De Sirlem
No princípio três planetas receberam em sua carne os códigos da nova raça. O primeiro foi Sirlem, dos três o menor, cuja coloração vermelha da superfície provinha do mar rubro que cobria quase por inteiro o globo. Em uma primeira vista do espaço poder-se-ia imaginar tratar-se de um planeta vazio e sem vida, porém era abaixo das águas que ela prosperava em toda sua riqueza.
Da escuridão das profundezas emergiam gigantescas formações de corais, tão extensas e complexas que escondiam vastos emaranhados de cavernas submersas. Ali, entre as inúmeras espécies aquáticas, os Celestiais escolheram uma e depositaram nela os novos códigos pois, segundo a destinação sagrada daquele mundo, o novo homem nasceria e viveria sob as águas.
Durante a passagem dos grandes períodos geológicos a alma se aperfeiçoou e ganhou domínio sobre o corpo, amadurecendo em inteligência e sensibilidade. A forma de sereia, com grandes olhos negros e barbatanas nas laterais de cabeça, emprestavam-lhe uma beleza ímpar e movimentos ágeis no meio líquido, quase como um bailado gracioso em meio aos cardumes e grandes seres marinhos.
A única coisa que quebrava a imagem habitual das paisagens oceânicas eram os objetos voadores que, de quando em quando, desciam dos céus até as profundezas abissais. As criaturas marinhas observavam-nos com curiosidade pois deles desciam estrangeiros, que passavam seu tempo coletando pequenas coisas e estudando a fauna, para depois partirem novamente sem deixar vestígios.
Porém essa humanidade não chegou a manifestar um grau avançado de inteligência já que, enquanto ainda aprendia os princípios básicos da autoconsciência, uma grande pedra caiu do firmamento.
Rápida e iluminada como o clarão do último dia, ela irrompeu dos céus e atingiu os mares, com tamanha violência que o mundo se deformou. Profundidades que jamais viram a luz do dia se abriram diante do sol, abismos cuspiram fogo até ferver as águas, ondas colossais subiram sobre a superfície e jorraram para fora do planeta, molhando o espaço negro do vácuo. Nada restou. Toda vida pereceu, o mundo saiu de seu lugar, afastando-se do sol, e em sua tristeza se fechou na escuridão de uma fria noite perpétua.
Eis o destino de Sirlem.
De Uguteriom
Outro mundo a abrigar a nova raça foi Uguteriom, segundo em ordem depois do Sol, uma Anã vermelha massiva. Diferente do que os Celestiais haviam feito antes, eles implantaram os códigos genéticos diretamente no reino vegetal, que era o mais adiantado daquele sistema planetário. Assim, esperavam obter uma experiência diferente, formando uma humanidade centralizada na sensibilidade característica desse reino.
Visto da órbita espacial, Uguteriom apresentava uma coloração levemente cinza, recortado por faixas de nuvens esverdeadas cuja vivacidade davam-lhe um tom alegre e jovial. Não possuía luas, no entanto ostentava dois finos anéis de poeira estelar inclinados, se tomar como referência os polos planetários.
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A Batalha do Amor Cósmico
PertualanganDa origem da Criação, Elain, Deus entre todos, manifestou os Celestiais e inumeras raças do universo. No entanto, uma de suas mais prodigiosas criaturas, Luciel, se opõe ao grande Plano Cósmico e inicia um guerra no seio da criação, arrastando cons...