dormir, quando meu coração desacelera eu me sento ao chão, me pergunto o porque os céus não me escutaram, talvez estivesse bravos comigo por brigar sempre com Sean, acho que eles são como papai Noel e eu talvez estivesse na lista dos malvados...de qualquer forma eu novamente orei, orei para que cuidassem de mamãe mesmo que longe de mim, não sabia se eles me escutaram mas me acalmei ao pensar que sim.
Agarrei Sean e o coloquei deitado em sua cama, seu peso não me atrapalhou tanto assim quanto eu imaginava que iria, cubro meu irmão com uma manta e pego um travesseiro para mim, jogo o mesmo no chão e agarro uma das cobertas do guarda roupa, finalemente me deito, eu estava com dores e só percebi naquela hora, na minha cabeça eu imaginava mamãe beijando meus machucados e me colocando para dormir com seus beijos carinhosos, fecho os olhos... eu não sabia se voltaríamos a ser uma família pela manhã, imaginei que ela me daria seu beijo de boa noite e diria o quanto nos ama, que nos contaria histórias de aventuras que já passou em florestas e vilões malvados, finalmente ela ia descansar..."

"Reece Mourey?" A voz de um homem me chama ao fundo, acordo de meu breve pesadelo e por um momento penso que estaria em casa novamente, mas não, acabará de entrar em outro
Me levanto e encaro o homem de branco a minha frente

-"O que foi?" Pergunto olhando em seus olhos, minha aparência não era nem perto de ser boa, eu estava acabado e com certeza tinha sangue em minhas roupas, mas eu estava pouco me fodendo para isso pela primeira vez

"A cirurgia foi um sucesso, felizmente a bala não atingiu uma artéria e por pouco não adentrou o coração, estava apenas parada no peito centímetros antes, a paciente foi levada para o quarto e está medicada, ela provavelmente ficará desacordada por mais alguns dias, terá de ficar internada por enquanto" um enorme alívio me atingiu com força, sentei na cadeira que estava sem sentir minhas pernas, solto o ar que segurava sem perceber e agradeço o médico em minha frente

-"o senhor sabe por quanto tempo ela terá de ficar aqui?" Pergunto ainda agoniado, realmente odeio hospitais e a situação de Pietra não melhorava esse sentimento

"Por enquanto não há previsão ainda, depende da paciente e de seu estado, se ela melhorar rápido, ela sairá daqui quanto antes" ele sorriu para mim em uma forma de acalento "sua filha ficará bem, ela é muito forte" me surpreendo ao ouvir suas palavras, antes que eu negue me lembro de minha relação com Pietra e que não estava tomando os cuidados necessários

-"ela é não é?" Sorrio de volta para o médico que me dá uma batidinha no ombro e se vai em direção a porta de vidro que veio

Relaxo e viro a cabeça para cima, me encostando na cadeira e sentindo meus músculos todos doloridos, passo a mão em minha nuca e me lembro de Amanda, mandei que ela fosse para casa no meio da confusão, sinto que deveria ligar para avisar a moça, mas o fato de que eu não estava com cabeça para ouvir a mulher tagarelar me fez anular esse sentimento
Eu passarei o resto da noite aqui, sei que eu poderia os para casa que o hospital me ligaria em caso de algo acontecer, mas o medo de perder Pietra por algo banal me fazia ficar, mesmo que eu não pudesse ajudar em nada se realmente acontecesse...

Observo várias pessoas entrando e saindo do hospital, alguns com pulseiras coloridas e outras com etiquetas em suas roupas, pessoas que tem a tal pulseira são pacientes e as etiquetas definem os acompanhantes, observando mais o local em que estava, sinto calafrios tomarem meu corpo por conta de meu ódio a lugares assim, desde a época que minha mãe me levava para os hospitais e postos de saúde tomar minhas vacinas, eu sempre odiei.

Abro meu celular e observo ligações de Sean sem resposta que continuariam sem resposta, ele sabe que não sou de retornar ligações e não mudaria isso por ele

A quem eu quero enganar...estou a deriva...não sei o que  fazer ou no que pensar, fiquei com medo de terem a tirado de mim... Me senti um garoto novamente, me sinto tão bem por te-la trazido a tempo.. minha garotinha..

-"eu te amo" cochicho baixinho pensando na menina de olhos de mar
-"por favor não me deixe.." eu fiz uma promessa a mim mesmo quando saíssemos dali...Pietra não deixaria de ser minha, mas meu jeito de tratá-la mudará, ela será minha querida, minha amada, minha mulher...

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Gente eu sei que vcs me odeiam pelo capítulo anterior
ME PERDOEM OK EU TO TENTANDO AAAAA

Ultimamente eu admito que esteja sem ideia para postar e pra ajudar o app fica apagando do nada rascunhos escritos

Mas TD bem

obrigada pelo apoio pessoal, me ajuda muito mesmo a opinião de vcs ♥️

Beijos e até o próximo capítulo Angels

Sweet Lolita - Hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora