o império contra-ataca; verkwan

"como assim o darth vader é o pai do luke?!"

anos 80, meia noite de uma segunda-feira, boo seungkwan tem oficialmente dezesseis anos agora.

dezesseis anos e um spoiler tão gritante tatuado no seu pulso direito que ele pode jurar, por todos os jedis do mundo, que já se pode considerar viúvo.

o garoto se levanta apressado da cama - sim, ele tinha colocado o despertador para a meia-noite, afinal era contra todos os seus princípios perder um segundo sequer do tão aguardado aniversário - e acende a luz do banheiro, examinando bem de perto a tinta ainda desbotada que queima conforme vai tomando forma em sua pele.

só pode ser brincadeira!

- merda – murmura, encarando as bochechas ainda maiores pelo sono – merda, merda, merda!

por que aquilo tinha que acontecer justo com ele, justo agora?!

o episódio v sairia em julho, ele e seus amigos estavam ansiosos pra continuação há meses e planejaram tudo o que levariam para o cinema, afinal os trailers vinham prometendo um plot twist inimaginável.

haha, é, com certeza.

- filho da puta!

com certeza esse entraria pra história como não apenas o pior soulmate de todos os tempos, mas também como a pior frase pra se ter tatuada no seu braço.

o que custava ele ter uma tatuagem legal, como a de minghao em que está escrito "eu gostei dos sapatos dele" em chinês ou a de wonwoo e mingyu que tem a mesma tatuagem por falarem "cachorros são, sim, melhores do que gatos" ou jinhoo e soonyoung que são amigos há anos e se apaixonaram antes de descobrirem serem soulmates.

deus, seungkwan estava realmente puto.

mas, como já diria dk, merdas acontecem e ele vai ter que lidar com isso nas próximas oito horas, quando os amigos da escola começarem a encher o saco para verem sua tatuagem e ele não puder mostrar pra absolutamente ninguém porque se qualquer um dos cinco desconfiar da bomba-relógio que está carregando ele provavelmente vai ser empalado. vivo.

com meia hora de atraso e o casaco do uniforme rasgado na lateral, o boo tem a triste certeza que aquele não vai ser um bom dia. na verdade, ele é uma pessoa particularmente otimista e acredita que qualquer dia pode ser um bom dia se você tentar.

exceto por hoje. hoje definitivamente não vai ser um bom dia.

- ei, kwan, você tá atrasado – hoshi reclama, com uma careta engraçada, quando o final do intervalo soa – e justo no seu aniversário!

- a gente tinha trazido um bolinho da padaria pra comemorar, mas o dk comeu.

- que mentira, minghao – o garoto se defende, tirando uma embalagem da bolsa e colocando sobre a mesa do refeitório - eu só dei uma mordidinha.

o muffin de banana com gotinhas de chocolate está meio amassado depois de ser enfiado entre os cadernos de gramática do garoto e, de fato, tem uma mordida na sua lateral que faz com que a vela listrada tombe para a esquerda, mas nada que estrague a intenção dos amigos.

eles cantam parabéns alto o suficiente para a cantina participar também, dão pra ele seus presentes - um chaveiro daqueles que você ganha ao se inscrever em cursos de verão, um lápis de cor marrom pela metade e um desenho parcialmente colorido do mc donald's - e puxam suas orelhas dezesseis vezes para "ver se você cresce um pouco" (ironicamente, essas palavras partem de jihoon).

talvez, se ele conseguir ignorar o começo, aquele ainda possa ser um bom dia, no fim das contas.

- e então?