HOW LONG

07

× 07 ×

Haviam noites, que em pleno e total silêncio, Reade se pegava pensando no que Zapata estava fazendo. Em que lugar do mundo ela estava? Ela estava com alguém? Estava bem? Será que ela estava feliz? Mas o que mais incomodava ele entre todas as suas questões era: "Ela sente minha falta?". Dentre todas as questões sobre Tasha que rodeavam sua mente, essa sempre foi a que mais o deixava desconfortável, porque, por mais que ele tivesse várias namoradas, que tivesse momentos incríveis, e vivesse histórias que poderia ser classificadas como histórias de amor memoráveis por menores que fossem, sempre que ele abria o álbum de fotos do seu celular quando não estava fazendo nada, era no rosto de Tasha que ele procurava, numa foto ou outra, e era nela que Reade focava. Sua mente vagueava e o levava para perto dela, para os momentos em que estiveram juntos, fosse em campo, no SIOC, bebendo uma cerveja bem gelada num bar, ou só comendo uma pizza enquanto assistia a algum jogo da temporada. Não importava que mulher ele tivesse ao seu lado em sua cama durante as noites frias, era de Tasha quem aquecia seu coração com uma simples lembrança dela, era de Tasha que ele sentia falta quando ele fazia alguma piada interna que só ela conhecia, e era com Natasha que ele queria comemorar o resultado dos jogos, falar sobre algum caso incrível ou extremamente, e ouvir a empolgação dela ao falar que ia acabar com algum desgraçado que certamente merecia toda a vontade de que ela tinha de destruir ele. No entanto, em nenhuma daquelas noites que ele passou sentindo falta dela, pensando nela, ou lembrando de como era bom ter sua melhor amiga ao seu lado, ele imaginou que teria com ela uma noite como aquela.

Chegar à casa dos Patterson foi fácil, difícil mesmo foi não acordar os sogros de Rich enquanto eles subiam escada acima entre risos, e atravessavam o corredor aos beijos. Reade pode ouvir o pai de Patterson perguntando do corredor se alguém tinha chegado enquanto ele trancava a porta e riu fraco com Tasha em seus braços. Edgar podia dizer que aquele momento era um dos sonhos inusitados que ele tinha vez ou outra, não que ele tivesse aquele tipo de sonhos com sua melhor amiga antes, mas era tão irreal que podia facilmente ser um. Entretanto, chamar aquilo de sonho, era um pecado do qual ele não se perdoaria se não o vivesse intensamente, porque era real. Cada toque que causava arrepios, o perfume de Tasha invadindo e impregnando suas narinas, sua pele macia, sua boca sobre a dele, os suspiros, a sede e a fome que se resumiam a um desejo que estava além do que ele podia imaginar que existia. Reade não soube dizer exatamente quando suas roupas abandonaram seus corpos, nem quando chegaram a cama. Ele estava inebriado, preso aos encantos de Tasha, se deixando levar por tudo que ela era, e se vendo cada vez mais a mercê da mulher que era de longe, a única capaz de fazer seu coração bater da forma que estava batendo naquele momento. A única capaz de fazer tudo a sua volta perder a importância só de ouvi-la gemer o seu nome, a única que lhe marcava não só a pele, mais o sua alma, por completo. Ele queria gravar Tasha parte de em cada parte da sua mente, dá mesma forma que, mesmo sem esforço algum, ela se tatuou em seu coração. Reade podia passar a noite inteira beijando cada parte de seu corpo, descobrindo nela, gostos tão únicos que o deixariam viciados, sensação tão distintas que fariam dele dependente dela por muito, muito tempo, e os céus sabem o quanto ele queria que aquela noite não acabasse, mas infelizmente, eles não eram de ferro, e o quarto logo se tornaria pequeno se tivessem mais qualquer energia continuar o que começaram nos fundos do bar.

Depois de ouvir a risada, os suspiros, e os gemidos de Tasha a noite quase toda, ele adormeceu com o sussurro dela enquanto abraçada por ele. Um sussurro que se fez tão distante que ele quase não escutou, mas que seus ouvidos não deixaram escapar tão facilmente.

— Eu amo tanto você... – ela disse sonolenta, enquanto imaginava que ele já tivesse adormecido, e em resposta, Reade sorriu sem que ela pudesse ver, e a aconchegou melhor em seus braços, adormecendo sem nenhuma dificuldade depois disso.