Elizabeth Monthorn, uma garota considerada pela sociedade um exemplo feminino por ser padrão, recatada, formada em administração e recém-casada com um dos maiores babacas que os EUA já tiveram.
Essa sou eu!
Estou vestida com um dos meus melhores vestidos, pronta pra ter uma noite de jantar com meus pais e os familiares do meu marido.
Enquanto enxugo minhas lagrimas e guardo a garrafa de whisky, escuto passos do meu marido se aproximando do quarto em que estamos hospedados.
- Vamos? - Ele diz com um sorriso no rosto como se nada tivesse acontecido.
Vou em direção ao carro e fico ali parada na calçada olhando para o céu enquanto esta a anoitecer. Entro no carro e peço para que o motorista comece a ir.
George esta em nossa família desde que eu era uma criancinha, sempre me dando conselhos enquanto dirige. Graças a ele, quebrei o nariz de uma menina que tinha cortado uma mecha do meu cabelo. Ele me ensinou tudo sobre como eu deveria me defender, e logo fiquei de castigo claro. Hoje ele é um senhor de idade.
Antoni tinha ido em outro carro. Não me disse o porquê, apenas saiu logo depois.
Cansada da vida que tenho, encosto a cabeça na janela e começo a refletir sobre tudo que tinha acontecido há alguns minutos atrás.
Não demorou muito para que George notasse que eu estava cabisbaixa.
- Aconteceu alguma coisa filha, você parece tão tristinha!? -
- Não, é só mais um dia difícil como qualquer outro. -
- Se precisar conversar. -
- Não precisa obrigada. -
Logo chegamos ao casino, e meu pai estava lá para me receber.
Desço do carro com um sorriso forçado e me despeço de George.
- Você esta linda- Meu pai diz enquanto segura minhas mãos. -
- Onde esta Antoni? -
- Já esta a caminho- Falo enquanto olho para o outro lado com os olhos cheios de agua. -
Logo entramos no casino e nos dirigimos para o segundo andar. La que iria acontecer o jantar.
Estava lotado de empresários prontos para negociar.
Sento-me em uma das mesas que estava minha mãe e os outros convidados.
- Que cara é essa? Melhore já esse rosto, precisamos sair daqui bem sucedidas! - Minha mãe cochicha em um tom um pouco agressivo.
Forço um leve sorriso.
- Onde esta sua irmã? -
- Não cheguei a vê-la hoje -
Mas na verdade eu tinha visto sim.
Horas antes de sair, Antoni tinha dito que iria ver as reservas do hotel.
Ele demorou muito, então resolvi descer pra saber o que teria acontecido.
Quando cheguei à recepção, ele não estava lá. Resolvi não sair preguntando por ele, e então resolvi voltar para o quarto e esperar.
Minha irmã estava hospedada lá também, no mesmo andar.
Notei que sua porta estava encostada e resolvi entrar pra ver se ela já estava pronta.
Quando entrei me deparei com algumas peças de roupa de Antoni no chão. E então comecei a seguir os rastros sem fazer barulho.
E então, ele estava lá, no banheiro de baixo do chuveiro com ela. Vi tudo pela espreita da porta. Logo me veio um vazio e então fiquei em estado de choque.
Sai de lá da mesma forma que entrei. Em silencio absoluto.
Fui para o meu quarto chorar e beber antes que eu pudesse sair.
Não demorou muito para que Antoni chegasse, e ele veio acompanhado dela.
Parecia que ele tinha se casado com ela.
Na verdade eu não queria ter me casado com ele. Foi tudo um plano dos meus pais para reerguer todo nosso dinheiro.
Os dois se sentam e começam a conversar com os outros enquanto eu não consigo parar de olhar fixamente pra ela.
Todos rindo, comendo e eu ali sem nenhuma reação. Apenas continuo me sentindo vazia.
Logo todos começam a falar sobre dinheiro, economia e outras coisas que talvez eu nunca entenda.
Depois de trinta minutos só disso um dos convidados me pergunta.
- Então Elizabeth, como se sente ao saber que um dia você será dona do maior casino de toda América? -
- Bom eu... -
Antes mesmo de que eu pudesse dizer alguma coisa sobre. Começo a ouvir tiros e gritos vindos do andar de baixo.
E então todos que estavam postos a mesa entram em desespero e todos naquele local começam a correr e se esconder.
Corri para cozinha e me escondi lá.
Comigo estava a minha irmã.
- Não posso morrer, não dessa forma. - Ela fala com desespero.
- Pra mim não importa a forma que você vai morrer desde que você morra. –
- Como assim Elizabeth, não estou te entendendo. –
- Qual a sensação de transar com o marido da sua irmã? –
- Bom? Foi uma grande aventura para você? Porque pra ele eu tenho certeza que tenha sido. Há quanto tempo vocês fazem isso? –
- Ele te contou foi? – ela diz com um sorriso arrogante.
- Não, eu vi. –
- Estávamos pensando em depois de reerguer todo o dinheiro da família, dele te dar um pé na bunda e então nos casarmos. -
- Afinal, ele nunca te amou mesmo. Você estava sendo usada pra conseguir mais dinheiro, e comigo como você disse, ele estava tendo altas aventuras. –
- Ninguém casaria com você por amor, você é insuportável. –
- Ninguém suportaria viver com você a vida toda –
- Eu nunca esperaria isso de você. – Digo com uma vontade imensa de chorar.
Ainda com o cassino em caos, me levanto e sigo o barulho dos tiros.
- A onde você vai Beth? –
- Nunca mais me chame assim –
Naquele momento eu só queria sair de lá.
Desço as escadas correndo e vejo o confronto dos bandidos contra as autoridades.
Então fico ali agachada na escada esperando algum tiro me atingir.
- Elizabeth, saia já dai – Meu pai diz assustado.
Volto a olhar todo o confronto e os bandidos começam a gritar que havia um ferido do lado de fora.
O piloto de fuga tinha sido baleado.
- Por favor, minha filha você parece que teve um dia ruim, mas só foi mais um dia ruim – Ele diz estendendo a mão.
- E o que você sabe sobre dias ruins? –
Um dos bandidos começa a correr em direção ao carro. E naquele momento eu tinha mudado de ideia.
Levanto-me e vou em direção ao carro enquanto tiros atravessavam em todos os lados.
Abro a porta e tiro o corpo do piloto de fuga, e então eu tomo o controle.
Em seguida um dos bandidos entra no carro e então começo a dirigir o mais rápido possível.
Enquanto atravessamos a cidade em alta velocidade com viaturas atrás de nós.
- O que vocês esta fazendo? – Ele pergunta.
- É só mais um dia ruim! -