Antes da aurora dos tempos, havia Deus, o espírito da existência. Sua morada era a eterna glória e a perfeição residia, única e indivisível, em seu íntimo. Nada havia fora de Si e, ainda sim, a própria inexistência era parte de Seu Ser.
Mesmo pleno em todas as possibilidades, em algum ponto Ele desejou expandir o próprio infinito e foi então que originaram-se as primeiras entidades diferentes de Si. Da mente divina desprenderam-se vários pensamentos e, a medida que surgiram, Ele os batizou com um nome sagrado. No mesmo instante tornaram-se vivas e autoconscientes, pois em cada nome pronunciado havia inserido o mistério da vida e um propósito único. As primeiras criaturas então, como sopros do espírito, voaram em júbilo pelo Cosmos, ao redor do Trono da Glória e dos Vales do Louvor Perpétuo.
Os textos antigos revelam que Priman foi a primeira entidade a ser nomeada e que, logo após receber o dom da existência, voltou-se para Deus e exclamou – ELAIN – som através do qual expressou gratidão pela Vida e amor incondicional ao Criador. Desde então foi essa a designação pelo qual os seres sagrados e as antigas civilizações O reconheceram. Para os sábios de outrora esse também foi o primeiro ato de humildade atribuído a Deus que, para se fazer compreensível, deixou-se nomear pela própria criatura, aceitando de bom grado a limitação de um nome, tal como um mãe deixa-se diminuir por amor ao filho.
Estes criados através do pensamento foram chamados Celestiais e são incontáveis o seu número, porém entre eles, doze eram os principais, pois foram os primeiros e neles Elain havia concentrado mais intensamente Sua vontade. Os doze reuniram maior grau de virtudes divinas e, por se aproximarem mais em semelhança a Deus, tornaram-se líderes e governantes dos demais.
A partir dai os Celestiais habitaram ao redor de Elain e por viverem diante de Sua Face cresceram rapidamente em sabedoria e poder. Concebidos a imagem do próprio Deus, também possuíam a capacidade de criar através do pensamento, de forma que muitas coisas novas manifestaram-se de sua imaginação.
Os Celestiais criaram muitas coisas incocebíveis antes que o tempo fosse contado e que jamais poderiam ser descritas em palavras às consciências. Muitas delas jamais foram contempladas por qualquer olho humano e nem serão antes da consumação final das eras. Todas essas obras foram oferecidas como presentes a Elain que, para júbilo e honra das criaturas, concedia-lhes nome e dava-lhes existência. Assim o Vale do Louvor Perpétuo se encheu de vida, beleza e movimento.
Mas eis que, após uma era de eternidades, Elain observou que os Celestiais alcançaram maturidade e esplendor. Já não eram entidades simples apenas desfrutando o existir. Cada vez mais acessavam os talentos e desígnios em seus nomes sagrados e no interior deles cresceu o desejo por realizações maiores, mais significativas e profundas. Assim, percebendo o que se passava no íntimo das criaturas, Deus os reuniu ao Seu redor e disse:
- "Quando os criei vi que foi boa Minha obra, pois embora sejamos um em essência, dotei cada um com uma consciência livre e os preenchi com Meus Dons. Mas saibam que Sou uma Fonte inesgotável, em vocês não residem todas as possibilidades do Meu Ser e para que possam compreender o que digo, apresentarei um novo propósito, jamais antes imaginado".
Então, logo após essas palavras um potente palpitar ecoou do peito de Elain, deixando os Celestiais estáticos. Uma batida grave, carregada de Vida, acendeu algo no interior deles e repercutiu como uma onda de mistério pelo existir. Nunca haviam experimentado nada parecido e nenhum Poder antes revelado causara-lhes tamanha surpresa e assombro.
- "Em breve" – Continuou Elain – "nascerá de Mim uma nova forma de vida que provirá de Meu Coração e, portanto, será a manifestação Dele próprio. Esse acontecimento mudará para sempre seus destinos pois os concebi, no ardor de Minha Chama, como seus irmãos e ligados ao propósito um do outro. No entanto, os filhos do Meu Coração serão diferentes, já que ainda não provaram do conhecimento e da sabedoria com o qual os dotei desde o princípio. Serão, no início, vazios e seus talentos estarão dormindo como uma semente na terra fértil do espírito. Assim é, porque Meu desejo é que os poderes dos Celestiais estejam à disposição e serviço dos irmãos mais novos, para ajudá-los a florescer até a plenitude.
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A Batalha do Amor Cósmico
AdventureDa origem da Criação, Elain, Deus entre todos, manifestou os Celestiais e inumeras raças do universo. No entanto, uma de suas mais prodigiosas criaturas, Luciel, se opõe ao grande Plano Cósmico e inicia um guerra no seio da criação, arrastando cons...