Nada além da felicidade.

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Os raios de sol surgiam pela janela e se esforçavam para chegar aos corpos unidos no chão. O sol parecia com inveja do abraço quente que os dois partilhavam e tentava roubar ao menos uma parte do calor que emanava daqueles homens. Duas camisas largadas aqui, duas calças largadas ali, mas não se soltavam. Jamais deixariam um ao outro, porque não eram um par: eram um só e além de partilharem o mesmo amor, também faziam parte da mesma alma. Os cabelos de Jeon chegavam nos ombros de Jimin, pregados no outro pelo suor de ambos, suas mãos permaneciam em um movimento afoito, os dedos do maior percorriam pelo pulso do dançarino, seus olhos pretos sendo preenchidos pelo mais puro e ingênuo sentimento ao contemplarem a recém tatuagem dele, revelando suas iniciais juntas. Jungkook segurava as próprias lágrimas porque já tinha se derramado inteiro de amor por aquele que estava entrelaçado em seus braços.

Tinham esperado tanto para finalmente estarem juntos que até o tempo não queria que aquele momento acabasse... As horas espremiam-se umas nas outras para que demorassem a passar e as plantações de girassóis na cidade se viravam na direção dos dois, se opondo ao sol e assustando os moradores, como se sentisse todo o amor que emanava pelo ar, porque o sentimento dos dois se propagava por todo o quarto e o vento que entrava pela janela aberta fazia questão de espalhar para todos os lugares. Se até a natureza orgulhava-se do amor entre dois homens, por qual motivo então não podiam sair pela porta de casa e desfilarem de mãos dadas? Por que Jimin não poderia viajar com seu amado para viver o sonho de se tornar o maior dançarino de todos os tempos? Por que não poderiam quebrar as correntes que os impediam de serem eles mesmos?

Quando o primeiro badalar dos sinos da igreja resoou, o menor soube que era hora de ir embora. Entreolharam-se e não precisavam trocar uma palavra sequer, havia tanto que podiam dizer somente com os olhos, Jeongguk sempre dizia que a conexão fora formada desde quando eram crianças e o viu performando na apresentação escolar. Jimin acreditava que a conexão era de outras vidas, de outros universos, de outras dimensões. Não importava, pois partilhavam do princípio de que eram pra ser. Em todos os aspectos preexistentes.

Ah, como doía... seu coração rasgava em pedaços ao ver o grande amor da sua vida ir embora com a incerteza de volta, o que não o impedia de se sentir feliz, pois era a realização do sonho de Jimin que não se despediu, nem ao menos olhou para trás, pois tinha certeza que se o fizesse jamais seria capaz de partir. Ficou lá por minutos, ou quem sabe horas? Não sabia ao certo, mas quando decidiu sair do lugar foi com uma estranha sensação de que seria para sempre e aquilo o devastou.

No caminho de volta para a fazenda, o sol já corria para se esconder e alguns girassóis estavam murchos, afinal o que podiam fazer por eles? O sol já era fadado a viver sem estar junto a lua, os girassóis deveriam sempre estar voltados ao astro rei, não havia escapatória para nenhum dos três, não havia salvação ou golpe de misericórdia do destino. Porém, o vento que batia em Jimin na proa do navio percorria todo o oceano, milhões de léguas atravessadas para que Jungkook pudesse sentir, nem ao menos que fosse em seu inconsciente o cheiro do seu amor.
Foi capaz de sorrir em meio a escuridão.
Foi capaz de sentir nada além da felicidade, nem que essa fosse ao menos por finitos instantes.

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⏰ Última atualização: Apr 13, 2020 ⏰

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