Prólogo

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Positivo. 

Minhas mãos tremiam segurando o teste. Aquilo não estava acontecendo. Não podia estar. 

Incrédula eu olhei o pequeno sinal de +. O teste dizia que falsos positivos não existiam, apenas os negativos, mas naquele momento eu nem me dava o luxo de ter esperança. Minha menstruação estava atrasada e eu sentia enjoos constantes nos últimos dias. 

—Kate! —Rosalie bateu na porta do banheiro. —O que deu no teste? Eu estou ficando preocupada! —Ela gemeu nervosa e eu me inclinei da minha posição sentada sobre a tampa da privada para abrir a porta, ainda meio entorpecida. 

Minha melhor amiga segurava sua bebê no sling colorido. Quando eu liguei para ela naquela manhã ela chegou em quinze minutos na minha casa numa distância que geralmente chegava em quarenta. Ainda com a calça de moletom e com a pequena Amy ainda de pijama de flanela sugando o próprio dedo com os olhos verdes abertos e curiosos. 

Seis meses e ela ainda preferia ficar todo o tempo no colo da mãe. Rosalie ainda preferia levar a pequena bebê em todos os compromissos que aceitassem que ela fosse porque ainda amamentava a menina. Meu estomago afundou dolorosamente. Era aquilo? Eu viveria assim agora?

Lágrimas chegaram aos meus olhos. Rose tinha um marido, alguém ao seu lado. Quando estava esgotada recorria a ele, era ele que trocava as fraldas durante a madrugada, era ele quem segurava Amy depois que ela era alimentada. 

Eu só estava com Simon há cinco meses. Eu ainda voltava para minha casa depois de um dia juntos durante a semana. Ele ainda perguntava onde estavam coisas básicas no meu apartamento. 

Como criaríamos uma criança?

—Não me diga... —Rosalie começou a dizer e eu levantei trêmula o teste em sua direção. Ela se inclinou e sua expressão desmoronou. —Ah, Kate...

—Nós nos conhecemos há cinco meses. —Eu repeti as palavras em meus pensamentos, um sorriso sem humor nasceu em meus lábios. —Quando eu comprei o teste eu preferi chamar você porque não faço ideia do que ele está fazendo nesse horário. 

Rose se abaixou com dificuldade, ajoelhando-se no chão do meu banheiro enquanto segurava a bebê que agora resmungava pela mudança de posição. Minha melhor amiga tirou os meus cabelos bagunçados da frente do meu rosto. 

—Você tem que falar com ele. —Ela sussurrou de maneira doce e eu a olhei. —Não repita os meus erros. Simon precisa saber. 

Abaixei meu rosto. Rosalie tinha escondido seu primogênito do pai. Oliver só foi tomar conhecimento do filho três anos depois da sua concepção. Aquele momento no escuro tinha levado dor para ambos. Rose tinha cuidado de uma criança comigo somente ao seu lado, passando por maus bocados e trazendo sofrimento a ela e Oliver quando ele tomou conhecimento do filho. 

Agora eles estavam bem. Felizes, amando um ao outro e vivendo a vida dos sonhos um ao lado do outro com sua pequena família. 

—Eu faria por você o que você fez por mim. Posso criar essa criança com você. Oliver, eu e você damos conta de disso. —Ela me disse com a força que era sua característica. Minha irmã do coração. —Mas pode poupar sofrimento se ele souber. 

Olhei em seus conhecidos olhos por alguns segundos. Ela estava certa. Eu tinha que contar. 

Peguei meu celular na pia onde ele tinha estado para cronometrar o tempo que o teste precisava estar submerso. O número de Simon sequer era o primeiro. Pisquei as lágrimas e liguei. 

—Simon. —A minha voz era controlada quando caiu na caixa-postal. —Eu tinha lhe dito que estava... enjoada esses dias... eu fiz um teste. Deu positivo... me ligue quando ouvir isso. Temos que conversar. 

Desliguei. 

Rosalie olhou para mim. Lágrimas em seus olhos e então um sorriso surgiu em seu rosto e eu o espelhei chorosa. A situação era desesperadora, mas ainda sim o traço de felicidade apareceu em mim. 

—Você vai ter um bebê. —Ela anunciou e me abraçou. —Nossos filhos vão brincar juntos como sempre imaginamos. —Ela pintou o cenário bonito e um soluço irrompeu em meu peito e eu a abracei, rindo e chorando ao mesmo tempo. 

O sonho que tínhamos quando ainda eramos jovens estava a nossa frente. No entanto, a realidade ainda seria dura.

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