capítulo único

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Apenas o som macabro do relógio e respirações de um sono profundo sobressaíram ao silêncio de uma madrugada tranquila e aconchegante na mansão Phantomhive.

Os funcionários, ou os três patetas como Sebastian costuma dizer, dormiam tranquilamente em suas camas, assim como seu mestre, que dormia tranquilamente em um sono tranquilo e sem pesadelos.

Mais e Sebastian? Bom, esse tinha acabado uma ronda na mansão, não avia nenhum intruso por perto, provavelmente pelo horário, 2h58m, ninguém se atrevia a atacar a mansão na famosa "hora do diabo".

Todos sabiam que avia um demônio lá, afinal, que ser humano mataria centenas de homens em alguns segundos?

Mais voltando ao momento, Sebastian já se encontrava em seu quarto, se preparando para o que estava por vir.

Ele sequer pode se controlar nesse horário, é impossível até pra ele, seu demônio interior estava sedento e faminto, era impossível controla-lo.

Todas as noites, Sebastian se fechava em seu quarto até que seja seguro sair, não podia pegar a alma de seu mestre antes da hora, por isso, agonizava em seu quarto para se conter.

3...2...1.. 3h00m

É agora que tudo começa.

Sebastian deitou em sua cama se contorcendo em agonia por prender sua verdadeira forma. Para um humano, aquilo seria com se estivessem tirando sua alma. É agonizante, uma verdadeira tortura até pra um demônio centenário como ele. Gemidos sófregos de pura dor saiam de seus lábios constantemente. E assim Sebastian aguentou por pelo menos 20 minutos.

Do outro lado da mansão, inesperadamente Ciel acordava. Não se sabe se foi um pesadelo, algum barulho ou até mesmo ele pode ter sentido a agonia de Sebastian pela marca, só se sabe que ele acordou e, pelo extremo silêncio que reinava, pode ouvir baixos gemidos de dor.

Óbvio que aquilo despertou a curiosidade do menino. Então, descalço e somente com seu blusão de dormir, Ciel perambulou pela mansão a procura da origem dos gemidos, o que o levou para a porta do quarto de Sebastian.

Estranhou. Na verdade, já estava estranhando não ver Sebastian pela casa ou até mesmo ser abordado por não estar na cama. Mais porque Sebastian estava com dor?

Já avia visto Sebastian com feridas fatais, mais nunca desse jeito. Mesmo não vendo, era possível ouvir Sebastian agonizando, como se estivesse tentando conter algo.

Bateu na porta.

— Sebastian?

Sem resposta, apenas mais gemidos. A verdade é que Sebastian estava sentindo muita dor para sequer pensar em algo, ainda mais agora com uma alma fresquinha bem atrás de sua porta.

Bateu novamente e nada, então decidiu entrar.

— Sebastian, se estiver com alguém eu juro q- Sebastian?!— se assustou ao ver o estado do mordomo.

Vê-lo em sua frente foi demais pro alto controle de Sebastian, então, com uma velocidade sobre humana, ele o encurralou contra a porta.

— s... Saia..— disse com dificuldade.

Seus olhos queimavam em vermelho e sua expressão era de quase descontrole, no entanto, Ciel não sentia medo, somente preocupação.

— Sebastian? O que está acontecendo?— sua expressão era de pura preocupação.

Ciel estava preocupado, nunca iria admitir mais gostava do mordomo, ele fazia um trabalho excelente tanto na mansão tanto em suas missões dadas pela rainha, e eu suas horas vagas, jogavam alguns jogos de tabuleiro ou tomavam uma xícara de chá enquanto conversavam sobre coisas banais. 

Ciel particularmente gostava desse tempo que passavam juntos, a presença do moreno era reconfortante, mais nunca diria isso em voz alta.

— s-saia.. corra!— implorava sófrego, tentando manter o alto controle.

— o que está acontecendo Sebastian? Por que está assim?— insistia preocupado.

"Talvez esteja com febre?" Ciel obviamente não conhecia os demônios, então não fazia ideia do que estava acontecendo.

Ele levou sua mão delicadamente até o rosto do mordomo – agora próximo pelo mesmo estar ajoelhado – e, estranhamente, viu a expressão do outro suavizar, enquanto ele fechava os olhos e soltava um suspiro satisfeito.

Sebastian era orgulhoso, mais também gostava dos momentos juntos ao seu mestre, era seu descanso de um dia de trabalho duro, um jogo de tabuleiro ou uma xícara de chá combina perfeitamente com a presença do jovem mestre.

— Sebastian?— diz ao ver o moreno voltar a se contorcer um pouco.

Lembrou então das noites que pedia a companhia do mordomo depois de mais um de seu pesadelos, ele se sentia seguro quando o moreno o abraçava. Sim abraçava. Sebastian compartilhava a cama com seu mestre para o deixá-lo mais aconchegado e aquecido nos dias frios.

Aquilo funcionaria com Sebastian também? Era ingênuo, mais podia dar certo.

Bom, não custa tentar.

Ciel abraça o pescoço de Sebastian, o deixando surpreso, não esperava por essa, e nem que aquilo fosse tão reconfortante. Ele sentiu como se toda a dor fosse embora, deixando somente um ser relaxado aos braços de seu mestre.

Não podendo se conter, caiu sentado, levando Ciel junto, e repousa a cabeça no peito de seu mestre totalmente relaxado.

— jovem mestre?— pergunta surpreso ao sentir um leve carinho em seus cabelos.

— não se acostume com isso— diz corado enquanto acariciava os cabelos macios do mordomo.

Sebastian sorriu, era a primeira vez que seu mestre demonstrava carinho dessa forma, e a primeira vez que ficava tão controlado na hora do diabo.

O carinho foi parando aos poucos, o que fez Sebastian olhar pra Ciel e perceber que o menino estava quase caindo no sono.

Sebastian sorriu e pegou o jovem mestre o levando pra sua cama escutando alguns resmungos do mesmo.

—jovem mestre irá dormir comigo hoje — disse Sebastian ao colocá-lo na cama.

Ciel não reclamou, adorava dormir com Sebastian afinal.

Sebastian tirou suas luvas, sapatos, gravata e a parte de cima de seu terno ficando apenas de calça e camisa social, e deita em sua cama botando Ciel em cima de seu peito.

Ciel não protestou, ele amava ficar ali em cima, era quentinho e tinha o cheiro do mordomo. Ele subiu até seu rosto ficar na altura do rosto de Sebastian.

— está melhor?— apesar de sonolento, Ciel ainda estava preocupado.

Sebastian sorriu.

— sim, não sei como mais estou— ele ri.

Ciel suspira aliviado e sorri levanto sua mão até o rosto de Sebastian e tirando alguns fios de  cabelo de seu rosto. E assim eles ficam, se olhando, apenas admirando a beleza um do outro, se aproximando mais e mais, até que seus lábios se tocaram em um beijo repleto de carinho.

O beijo durou alguns minutos até a falta de ar da parte de Ciel, mais esse só foi o primeiro de muitos...

... Nunca mais a hora do diabo seria a mesma pro nosso querido Sebastian.





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Aeeee minha primeira
oneshot (não faço ideia se escrevi certo)!!
E aí? Gostaram? Gostariam de uma fanfic dela? Deixe nos comentários!

ʜᴏʀᴀ ᴅᴏ ᴅɪᴀʙᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora