Capítulo 01

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Baile de inverno

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Baile de inverno. Ah, como eu odeio esse baile. Todos os anos meus pais fazem uma enorme festa e convida inúmeras pessoas, só para comemorar a chegada do inverno. Não que eu não goste dessa estação, na verdade eu a acho linda, a neve branca caindo do céu é algo tão mágico, mas não sou muito chegada no frio, sempre que esfria um pouco eu acabo ficando resfriada, não importa se eu pegar friagem ou não.
Meu nariz entope e eu fico vermelha feito pimentão, meu cabelo fica seco e cheio de frizz, meu corpo implora por uma cama quentinha e por um chocolate quente, mas é claro uma princesa tem seus afazeres e não pode ficar deitada, muito menos tomar chocolate quente quando se tem o bom e velho chá.

Como eu odeio chá! Isso é horrível. Quem inventou isso deveria ser preso, tudo não passa de apenas água temperada com ervas.

Mas voltando ao assunto do baile, esse ano não vai ser um baile qualquer, neste ano o pretendente que meus pais escolheram para mim vai nos fazer uma ilustre visita. Como eu sou azarada! Imagina, euzinha me casando com um cara que mal conheço, isso é horrível. Acho que a única coisa boa desse baile é o fato de que esse ano eu vou poder escolher meu vestido.

E vocês acreditando ou não, antes dos meus dezoito anos eu não podia escolher que roupa usar. No dia a dia eram minhas criadas que escolhiam, mas em dias importantes, como o baile de inverno, minha mãe que sempre escolhia meus vestidos. Graças a Deus hoje eu tenho quase dezenove anos e já posso escolher minhas roupas.

E já emendando neste assunto, nesse exato momento estou me arrumando para minha última aula com meu professor de moda, quero mostrar o que aprendi estudando e aprendendo com ele a dois anos.

Visto uma calça de lycra preta com um cinto do mesmo tecido e cor, um body de lã branco, um blazer preto e um salto fino e médio na cor branca. Prendo minhas madeixas ruivas em um coque simples porém elegante. Finalizo com uma maquiagem leve e imperceptível.

Não gosto muito de vestidos, maquiagens ou cabelo muito elaborado. Prefiro calças e blusinhas, rosto limpo e cabelo solto. Só me arrumo mesmo pois se não minha mãe me corta a cabeça. Pelo menos consegui um acordo com ela onde eu pudesse vestir calças em dias que não tenho compromisso fora do Palácio.

Minha mãe gosta muito de vestidos e maquiagens, ela diz que isso a deixa mais jovem e bonita. Mas não acho certo ela tentar controlar o meu estilo e gostos para moda. Eu diria que meu estilo não é muito a cara da realeza, mas finjo que é para não decepcionar meus pais.

O relacionamento que tenho com eles nem sempre é agradável, me esforço para que eles tenham orgulho de mim, mas na maioria das vezes eles não reconhecem o meu esforço e me chamam de fraca ou de adolescente rebelde. Mas a realidade é que eu só quero ser livre, curtir a minha vida do meu jeitinho, ter minhas aventuras para contar para meus futuros filhos e acima de tudo me casar com alguém que eu queira e não com alguém que meus pais escolheram para mim.

Se eu pudesse com certeza fugiria desse lugar sufocante, mas é impossível, tem guardas para todos os lados. Se eu ousar sair portão a fora sem que meus pais saibam para onde eu vou é certeza que terá uma equipe de seguranças me esperando do lado de fora do portão para me levar de volta para o Palácio.

Então não, fugir não é uma opção.

Após a aula de moda tentarei convencer meus pais de que casamento arranjado não é uma boa opção, mas agora tentarei mostrar ao meu professor quem é a mais nova aluna fashion que ele irá formar.

Ao chegar na biblioteca me deparo com o professor que já está no meu aguardo.

- Bom dia minha Lady, como está? Pensei que a dondoca demoraria mais tempo para se arrumar. - nos cumprimentamos com dois beijinhos no rosto.

- Bom dia Gary, desculpa o atraso, eu estou bem e você?

- Estou bem mona. Não precisa se desculpar, pois pelo menos o atraso rendeu em algo bom, você está radiante. Esse look lhe caiu como uma luva, magnífica!

- Obrigada! Aprendi com o melhor. - Rimos. - Bom, o que vamos fazer hoje?

- Nós vamos sair para fazer compras!

- O que?

- Isso mesmo que você ouviu. Vamos fazer compras, já conversei com sua mãe e ela autorizou. Agora vamos. - Saiu da biblioteca rebolando sua bundinha.

Aí como eu amo ele! O Gary é, como eu posso dizer... Bom ele é gay, mas também é engraçado, estiloso e bem safado as vezes. As vezes não, ele é sempre. Mas também é um ótimo amigo e é um estilista maravilhoso, ele sabe do que faz e foi por isso que minha mãe o contratou para ser meu professor. Confesso que no começo eu o odiava, pois não queria ninguém me ensinando como devo me vestir, mas com o tempo peguei afinidade e nos tornamos amigos.

- Espera Gary, minha mãe vai me matar se ver que eu saí vestida assim na rua! - Corri para alcança-lo.

- Você prefere se arriscar e ser livre pelo menos uma vez na vida ou sempre fazer o que seus pais querem e viver infeliz?

Pensando bem, talvez Gary tenha razão. São quase dezenove anos fazendo sempre o que meus pais querem que eu faça, quase dezenove anos sendo infeliz. Eu cansei disso, vou ser quem eu realmente sou e dani-se se meus pais vão gostar ou não, eu não nasci para ser fantoche deles. Já me privei de mais por conta deles, não vou mais ligar para o que vão dizer sobre mim.

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