Eat Me Like A Green Apple Pie

487 57 361
                                    


Agosto, 2020

Segundo ano do Ensino Médio

Point Of View: Midoriya Izuku

Acho que estou pronto para ir para ao colégio... Tomei banho, estou de uniforme, arrumei a cama, tomei café, escovei os dentes, tentei arrumar o cabelo, minha bolsa tá arrumad- Ah! Como pude esquecer?

Peguei na estante do meu quarto, o caderno de análises de individualidades do pessoal da minha sala e coloquei na minha mochila... Eu tinha algumas perguntas para Kacchan que eu só poderia saber se ele me dissesse.

Saí do meu quarto e comecei a descer as escadas para ir ao térreo, onde fica a saída do dormitório. Mas no trajeto, eu acabei por encontrar Todoroki - meu colega de classe faz um ano e pessoa cuja possuo sentimentos não correspondidos-.

— Bom dia, Todoroki. Como está? – Perguntei meio envergonhado, porém com um sorriso animado.

— Oh, bom dia, Midoriya. Estou como sempre, e você? – Ele estava em sua costumeira feição neutra, mas senti como se ele fosse sorrir... Que estranho.

— Estou bem, sim... – e então o silêncio se instaurou. 

Não tinha muito o que conversar e ele parece não gostar muito de falar, sempre sendo mais reservado e sua face o mais neutra o possível, mantendo seriedade em qualquer situação que fosse. Mesmo se eu tivesse chance com ele, eu jamais saberia, ele parece não demonstrar nada.

Ficamos o trajeto todo em silêncio, era estranho e um pouco constrangedor, pelo menos para mim, pois eu queria tentar manter um diálogo, mas nem isso conseguia.

Ao chegar na sala 2-A, coloquei minha bolsa na cadeira e observei o bicolor fazer o mesmo.

As vezes me pergunto como é ver e pensar pelo ponto de vista do Todoroki, se seus pensamentos são organizados ou bagunçados, calmos ou agitados? 

Será que ele já xingou alguém por pensamentos ou ele simplesmente não dá a mínima?

Será que o resto do seu corpo têm cores metade-a-metade?

Que pensamento é esse, Midoriya? Tá que eu sei que eu gosto do Todoroki, contudo não me habituei a ter esses tipos de pensamentos... Principalmente quando ele está tão perto e não sabe o que se passa na minha cabeça; sinto que estou assediando ele. Acabei por rir do meu próprio pensamento.

— Do que está rindo, nerd? – Perguntou uma voz conhecida que surgiu do nada... ou eu estava distraído demais?

— Ah, nada, Kacchan. Apenas coisas idiotas que estava pensando. A propósito, bom dia!

— Nada fora do normal, e dia! – Murmurou colocando (lê-sê: jogando) sua bolsa na mesa.

Nossa relação, agora, não é de todo ruim, as vezes ele ainda é meio temperamental e rude, mas depois da nossa luta, ele tem melhorado seu caráter aos poucos. Kirishima ajudava a segurar as rédeas de Kacchan e, sinceramente, acho que os dois vão entrar num relacionamento logo, logo... Isso se já não estão em um. Sabe, as vezes ele aparece com marcas estranhas(?) no pescoço ou vivem no quarto um do outro.

Em um estalo, lembrei que tinha que falar com Kacchan:

— Hm... Kacchan?

— Que foi, Deku?

— Queria saber se mais poderia me responder algumas perguntas sobre sua individualidade.

— Tanto faz, só não me tome tanto tempo!

Caderno de anotaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora