The Alfa and The Omega

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Um suspiro escapou dos lábios carnudos quando a carruagem parou. Não conseguia enxergar nada lá fora, mas imaginava que o crepúsculo ganhava o céu por conta do frio que passou a lhe incomodar. Mesmo se tratando de uma viagem curta, convenceu seu pai de que roupas leves seriam mais confortáveis, e era o único motivo pelo qual não tinha nenhum glamoroso hanfu cobrindo seu corpo. Na verdade, estava usando apenas uma camisa branca de manga comprida e uma calça preta, levemente folgada em seu corpo. Nem mesmo a coroa repousava sobre os fios negros que estavam soltos, batendo harmonicamente em seu ombro.

O lacaio, um beta, puxou o tecido que cobria a saída da carruagem e estendeu a mão para que o príncipe descesse, coisa que fez rapidamente, deixando que as botas pretas tocassem o chão de terra. Enquanto o beta passava a tirar seus malotes, Jongin permitiu-se contemplar o que agora seria o seu novo lar.

Era uma estrutura simples, ainda que muito bonita e bem construída. Tinha as paredes de madeira e tijolos vermelhos lhe cobrindo. Lembrava-lhe vagamente o castelo, por conta das extremidades pontudas no telhado, mas de resto, era bem menor e mais simples. Estava pintada de branco e tinha uma enorme porta em sua frente, permitindo-lhe ver através do vidro o que acreditava ser o terraço, ainda que não houvesse quaisquer móveis.

Pelo que soubera, aquela fora a casa oferecida ao general assim que o mesmo pisou em Sanní, mas ele não a utilizou, preferindo ficar no quartel. Alguns móveis foram colocados urgentemente para que o príncipe se sentisse mais em casa - palavras do próprio general - então Jongin não tinha certeza do que iria encontrar.

A ideia, a princípio, era que ambos ficassem no castelo, mas o próprio Jongin pediu por aquilo. O lugar deveria ser a futura residência do seu irmão mais velho, era fato que suas responsabilidades reais poderiam ser cumpridas de qualquer lugar, afinal o pai ainda estava vivo e era o soberano, então iria para o castelo quando realmente não houvesse ninguém para responder pelo seu reino. Enquanto isso não acontecia, queria ficar um pouco longe do castelo.

Chanyeol pareceu concordar com aquilo prontamente, ficaria mais próximo do quartel, e por tabela, não teria que viver o algoz das responsabilidades reais, querendo se limitar apenas a questões militares.

— Majestade?

Jongin, que estava perdido na rede de seus pensamentos, balançou a cabeça tentando voltar para o mundo real e dar atenção para o homem que lhe chamava.

— Desculpe-me. Poderia repetir? — Pediu em um tom gentil com um sorriso levemente culpado sobre os lábios.

— Deixamos tudo dentro da casa. Poderíamos ajudá-lo em mais algo?

O príncipe rapidamente negou com a cabeça.

— Não é necessário. Posso lidar por mim mesmo com o restante das responsabilidades. Agradeço.

— Vossa Majestade tem certeza que não quer nenhum empregado junto a si?

Jongin tornou a sorrir.

— Estou bem assim. Serei apenas eu e meu marido. Tenho total crença de que saberei enfrentar quaisquer problemas que possam advir.

O beta assentiu com a cabeça e curvou-se antes de se direcionar à carruagem.

O ômega abaixou o corpo e tirou as botas que lhe cobriam os pés antes de finalmente entrar na casa, sentindo a textura da madeira contra a sola do pé até chegar na maciez do carpete que cobria toda a sala.

O cômodo era pequeno, mas não de uma maneira sufocante. Definitivamente tinha um tamanho ideal para duas pessoas. Havia um grande estofado de cor rubra e um pequeno centro a sua frente, comprido, onde o Kim imaginou que seriam feitas as refeições. Entrando pela esquerda havia a cozinha, que parecia equipada com o necessário para preparar quaisquer alimentações. Seguindo pela direita, encontrava-se um corredor com três cômodos, dois quartos e um banheiro.

The Crown and The SwordWhere stories live. Discover now