Capítulo 3

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Louis pov

Eu não sei quando foi que eu comecei a ser tão indefeso, minha 'mãe' sempre me dizia que arriscar é melhor que remediar, mas isso estava certo em todas as ocasiões?

Eu não sinto mais os meus músculos, e parece não haver se quer uma gota de sangue correndo em minhas veias. Me sinto como um vampiro, 'morto', gelado, e que não via o sol à dias. Exatamente como um vampiro. A única diferença é que ao meu ver sangue não é muito apetitoso.

Era incrível a minha capacidade de pessimismo mesmo quando eu sei que a situação é ótima? É, eu sou pessimista. E eu nunca tenho sorte.

Não depois dos 16.

Ele apareceu do nada, e eu nem sei quem ele é de verdade, o máximo que sei é que ele tem o cabelo incrívelmente encaracolado, olhos verdes como esmeralda se chama H ( isso nem mesmo é um nome), 26 anos, e que estava fazendo trilha quando se perdeu.

Ele não tinha nenhum equipamento necessário para fazer trilha, e muito menos roupas adequadas, mas eu não o questionei.

H tinha uma feição neutra, e estava sempre observando o ambiente à sua volta. Ele carregava em si um reservamento digno de respeito. Mas eu queria saber mais.

Henry? Herik? Eu não sei. Eu o chamo de H, por que ele me chama de Lou. O que é extremamente injusto, já que Lou tem três letras e H uma.

Não somos mais crianças. E por mais indefeso que eu esteja, esconder nossos nomes no meio de uma nevasca não ajuda muito. Na verdade, saber facilitaria caso eu caia de uma avalanche. Não que eu queira confiar nele, mas eu não quero ter que confiar em mim.

-Lou. Pegue, é uma barra de proteína. - vejo o Homem à minha frente me estendendo o pedaço de proteína e hesito em pegar.

Era óbvio que eu estava com fome, mas eu poderia confiar em comer algo de um estranho?

Lou.

As palavras saindo em sua boca dizendo meu apelido deixou-o extremamente íntimo. Era meu apelido afinal, isso deixa tudo mais íntimo.

-Ou você come, ou morre de fome.- ele me manda um olhar desafiador, e eu sabia exatamente onde ele queria chegar, mas eu não estava afim de joguinhos.

Eu era extremamente competitivo em quesito teimosia, claro que era divertido confrontar quem te confronta, mas não o conhecia, e não sabia até que ponto estava disposto a me desafiar.

Estendo minha mão e agarro a barra, comendo logo em seguida, e uma risadinha escapa de seus lábios. Eu tinha esquecido até como era o gosto de algo que não fosse gelo, e a últimas creme crackers.

Isso era tão bom.

- Acho que essa virou minha comida preferida.- digo o vendo de canto de olho fitar a porta de madeira à sua frente.

Ele era misterioso e muito reservado, fazia menos de 4 horas que ele apareceu, e trocamos menos de 10 palavras. Isso era tedioso para alguém que não teve uma companhia por 5 dias. Tá, não era tanto tempo assim, mas alguém falante como eu, vira um hábito ter alguém pra conversar.

- Essa não é a comida preferida de ninguém Louis.- diz pacífico mantendo seu olhar sobre a porta velha. Como ele sabia meu nome? Eu não tenho ideia, mas o frio na barriga me fez questiona-lo.

- Como sabe meu nome? - digo virando a cabeça totalmente ao homem sentado com os joelhos encostado em seu torso.

- Eu não sabia, até você me confirmar. - e um risinho fonho escapa da sua boca.

Ponto pra você H.

O fito desconfiado, tá que meu nome tem apenas 5 letras, Mas deduzir e acertar é uma puta sorte.

Lost on You | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora