XIV

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Estranhamente, acordei cedo. Os primeiros raios solares entravam pela janela. Avani ainda estava dormindo, parecendo um anjinho.
Decidi então fazer algo diferente. Tomei um banho rápido, escovei os dentes, troquei de roupa e decidi ser o mais clichê possível: comecei a escrever um poema. Um poema sobre amor, que expressava todos os meus atuais sentimentos. Ainda não estava pronto, mas parecia bom.
Avani acordou, então escondi a folha de caderno com o poema rapidamente. Esperei que ela se arrumasse e fomos juntas tomar café da manhã.

Chegando lá, percebi que algo não estava certo. Senti todos os olhares dos presentes no refeitório sobre mim. Alguns cochichavam, outros apontavam em minha direção e uns apenas me olhavam com cara de desaprovação.
"-Amiga... acho melhor você dar uma olhada no seu celular."-disse Avani, com uma voz tensa que não combinava nada com ela.
Só então me dei conta de que ainda não havia checado minhas mensagens hoje. Porém, assim que abri o Whatsapp, vi a mensagem de um número desconhecido.
Nela havia um vídeo com a legenda "Até onde eu sei, lugar de assassino é na cadeia. A farsa acabou."
Assim que assisti ao vídeo, entrei em choque e tentei conter as lágrimas.
O vídeo mostrava meu julgamento no Tribunal, por ser acusada de tentativa de assassinato.

Finalmente, tomei coragem e olhei para frente. Tudo o que vi foi o olhar triste de Payton. Ele parecia estar prestes a chorar, o que deixou meu coração extremamente apertado.
Tentei chamá-lo para explicar tudo, mas ele simplesmente me ignorou e saiu andando.

Em seguida, vi Riley com um sorriso debochado no rosto. Só pode ter sido ela! Fui tirar satisfações, substituindo a tristeza por raiva pura.
"-Como você consegue ser tão psicopata? Você tentou sujar minha imagem por causa de um GAROTO? É SÉRIO ISSO?"- gritei a plenos pulmões, determinada a cometer um assassinato de verdade.
A loira apenas riu, como se achasse a situação extremamente prazerosa. Tive vontade de arrancar cada fio do falso cabelo loiro daquela vaca.

Mas mantive (ou pelo menos tentei manter) a calma. O mais importante naquela situação era o Payton, então fui atrás dele, deixando a psicopata em questão pra trás.

"-Payton! Volta aqui, você precisa me ouvir!"-gritei assim que o alcancei.
Ele finalmente parou de andar e me encarou com uma mistura de raiva, tristeza e desapontamento no olhar.
"-O que você quer, Katherine? Dar um showzinho? Inventar uma desculpa esfarrapada? Como você pôde mentir pra mim? Eu acho que antes de dizer "eu te amo", coisas como "já cometi um assassinato" precisam ser ditas."- disse ele, como se estivesse desabafando tudo o que sentia.
"-Mas eu não cometi! Deixa eu te explicar com calma, amor!"- praticamente supliquei.
"-Amor? É muita cara de pau mesmo, Katherine. Acabou. Encontre alguém do seu nível. Pra mim chega."- disse ele indo embora e me deixando sozinha com minhas lágrimas.

𝐡𝐢𝐬 𝐬𝐦𝐢𝐥𝐞; 𝐩𝐚𝐲𝐭𝐨𝐧 𝐦𝐨𝐨𝐫𝐦𝐞𝐢𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora