insegurança

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CAPÍTULO 23
-Mamãe! – Regina repetiu sem se mexer.
-Olá, querida... – fala emocionada, a voz embargada.
Ambas permanecem paradas se encarando, oscilo o olhar entre as duas.
-Então... – coço a garganta. -Não seria melhor entrar...? – me atrevi. Ok, é a mãe dela... Não é atrevimento, ou é?
-É s-sim, mamãe. Entre. – Regina dá uns passos para se aproximar mas não chega muito perto.
  Cora entra lentamente. Ela olhava para Regina com os olhos marejados. Há anos não se viam, até eu estava em choque.
  Fiquei observando calada, ambas se encaravam. Passamos vários minutos assim, não quis falar nada, já me sentia uma intrusa, falar não ajudaria.
  -Posso te dar um abraço? – meu coração se derrete com a pergunta da senhora.
  Regina se aproxima e se abraçam apertado. Permanecem assim por uns minutos, ambas chorando. Decido dar um tempo e vou à cozinha preparar alguma coisa.
  Peguei uma bandeja e comecei a preparar, fiz café – que Regina disse que sua mãe também gostava -, uns sanduíches naturais e também coloquei água. Esperei uns minutos e fui até a sala.
  Estavam sentadas, se olhavam, observavam cada detalhe. Sorri e cocei a garganta.
  -Emm... – sorrio e pisco para minha morena.
  -Espero que tenha acertado. – sorrio para a senhora. -Tenho que ir.
  -Oh! Eu... – Cora levanta. -Vocês estavam ocupadas...
  -Não se preocupe! – Regina também levanta. -Tenho que resolver umas coisas. – vejo Regina franzir o cenho, eu não tenho nada para resolver. -Foi um prazer conhecê-la, senhora Mills! – aperto sua mão.
  -Igualmente, senhorita Swan! Espero vê-la mais vezes...? – oscila o olhar entre nós.
  -Claro que sim! – Regina responde. Senti Cora respirar aliviada. -Vou levá-la até a porta.
  Me despeço novamente e caminho com Regina até a porta.
  -Então... – sorrio boba com seu nervosismo.
  -Fica calma. – ela assente.
  -Vou tentar. Posso te ligar mais tarde?
  -Estarei esperando! Aproveita. – ela assente e finalmente sorri. Me virei para sair mas ela segurou meu braço.
  -Obrigada! – me dá um longo selinho e entra. Ainda permaneci uns segundos parada com um sorriso bobo no rosto.
-SQ- Pov Regina
  Emma me esperava na frente da lanchonete para almoçarmos juntas. Me preparava psicologicamente para a série de comentários por eu estar dez minutos atrasada.
  Dobrei na rua da lanchonete e a vi sentada na calçada enquanto mexia no celular. Estacionei o carro e desci.
  -Olha quem apareceu, a senhorita “não tolero atrasos”! – semicerro os olhos e sorrio.
  -Vai pegar no pé por isso é? – questionei reprimindo um sorriso.
  -Ah, vou tentar. Mas você é muito lindinha, não consigo implicar! – nos encaramos e logo explodimos em uma gostosa gargalhada.
  -Uau Swan, isso foi terrível! – falo recuperando o fôlego.
  -É, percebi quando já tinha saído. – sorri e a abracei pela cintura. Entramos e enquanto ela falava com Vovó, sentei na única mesa desocupada.
  Olhei o cardápio sem saber o que pedir, não tinha muita coisa saudável. Levantei o olhar para saber onde Emma estava e a vi conversando com a garçonete. Por isso demora! Revirei os olhos e voltei a olhar o cardápio. Não estava com ciúmes, só é fome que estou sentindo.
  Passou-se uns minutos e ela não voltava. Então eu fiquei olhando descaradamente elas duas interagindo até que a loira notasse que eu já estava sem paciência. Um tempinho depois ela percebeu e se despediu da mulher.
  -Ei! – sorri e senta de frente para mim. -O que foi? Já pediu?
  -Não... não sei o que pedir. – dou de ombros. -Estou faminta!
  -O que acha... – a interrompo ao ver seu sorrisinho.
  -Ah não. Nem pense em pedir besteiras! – cruzo os braços.
  -Droga! – ficamos em silêncio.
  -Salada, peixe e batata frita? – ela entorta a cara mas logo sorri.
  -Tá legal! – ela acena e logo uma mulher diferente da que ela estava conversando surge.
  -Emma! Que bom vê-la aqui! – sorri mostrando suas covinhas.
  -Oi Vanessa! Tudo bem? – retribui o sorriso.
  -Sim... Enfim, o que vão querer? – Emma disse o que queríamos e ela anotava.
  -Ah, pra beber? – dei de ombros. -Suco de laranja.
  -Certo. Logo, logo eu trago! – diz e antes de sair, acaricia o ombro da Emma. Ergui a sobrancelha e suspirei. 
  -Então... – começa ao ver que eu não falaria nada. -Como foi a conversa com sua mãe?
  -Foi... reconfortante, eu diria. Não sei, foi tão bom vê-la depois tanto tempo. Eu sabia que sentia saudades, mas quando a vi ontem eu percebi a intensidade. – sorrio. -Conversamos sobre diversas coisas, inclusive como foi que me separei do Robin.
  Nosso pedido chega e tento ignorar os olhares da garota para com Emma.
  Comemos em silêncio. Eu conseguia ver o quanto a garçonete olhava para Emma e sorria descaradamente, um sorriso sacana.
  -Você tá bem? – me assusto com a pergunta e a encaro.
  -Estou. – forço um sorriso e ela semicerra os olhos.
  -Tem certeza? Sua voz tá tristinha... – fala com a voz extremamente doce.
  -Tenho sim. – voltei a comer em silêncio mas Emma continuou me encarando.
  -Olha, não vou mais tocar neste assunto. Só vou dizer que... – suspira e põe a mão sobre a minha. -Eu percebi que seu olhar mudou drasticamente, estão tristinhos. É ruim vê-la assim...
“[...]
Se estiver precisando
De amigo pra desabafar
Se for alguma coisa comigo
Vamos conversar
Eu não quero correr o perigo
De um dia você me deixar”
  Após isso não falamos mais nada. Logo nossos pratos foram levados e Emma insistiu para pedirmos sobremesa. Deixei que fizesse o pedido e arregalei os olhos para a quantidade de coisas que pediu: Brownie, um doce com morando e outra coisa com café e requeijão que eu não fazia ideia que tinha. Acho que a Vovó inventou, não sei. Mesmo com os restaurantes nunca tinha provado, se bem que mal tinha saído de Storybrooke.
  Novamente vi o olhar da garota em nossa direção. Ao ver que Emma percebeu, ela acenou fazendo minha loira sorrir. Bem, não minha né, mas...
  -Eu vou ao banheiro. – levanto sem encará-la.
  Apertei os passos e abri a porta, tinha somente uma mulher, todas as cabines estavam abertas.
  -Senhorita Mills? Você está bem? – balancei a cabeça espantando meus pensamentos e sorri.
-Estou sim, obrigada! – ela sorriu e saiu.
  Respirei fundo e lavei o rosto.
  Eu gostar da Emma não a torna minha, não mesmo. E depois de tudo que já passei, talvez seja somente insegurança o que estou sentindo. Depois de tantas coisas que ouvi, sinceramente não acho que eu seja boa o suficiente para estar com Emma. Ela é boa demais! Em todos os sentidos, é surreal.
  Olhei para o espelho e sorri. Saí do banheiro e voltei para a mesa. Ela me esperava para comermos a sobremesa.
  -Ei, eu não sabia o que ia querer comer, então te esperei... Quer provar logo? – lhe encarei e sorri pequeno.
  -Pode ser qualquer um. – dou de ombros. -Acho que todos são bons.
  Conversamos pouco enquanto comemos. Emma acenou para que trouxessem a conta. Quem veio foi a mesma garota que não parava de olhar para Emma.
  -Pode deixar comigo! - se apressou ao perceber que pegaria a minha bolsa para pagar. Ergui a sobrancelha. -Na próxima você paga. – pisca.
  -Então, Emma... – olhamos a garota. Swan lhe entregou o dinheiro e esperou que terminasse. -O que acha de sairmos qualquer dia desses? – arregalei os olhos e desviei o olhar delas.
  -Oh, eu... nossa... – meu coração acelerou e senti meus olhos arderem. -Agradeço o convite, Vanessa... Mas... – eu sentia que Emma me olhava, mas não conseguiria retribuir.
  É terrível eu estar me “envolvendo” com ela e ouvir tantas mulheres dando em cima dela. Totalmente compreensível, Emma é linda, gentil, atraente, interessante... Não temos nada concreto, sequer tivemos encontros ou coisa parecida, somente almoços que para as pessoas, era entre amigas. Não tem nada rotulado.
  -Mas eu estou saindo com a Regina! – pensei que não fosse possível meu coração acelerar ainda mais. -Desculpe.
  -Oh, eu que peço desculpas. Com licença!
“Escolhi você pra ser minha mulher
E sou tão fiel à nossa relação
Pelo amor de Deus, se for insegurança
Tira do teu coração!”
  Saímos em silêncio e seguimos para o meu carro. Me encostei e cruzei os braços.
  -Olha, desculpa! Eu não deveria ter falado aquilo, né? Eu me precipitei e... eu pensei que fosse ela que estivesse te incomodando desde o início, então eu quis deixar claro que...
  -Não! – a interrompi. -Não, Emma. Eu gostei do que disse... Mas querida, não quero que se sinta presa nem nada. Ela é jovem e bonita... e sim, eu estava incomodada com ela te olhando mas eu não tenho esse direito! – ela estava me encarando de uma forma tão doce que eu me sentia ainda pior por estar com ciúmes ou prendendo-a a mim. -Nós não temos nada, sequer tenho o direito de falar todas essas coisas. Além do mais eu sou completamente bagunçada, minha vida é uma bagunça! Sou complicada e muito insegura, e... – fui parando de falar ao passo que ela se aproximava. Sorriu de uma forma adorável e segurou meu rosto entre as mãos.
  -Você sabe que eu nunca fui muito organizada. – o sorriso não abandonava seus lábios. -Sempre gostei de uma bagunça e confesso, nunca fui muito comportada. Gosto de “coisas” complicadas. – pisca um dos olhos. -Eu quero você, Regina. Só você! Estou completamente apaixonada por você e tudo que vem junto. E apesar de gostar de uma bagunça, sei que você não, então estou disposta a ajudá-la a arrumar tudo! Estou disposta a arrumar e descomplicar sua vida, ajudá-la nessa insegurança... Não sei, eu só sei que... Eu quero só você! – frisou o você e sorriu largo.
  -Você é incrível! – falei com a voz embargada e a abracei apertado. Seus braços rodearam minha cintura mantendo-me colada ao seu corpo. -Obrigada, obrigada, obrigada...
  -Ei! – se afastou o suficiente para olhar nos meus olhos. -Você é atenciosa, inteligente, amorosa, carinhosa, carismática, divertida, cuidadosa... Enfim, eu posso dizer tantas outras palavras, Linda!
  -Eu só... eu não sei, tenho dúvidas. Não sei, Emma... Talvez seja só medo por tudo que já passei. – tento me explicar. -Tenho medo de não haver reciprocidade mesmo com tudo que me diz, você tenta me mostrar de todas as formas que... que... – respiro fundo. -Que eu sou boa.
  Ela me ouvia atentamente. Eu me preparava, estava me expondo demais. Entrelacei nossos dedos e suspirei alto.
  -Eu sou completamente, perdidamente apaixonada por você! Me apaixonei por você quando percebi que ficava com um aperto no coração por não ter notícias sua enquanto trabalhava, quando eu percebi que tinha medo de receber uma ligação da sua amiga me dizendo que tinha acontecido algo com você enquanto atendia algum chamado... Me apaixonei por você quando tudo o que fazia era pensar em você. E eu estou com medo de tudo que estou dizendo agora, confesso. Eu tenho muito medo. De tudo. Principalmente de amar. De me entregar... Eu fiz isso uma única vez na vida, Emma... – libero as lágrimas. -Uma única vez e arruinei tudo. Eu sei que você não é ele, nunca faria isso. Não estou te comparando com ele, só estou com medo.
  -Querida... – sua voz também estava embargada.
-Eu me entreguei, eu amei e esperei receber isso de volta. Esperei ao menos respeito, esperei e esperei. Mas nada aconteceu. Cansei e me acomodei, me acostumei com as palavras baixas, as traições, os tapas... Eu me acostumei por achar que eu merecia aquilo, por pensar que a culpa era minha de alguma forma. Demorei para perceber que estava em um relacionamento abusivo, eu sequer saía pois ele não gostava. Mas mesmo me dando conta de tudo isso, de que estava em um relacionamento abusivo, ainda pensava que era culpa minha e essa era a função do Robin, manipular o “jogo”, me fazer pensar que eu tinha feito algo para receber aquilo, que eu merecia aquilo... – acariciei seu rosto ao vê-la desviar o olhar e fiz com que me olhasse nos olhos novamente. -Confesso que fiquei muito brava com você por estar me fazendo sentir isso novamente, mas de certa forma de jeito único, mesmo conhecendo os “sintomas” da paixão, com você foi e é tudo diferente. Você é diferente. E eu quero tentar tudo que tiver direito ao seu lado mesmo com medo. Eu também quero você!

Eu me apaixonei
Talvez pelo sorriso
Olhar...
Não sei

Mas não o quis evitar
Talvez por curiosidade
Ou simplesmente
Por querer me apaixonar

Mas já o senti antes
Porém não foi bonito
Nem como nos livros de romance
Onde todos são tão apaixonantes

E neste sentimento
O que me corrói é a ansiedade
Talvez por não saber sentir
Ou simplesmente por não haver reciprocidade

                                 -BX

--------&-------
Ei, ei, ei, olha quem voltou!!! Akakakak
Então gente, me digam oq acharam, please hahaha
No próximo terá mais sobre a conversa de Regina com Cora ok?
Logo terá interação de todos juntos
Quero ver a Emma conversando com a futura sogra né hahaha
Farei de tudo para vir rápido e trazer os capítulos maiores! 😉
Ah, pra quem não conhece minha nova ff, dá uma olhadinha lá pfv

https://my.w.tt/cqhGtgnHx5

Até mais! ♥♥

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