Capítulo 3

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Era 25 de julho de 2006,21 dias depois dos fogos e da animosidade do Dia da independência nos Estados Unidos,portanto verão prolongado de intenso calor e temperaturas quentes e sensações térmicas elevadas e com muitas pessoas nas praias... Era Tuesday (terça feira) provavelmente fora o dia mais sombrio para os moradores de Old Town ,bairro ao norte de Orange County,Califórnia,bem talvez não tão sombrio para os moradores residentes dali que de fato eram americanos....quanto o foi para os que ali residiam ilegalmente,para os latinos americanos e emigrantes estrangeiros que vinham de todas as partes do mundo e viviam sob visto fraudulento para poder viver no país e dar uma vida digna para seus filhos,era noite quando os policiais federais do governo chegaram sob denúncias de tráfico de drogas e narcotraficantes armados e escondidos nos conjuntos habitacionais nas partes pobres que eram os guetos... eles saltaram das viaturas com cacetetes e cachorros ferozes e invadiram as casas revirando tudo quanto viam e nos subjugando como se fôssemos animais...eu vi quando um deles começou a espancar um senhor de origem colombiana e meu pai tentou defendê-lo mas o outro policial avançou sobre ele,eu gritei e minha mãe Ale Pano agarrou minhas duas irmãs pequenas.Eu jamais me esqueceria daquele dia,e nem poderia... vi sem poder fazer nada o policial loiro de alta estatura prender meu pai e outros suspeitos de serem imigrantes ilegais ou narcotraficantes...um outro agente chegou até nós e pegou minha mãe pelos cabelos...minha irmã mais velha correu comigo para uma viela estreita perto dali me escondendo mas logo em seguida a vi ser levada também com brutalidade junto à muitas crianças e adultos....os gritos e choro ecoavam pelas paredes úmidas e sujas  e tapei meus ouvidos para não ouvir os sons das viaturas e tiros que se sucederam... Após algum tempo  veio um silêncio mortificante ....quando sai do esconderijo ainda com medo foi que vi a marca de destruição que ficou...minha família...sentindo meus olhos arderem... chorei....pois não via mais ninguém nas ruas....meus vizinhos meus pais meus irmãos ninguém todos se foram.... depois dali eu nunca mais os vi de novo....caminhando aos prantos em busca de alguém pelas casas reviradas e arrasadas fui....mas não encontrei  ninguém....papa...mama...hermana.?....
Chorei....onde estava minha família?
foi quando de repente ouvi um barulho em uma das casas e me virei pulando de medo...mas era apenas um menino ....este me olhava com seus grandes olhos assustados.Pela primeira vez me vi em alguém me refleti nele naquele menininho de cabelos lisos e pele bronzeada pois estava tão assutado quanto eu,ele correu para mim mesmo sem saber quem eu era e se agarrou em mim como se sua vida dependesse disso... Bom eu não sabia mas foi a partir dali que nossas vidas mudaram por completo,e assim eu e aquele menino crescemos... juntos e órfãos perambulando e sobrevivendo pelas ruas de Old Town,em Orange County.
-Hey Sabino!Chamou uma voz firme em meio ao trânsito de uma das ruas mais movimentadas de Old Town,um jovem com o rosto pintado de rabiscos coloridos e com uma bolinha em vermelho no nariz se desdobrava em meio a pista engarrafada...vendendo em meio ao sinal balas e bonbons sortidos em uma tenda pendurada ao pescoço... o mesmo saia oferecendo aos motoristas dos carros e demais veículos os doces caseiros e industrializados por pouco mais de alguns dólares até o sinal abrir  para enfim  atravessar a avenida...e se aproximar até perto de onde uma garota de longos cabelos negros e caracterizada com roupas de palhaço escrevia algo em um caderno encostada junto a uma lixeira ao lado da parede de um restaurante chinês,a garota levantou os olhos para quem a chamava.
-Hey...porque você parou....O trânsito tá lotado não consigo vender tudo sozinho!Questionou o garoto que tinha pouco mais que uns 18 anos.
-Tava apenas escrevendo uma coisa já ia voltar.Respondeu a jovem-E Sabino é a sua madrinha !
-Não é hora disso,disse o rapaz se referindo ao que a garota escrevia no caderno tomando este das mãos dela pra ver o que ela escrevia tão atenta,a mesma encabulada se levantou e tentou pegar seu caderno de volta.
-Hey Bailey !Me devolve isso !
-Hum deixa eu ver ....Maior jogador da divisão latino-americana.... González....Pepe....Quem é Pepe González?
-Não te interessa !
-E tem um coração desenhado do lado da foto de jornal dele aqui,ah.......ele é um jogador de futebol mexicano.
-Eu já disse May me devolve meu caderno !
-Tá bom.E o jovem largou o objeto ao chão levando as mãos ao alto.
-Você é um chato sabia!Revoltada  a garota apanhou do chão com todo carinho o caderno caído e guardando-o em seu bolso larguíssimo.
-Vamos trabalhar que ganhamos mais !
-Ok maliit na kapatid.
Concordou rindo Bailey May em ao que parecia ser em Filipo... língua típica falada nas ilhas Filipinas.
E assim voltaram os dois jovens para as ruas para ganharem a vida as roupas surradas e esfarrapadas denotavam uma realidade difícil e sofrida mas que mesmo assim não alterava a alegria dos mesmos que brincavam feito crianças enquanto vendiam seus ganha pães.
-Sabina,você acha que eu tenho dom para cantar ?Indagou Bailey de repente à garota que lhe era praticamente uma irmã mais velha enquanto aproveitavam a pausa nas vendas de doces para descansarem em um banquinho de praça,a morena o olhou como se analisasse sua pergunta e seus olhos fundos pareceram pensar.

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