O Pequeno Miller

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Nota do autor: Essa é a minha primeira publicação. Agradeço qualquer feedback construtivo. Espero que gostem.


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O sonoro eco de um trovão anunciava o fim de uma tarde de um domingo preguiçoso. Era julho, as outras crianças estavam assistindo desenhos enquanto seus pais se preparavam para voltar ao trabalho no dia seguinte. Em Portsville, a rádio local realizava uma transmissão.

- Antes da próxima música, eu tenho um anúncio a fazer a todos vocês meus amigos. Nosso bom companheiro Madrazzo confirmou a pouco mais de dez minutos que vira para Portsville para fazer uma entrevista exclusiva para a nossa rádio amanhã. Podem acreditar nisso? Para quem não sabe, Arturo Madrazzo foi o responsável por trazer estrutura a essa cidade. Se seus filhos vão para a escola, se você pode contar com a polícia, os hospitais e até com os serviços públicos, você deve agradecer ao empresário que apadrinhou essa cidade com pouco mais de 700 habitantes. Agora... para a próxima música... – Comunicava o radialista dando seguimento a uma música animada. Porém, aquela música dá lugar a estática, conforme Dante Miller procura por algo melhor para ele e seu irmão caçula ouvirem.

- Madrazzo... – Sussurrara o caçula. O menino recebeu um olhar sério de seu irmão, Dante, e imediatamente abaixou a cabeça, escondendo seu rosto com seu cabelo escuro.

- Não precisa fazer essa cara como se estivesse de castigo Miller. Olha... sua vez de jogar.

- Sim senhor...

O menino erguera levemente o rosto e estendeu o braço para puxar uma carta de um baralho que estava em cima da mesa. Ali, repousavam duas latinhas de refrigerante recém retiradas da geladeira, um prato com farelos e algumas formigas entre um pequeno amontoado de cartas.

Ambos os irmãos que se encaravam tinham rostos e cabelos parecidos, com a óbvia diferença de idade e a barba do mais velho. Dante dividia sua atenção olhando para o pequeno caçula, as cartas jogadas e o rádio que estava a ajustar.

- 9...

- Ok. Pega mais uma...

- Tá bom... 16...

- Ok... puxa mais uma... toma cuidado e...

- Ah... 22...

- Por pouco... dicazinha, você não precisa falar quanto você tem e pode parar de puxar quando você quiser.

- Mas... estavamos jogando com as nossas regras... não? O número mais perto do 21 vence. Era assim, não?

- Ah sim... bom... deixa eu tentar... 10... 11... 21.

- Nossa... como você faz isso?

- Sorte, Miller. Eu tenho bastante...

- Eu queria ser sortudo assim...

- Você faz a própria sorte...

- Ou trapaceia. Eu estou vendo que tirou 28, Dante... -Delatou Raymond em sua cadeira aos fundos. Com uma aparência intimidadora e voz profunda assustava o irmão caçula, mesmo este sabendo que seu irmão era um homem bondoso.

- Você é um estraga prazeres, sabia disso Ray?

- Mudando de assunto... será amanhã, certo?

- Sim... ele vai fazer 7 anos...

- 9... – Corrigiu o caçula.

- Desculpa Miller, mas e aí? Já sabe o que vai pedir de presente?

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⏰ Última atualização: May 02, 2020 ⏰

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