Pimentona

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Jeongguk nunca pensou que estaria nessa situação.

Ele estava confuso. Irrevogavelmente e terminantemente confuso. Seu coração nunca havia batido daquela forma por alguém. Nunca se pegou pensando em alguém, ou sonhando acordado com alguém como ele fazia com o mais velho.

Kim Taehyung.

O moreno não soube quando isso aconteceu, apenas aconteceu. E ele sequer teve tempo de curtir isso ao lado do Kim. Taehyung estava o ignorando, o evitando e Jeon suspeitava até que havia sido bloqueado.

Agora, por quê?

Ele não fez nada de errado, né? Ele não ofendeu o Kim, nem usou ele, ou fez promessas. Jeon sequer teve tempo de fazer qualquer coisa.

Um dia eles saíram sem desculpas de trabalhos ou almoços na faculdade para discutir as atividades. Eles saíram saíram mesmo. Um encontro. Jeon sabia onde o levar, sabia que Taehyung iria amar o museu, o café estilo parisiense que foram e o filme dos anos setenta que viram na sessão especial de filmes clássicos daquele dia. Ele sabia porque ele prestava atenção em tudo o que Taehyung falava ou fazia. E ele sequer se dava conta disso.

Jeon só foi perceber agora que o "perdeu", mas como que você perde algo que sequer foi seu?

Ele queria ter sido de Taehyung e queria que Taehyung tivesse sido dele. Ele queria voltar a ouví-lo falar sobre Monet e Picasso durante os almoços, ele queria ver as bochechas ficando rosadas quando Taehyung percebesse seu olhar atento a ele. Jeon queria isso.

Mas o que mudou? E por quê do nada?

ㅡ Bro ㅡ ouviu a voz do loiro ao seu lado. ㅡ Você quer fazer a porra do favor de prestar atenção no jogo? Você morreu de novo cara.

ㅡ Foi mal. ㅡ Jeon largou o controle e Jimin desligou o console, olhando para si. Parecia preocupado. ㅡ Não precisava desligar, cara. Vamos jogar.

ㅡ Não.

ㅡ Não?

ㅡ Não! Não até você me falar que merda tá rolando com você. ㅡ Jimin cruzou os braços se virando para ficar de frente para o moreno.

Estavam no apartamento do Jeon e Jimin já era de casa o suficiente para andar por aí só de cueca. Intimidade era uma bosta.

Jeongguk suspirou passando as mãos no rosto.

ㅡ Não tá rolando nada, cara. Só tô cansado.

Jimin cerrou os olhos para si.

ㅡ Se está cansado, vai dormir. Não é como se você precisasse me fazer sala. ㅡ Jeon concordou. Era assim também quando ia para a casa do Park.

ㅡ Tá. Eu vou deitar então. Você sabe onde tem coberta e-

ㅡ Se eu for dormir aqui, você sabe muito bem que eu vou pra sua cama.

ㅡ Bunda com bunda. ㅡ Jeon apontou. ㅡ Se eu sentir essa sua pimentona na minha bunda eu vou te jogar pela janela.

ㅡ Bunda com bunda, bro. ㅡ Jimin colocou a canhota no peito e levantou a destra em forma de juramento. ㅡ Mas eu não prometo que não vou acordar com uma ereção.

ㅡ Eu vou trancar a porta do meu quarto e você vai dormir no frio.

Jimin riu alto de si. Jeon nunca deixaria o amigo dormir na sala no frio, mas se ele acordasse com o pau do Park contra a sua bunda, ele provavelmente o chutaria para fora da cama. Não era como se já não tivesse acontecido isso com os dois algumas vezes. Jimin chutava forte e Jeon acordava de mal humor muitas vezes.

E chumbo trocado não dói.

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