Capítulo 22

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P.O.V Mariany

Mais uma vez estava eu no hospital, com a Bianca e sua família, fazia algum tempo que eu tinha começado a ir pra lá, eu gostava deles, gostava de ficar com eles, podia ser eu mesma sem ficar me monitorando, era tudo muito leve, fez parecer que eu estava sobre pressão a minha vida toda. Era tudo muito simples, era dividido entre, brigas, surtos, piadas horríveis, e crises de risos. E o melhor de tudo, podia ficar com a Bianca sem medo, do que vão pensar ou de alguém ir contar pro meu pai, era simplesmente incrível poder beijar ela a hora que me der na telha.

Embora todas essas coisas boas hoje não séria um dia fácil, de uns dias prá cá, todos percebemos que os cabelos de Kátia tinha começado a cair, por conta da quimioterapia, e terá que ser raspado, e hoje era esse dia, Bianca parecia mais nervosa que a mãe dela, ela quase não tinha falado comigo durante o dia, sabia que ela estava abalada psicologicamente, e eu precisava dar um tempo a ela. Mas claro que eu não deixaria de ir no hospital hoje, mesmo com isso sabia que ela precisava de mim.

Estava em um pequeno sofá da sala do hospital junto com Bianca, estávamos com as mãos entrelaçadas e ela balançava constantemente seu pé, pelo nervosismo. Logo a enfermeira adentrou a sala com uma tesoura e uma pequena máquina de cortar cabelo

- Boa tarde senhoras - disse ela

Nós já tínhamos até pegado uma certa intimidade com ela por ver ela quase todos os dias

- Boa tarde - disse Kátia, que perecia bem tranquila na verdade

Kátia havia ido até o banheiro com a enfermeira, e se sentou em uma cadeira que a mulher havia colocado, não demorou até vermos os cabelos de Kátia caírem no chão

Eu estava na porta do banheiro junto com Bianca apenas observando a situação, suas mãos apertavam a minha com força conforme os cabelos de sua mãe caiam no chão, aquilo era extremamente triste, imagina ter que raspar os cabelos por conta de um tratamento pra uma doença que você nem sabe que pode dar certo? Definitivamente, era torturante.

Alguns minutos depois a enfermeira já havia terminado, Kátia saiu do banheiro com o olhar triste, ela não tinha chorado em momento nenhum, mais era nítido a triste em seu rosto, Bianca logo a abraçou a confortando

(...)

Logo depois que a enfermeira saiu do quarto eu me aproximei de Kátia, afim de dar um presente que havia comprado pra ela a alguns dias atrás quanto fui no shopping

- Ei, Kátia, eu tenho uma coisa pra você - falei

- O quê? - perguntou ela me olhando curiosa

Então eu tirei uma touca bege da minha bolsa e a entreguei

Eu não sabia explicar o por quê, mas eu tinha criado um carinho tão grande por ela, talvez por que nunca me dei bem com a minha mãe, e acabei vendo ela como uma figura materna, mas de qualquer forma, eu a adorava

Ela adorou a touca, o que me deixou bastante feliz. Não demorou muito pra o Klébio e o Gagui chegar com toda a alegria deles, pelo menos eles iriam deixar aquele ambientes mais alegre

(...)

Cheguei em casa e fui direto pro banho, passei longos minutos debaixo do chuveiro apenas pensando em como minha vida tinha mudado

Sai do banheiro e fui até meu closet caçar uma roupa confortável, assim que me vesti deitei em minha cama tentando pegar no sono. Mas dois seres invadiram meu quarto pulando em cima de mim

- já vai dormir Mary? - Falou Mário

- Que milagre ela indo dormir sedo - disse Natany rindo me fazendo revirar os olhos

Passamos bastante tempo conversando, tava tudo indo bem, até que eu não sei como nosso assunto chegou na Bianca

- Tá Mariany, fala sério, o quê que rola? E não me venha dizer que não rola nada por que eu sei que rola - Disse Natany me olhando

- Aí gente... Eu não sei direito - falei sincera

- Como não sabe cristão, ou vocês estão ficando ou tão namorando, é fácil - Mário falou

- Não, não é fácil - falei

- Tá, mas vocês tão ficando não estão? - perguntou Natany me olhando como se fosse óbvio a resposta

- Sim.... - disse meio receosa

- É isso cristão, por que enrolar tanto, credo! - disse Mário revirando os olhos

- É que é complicado

- Complicado como? - Perguntou Natany

- É que as vezes eu sinto como se a gente tivesse bem, e as vezes eu sinto ela um pouco distante.... E além do mais, a gente nunca conversou sobre isso, nunca sentamos e falamos o quê que a gente tem, as vezes acho que ela tem medo de assumir algo sério.... - falei o que eu estava pensando a alguns dias

- Tá... Mas é se ela quisesse algo sério, você ia querer? Por que todos nós sabemos que você tem um medo absurdo do seu pai - disse Mário

- Aí Mário.... - falei deitando na minha cama - esse é o grande dilema da minha vida... - olhei pra eles - vocês acham que ela vai cansar de me esperar?

- Olha... Eu sinceramente não sei - disse Natany - A gente não conhece ela, não sabemos como estar a relação de vocês, aí fica meio difícil - disse ela e Mário assentiu

- Você ainda não explicou pra gente o quê que rola... - disse Mário

- Bom.... a gente fica, mas não é nada sério, apesar de parecer

- Então vocês se pegam? - disse Natany com uma sobrancelha arqueada

- Sim... Bom, se pegar é relativo

- Como assim? - disse Mário

- Ah.... Bom, já passamos disso algumas vezes - disse

- O QUÊ!? - disse Mário

- Meu deus Mariany.... Ok, está mais sério do que eu imaginava - Natany falou olhando pra mim

- Tá, mas e o Thom? - perguntou Mário

- O quê tem ele? - perguntei sem entender

- Ué, vocês não ficavam? - Disse Mário

- Não, a gente ficou uma vez e ele fica atrás de mim até hoje, ainda não entendo como ele não se tocou - falei

- As vezes você dar a entender que quer alguma coisa - disse Natany

- É que tem algumas festas que eu prefiro não ficar sozinha - disse dando ombros

- Eu acho melhor você se resolver com ela, conversarem e entrem em um consenso - Disse Natany me fazendo concordar



Muita coisa ainda vem por ai, aguardem

É isto

Bjs.

The My Girl - Biany (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora