Cap Único

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Odeio ter que concordar com Kankuro e Gaara, mas para minha proteção e dos que me cercam é melhor que eu permaneça longe da minha aldeia... Claro que, não durará para sempre e logo retornarei ao meu lar. Estar em uma pousada não me agrada também, apesar de intimista, nada melhor que a casa da gente, com o próprio povo. Enfim, assim que pisei em Konoha, logo trataram de me arrumar uma sombra, literalmente. Nara Shikamaru, aquele que ousou me enfrentar nos exames Chunnin... logo ele... com toda aquela empáfia, e toda aquela preguiça e... charme, destreza, inteligência... Não há nada que me atraia mais que inteligência... Mas é claro que isso não está em pauta aqui! Não quero, nem devo ter devaneios desse tipo relacionado a essa pessoa! Meu objetivo é permanecer aqui por duas semanas e estou confiante que se passarão rapidamente. 5AM do terceiro dia em Konoha, sem planos, mas com uma possível indicação de missão oriunda da Godaime Hokage, Tsunade-sama, cogito que o dia será animado. 6AM e o sol se põe em meu rosto, ao abrir a janela para arejar o quarto e na esquina vejo aquele que rodeia meus pensamentos... Shikamaru.
- Não está muito cedo? - indago
Ele boceja e como de costume, com as mãos atrás da cabeça, responde irônico:
- Como se eu não tivesse sido obrigado a te vigiar a cada passo que der aqui dentro.
Dou risada, pois talvez no fundo eu quisesse que minha presença fosse incomoda para ele.
Já na porta da pousada, confiro se tudo o que precisarei está na mochila, enquanto sinto o olhar penetrante de Shikamaru em mim, mesmo que ele tentasse evitar, pois quando eu olhava de volta ele desviava o olhar.
- A Godaime Hokage nos passará uma missão a seu pedido, e, apesar de adorar não fazer nada, estou cansado de ter que vigiar alguém em tempo integral em pé numa esquina.
Apesar do espanto pela audácia, rio deliberadamente da cara de tonto que Shikamaru tem.
- Ótimo, pois saiba que também não me sinto confortável sendo vigiada 24 hrs por dia. - Respondo o encarando. Seus olhos são castanhos com risquinhos preto, sobrancelha muito escura e fina e os cabelos cresceram desde os exames Chunnin, além é claro de sua altura que quase dobrou. Essa constatação foi feita nos 5 segundos que nos encaramos. Ele também fez sua leitura sobre mim. Toda essa reclusão não está me fazendo bem! Estou fantasiando algo que não existe! Temari você está louca!
- Pois então vamos! - digo envergonhada
- Não podemos atrasar - e vou andando em direção ao escritório de Tsunade-sama.
Ele coloca as mãos atrás da cabeça novamente e sorri.
- A Hokage solicitou para que nos encontrássemos em outro lugar... Por ali - apontou ao sentido contrário de onde eu estava indo.
- Tudo bem... - consenti, apesar de achar estranho
Enquanto andávamos um silêncio intimidador se instalou entre nós. Em minha cabeça, imagens da nossa luta começam a aparecer, a leitura que fiz sobre quem era o Shikamaru se manteve intacta... esse garoto era imprevisível! E neurótico, não parou de olhar para os lados e para trás durante o trajeto.
- Saiba que... Deixei você ganhar por estratégia... Meus níveis de chakra estavam esgotados e prosseguir para a cartada final seria burrice... - ele diz com ar de convencido.
- ou suicidio... não? - respondi no mesmo tom.
Ele sorriu. O mesmo sorriso que anunciou sua desistência nas provas, o mesmo sorriso de quando me encontra e claro, tenta disfarçar. Rimos juntos afinal.
Estávamos indo em direção a colina mais alta de Konoha. Não me parece um bom lugar para delegar missões e lidar com papeladas... Tsunade-sama realmente nos convocou para esse lugar?
Repentinamente empurro Shikamaru na primeira árvore que vejo na colina e puxo uma kunai para seu pescoço.
- Pode considerar qualquer movimento seu como suicidio a partir de agora! A Hokage não nos convocou para cá! O que pretende Shikamaru? - pergunto enfurecida.
- Pergunto o mesmo a você! - Ele olha para baixo fazendo eu olhar também. Sinto algo gelado em minha barriga. Kunai. E ele rasgou meu vestido. Canalha.
Num rápido movimento ele nos troca de lugar, me colocando contra a árvore e termina de rasgar meu kimono. Sinto meu corpo arrepiar.
- Eu sinto algo estranho quando estou com você, quando penso em você... E ultimamente a única coisa que eu faço é pensar em você... - diz ele corado.
Nossas respirações ofegantes entram num só ritmo. Estamos nos aproximando cada vez mais. Seus olhos castanhos com risquinhos pretos vão se fundindo aos meus, que certamente estão mais verdes devido aos raios de sol. Nosso lábios anseiam por esse momento há muito tempo. Ele larga sua kunai, que cai entre nossos pés e agarra minha cintura. Um milímetro para realizar o meu desejo que há tempos tento conter a todo custo. E subitamente o empurro com a kunai ainda em mãos e ajuda do pé direito.
- M-Me desculpe... - disse ele envergonhado.
- Shikamaru, eu... - minha fala é engolida a seco quando vejo sangue no pescoço de Shikamaru.
Corro em direção ao mesmo na tentativa de verificar o corte. Superficial. E diferente do que estávamos sentindo. Profundo.
- Eu não queria! Me desculpe... - digo o abraçando.
Pego o pedaço do meu kimono que estava ao chão e envolvo seu pescoço. Primeira vez que vejo seu rosto sem expressão. Incômodo aterrorizador.
- Eu penso em você... - digo baixinho próximo ao seu ouvido - o dia todo, a noite toda...
Ele me levanta pelo pescoço e me choca contra a árvore. Me seguro em seus ombros e coloco as pernas em volta de sua cintura. Ainda com uma mão pressionando meu pescoço, ele leva a outra à minha cintura. Sinto seu coração bater tão forte quanto o meu. Sua expressão mudou para um desejo ardente e incontrolável. Ele coloca meu rosto para cima enquanto beija meu pescoço. Eu encravo as unhas em seus ombros. Ele me beija até o queixo e para para me olhar. Sorrio. E avanço. Nos beijamos com todo o desejo que tínhamos guardado. Um beijo apressado, porém ritmado, sem euforia. Sua mão que estava em minha cintura, desceu até a bunda e a apertava com força. Eu estava totalmente anestesiada, sem forças para me movimentar, até que minhas pernas bambeiam e eu volto a ficar de pé. Eu o amo. Ele sorri entre os beijos. Tento colocar minhas mãos em volta de seu pescoço, mas num movimento ele me vira de costas e me prensa na árvore. Ele beija meu pescoço e com uma das mãos aperta minha cintura e com a outra meus peitos. Sinto algo duro mas minhas costas.
- Por favor... não... n-não... - digo baixinho, entre gemidos
Abruptamente, ele me vira de frente e se abaixa. Passa um dos dedos no meio das minhas pernas, por cima do shorts. Não devemos continuar. O empurro novamente. Ele cai sentado e começa a gargalhar.
- Não podemos... - digo entre suspiros
- Não mesmo... - ele confirma, se deitando com as mãos atrás da cabeça.
- Não aqui, nem agora - ele completa, enquanto olha para o céu. - Vou te esperar Temari. O tempo que for.
Sinto minhas bochechas pegarem fogo, tenho certeza que corei.
Vou engatinhando até deitar ao seu lado. O encaro.
- Vou te esperar Shikamaru. O tempo que for.

Shikatema - Vou te esperarOnde histórias criam vida. Descubra agora