❝Onde Taehyung trabalha na floricultura de Daegu e entrega todos os dias flores com bilhetes românticos para o vizinho Jimin assinando como seu admirador secreto.❞
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Poderia relatar esta estória como grandes poetas, rascunhar em um caderno empoeirado palavras bonitas que fariam sucesso em grandes e luxuosas livrarias, onde todos cairiam de joelhos e com o coração ardendo num rompante apaixonado. Porém, creio eu, que o amor é, ainda num devaneio ilusório de noites mal-dormidas, complexo demais para ser descrito de forma belíssima e poética contemplada pela humanidade.
Foi em uma manhã de quarta onde o manto solar clamava seu calor nas ruas da pequena cidade de Daegu, que o ciclo perdia uma de suas partes, para encaixar uma semelhante, fazendo com que novas descobertas surgissem na vida daquele jovem rapaz de cabelos negros como a escuridão de um eclipse.
Havia o aroma dos bolinhos quentinhos e do café recém passado tomando conta da cozinha pequena, prontos para servirem em âmbito deleite o desjejum da manhã, mas Jimin não teve tempo de aproveitá-los por ter dormido além do permitido, então os separou em uma porção dentro da mochila surrada e foi direto para a faculdade.
No circulo estudantil, e em grande parte dos outros também, o jovem não era muito presente em conversas, mas tinha dois colegas próximos, aos quais discutiam coisas banais e se juntavam nas tarefas em grupo. Quebrando o padrão, Jaebeom não foi ao campus e Yoongi, sempre que surgia uma oportunidade, sempre fugia das aulas para paquerar o rapazinho da biblioteca.
Agora, após o término dos períodos, notou que restavam poucos como ele no local. Sentia-se um pouco deslocado, sozinho no pátio, acompanhado de fones nos ouvidos e um livro com uma lista de exercícios ao lado enquanto os demais comiam juntos em mesas mais afastadas.
Puxou as mangas do casaco até que sobrasse na palma da mão e apertou o tecido entre os dedos. Soltou a lapiseira sob o caderno e pegou o celular dentro da mochila, jogada em cima da mesa vazia ao lado da que ocupava. Digitou rapidamente uma mensagem, enviando em seguida: "Irei me atrasar, estou procurando um livro na biblioteca". Devolveu o aparelho na bolsa junto com os materiais que usava anteriormente, retirando-se do campus.
Um raio cortou os céus escuros, seguindo do estrondo alto característico de um trovão, surpreendendo o Park, que ao menos notou quando o sol havia sido encoberto pelas densas nuvens carregadas. Seu olhar, até aquele momento, estava completamente focado no rapaz alto que montava um sanduíche natural de frango, azeitonas, maionese e cenoura pra si, em uma lanchonete poucas quadras de sua casa.
Se amaldiçoava baixinho por esquecer de pegar um guarda-chuva na correria da manhã. Talvez se corresse, poderia evitar de pegar aquela chuva, e ainda poderia evitar o fúria do namorado por chegar ensopado. Verificou o aparelho telefônico de novo, mas nada de respostas. Agradeceu a balconista em um sorriso doce e partiu com o saco de papel do lanche nas mãos, atropelando os próprios passos enquanto andava pelas ruas.