O encontro das rosas

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"-Por quê você voltou!!?(chorando e falando baixinho como se fosse um eco) logo entro em meus pensamentos:
...Não sei bem... O dia começou muito mau... Mãe... Sinto sua falta..."

Começando a levantar da cama e ir em direção ao espelho de meu quarto, falando a mim mesma que não preciso chorar, que pena que nada disso funciona, principalmente nesse dia, onde faz 16 anos que minha mãe morreu. Terminando de me arrumar, estava a descer das escadas quando avistei Pietro entrando no Castelo:
-Bom dia Sereny,dormiu bem?
Começei a descer devagar e ao chegar por perto só disse bom dia e mais nada, caminhando no Castelo, vejo a porta da biblioteca aberta, passando, vi meu pai observando atentamente a pintura de minha mãe, entrei e chegando mais perto de meu pai o abracei:
-Senti muito falta dela também?
-Sim... Hoje não será um dia muito bom pra nós dois filha, mas é bom lembrarmos dela... Mais vamos sorrir ta certo?
-Certo pai... Se não ela teria que aparecer dos mortos para nos dar cócegas para morrermos de rir(começo a dar uma pequena risada)
-Até que é verdade(rir junto)
-É incrível como até na pintura o sorriso dela era encantador...
-Isso foi o que mais me fez ficar amando ela, até o jeito dela de me fazer feliz todos os dias...
Depois de um bom tempo olhando a pintura e lembrando de alguns momentos, meu pai me perguntou se gostaria de celebrar os meus 21 anos amanhã, não lembrava de meu aniversário e não gostava muito de celebrar esse dia, já que era depois da morte dela, mas como meu pai disse é bom lembrar da minha mãe mais sei que ela não gostaria de me ver triste e chorando sentindo a falta dela todo tempo, pela primeira vez disse ao meu pai que gostaria de comemorar e deixaria nas mãos dele para decidir no que fazer. Andando no jardim levando um pequeno livro para ler no caminho fico assustada por lembrar do que aconteceu comigo antes, mas vejo que nada tinha mudado, o jardim estava colorido, nenhuma flor branca avista ou acinzentada, e nada de espelhos no final do caminho das flores, apenas o lugar onde minha mãe ficava para tomar seu chá e ler calmamente algum livro, este que está em minhas mãos é o favorito tanto dela como a minha leitura favorita também, ao sentar na mesma cadeira que ela ficava para ler, abro o livro e leio tudo sem pressa e sorrindo como ela sempre fez ao começar uma leitura, queria poder ter falado a ela que amava escutar a voz dela toda vez que eu estava ao lado para escutar as histórias que ela lia, me arrependo por nunca falar para ela que amava muito, sei que eu era apenas uma criança, mas isso era algo que deixaria ela feliz, não percebendo, pequenas gotas caíram em meus dedos avisando que começei a chorar, ao perceber meu coração ficou apertado por nunca mais ver o sorriso e escutar a voz doce dela novamente. Depois de um tempo parei de chorar e me levantei para entrar, pois estava começando a ficar frio, ao entrar observo Pietro olhando fixamente para o outro lado da janela em direção ao jardim, onde o sol se põe fazendo o olhar ao jardim ser mais agradável, estava tão pensativo que demorou ao saber que minha presença estava por perto:
-Sereny, eu não te vi...
-Percebi, estar muito pensativo hoje, aconteceu alguma coisa?
-Nada de muito importante, mas estou preocupado com você, soube que hoje não é um dia muito agradável...
-Não é um dia de me sentir alegre, mas estou me esforçando para dar um sorriso.
-Não precisa se esforçar, não me importo se for chorar em minha frente, pois se isso acontecer, não vou me contentar em te dar um abraço forte para te mostrar que estou por perto.
-Obrigada.
Não precisava chorar para eu mesma ter o abraçado, é reconfortante tê-lo por perto, mas ainda assim me sinto estranha, não sei exatamente se o amo ou se estou muito fraca e frágil, apenas precisando de algum amigo por perto, depois do passeio e o beijo que tive dele, fiquei mais estranha com os meus sentimentos ao ficar por perto de Pietro, é confuso, mas quando penso que deve ser que estou o amando meu coração dói, dói tanto como se fosse obrigada a chorar e gritar de muita tristeza, ainda não sei de meus sentimentos por ele, mas estar ao lado me deixa calma. O jantar foi calmo e como tradição, no dia da morte de minha mãe, meu pai pronunciou que todos do reino fizessem balões luminosos com mensagens para pessoas especiais de sua vida, isso não existia, até que antes dela morrer, falava que seria algo bom para podermos mostrar aos céus que ninguém será esquecido, as horas estava chegando, mas não estava me sentindo muito bem para fazer isso e chorar na frente de meu pai, saí mais cedo do Castelo antes de começar, andando cheguei num lago, não muito exposto e visto, onde poderei ficar sozinha com apenas meus pensamentos, mesmo que esteja muito frio. Ao tempo algo estranho estava acontecendo, escutei barulho por perto, como se alguém tivesse quebrado um galho de árvore e estava por perto, a cada segundo ficava mais forte os passos me fazendo ficar assustada, não fui muito esperta vindo sozinha a noite para o lago, agora por minha culpa poderei ficar em perigo, mas então me surpreendir:
-Me desculpa se assustei, não sábia que tinha mais alguém aqui, ainda mais nesse frio.
E foi então que andando alguns passos em minha direção percebi tanto na voz como ao seu rosto e cabelo, é a mesma pessoa da qual me salvou naquele dia, onde quase fui sequestrada e assediada por ladrões ridículos:
-Não, não me assustou.
-Certeza? (Andou um passo a mais em minha frente, que me fez em segundos andar para trás) Você tá bem assustada né criança.
-Como você pode falar assim comigo?! Você sabe quem sou?!!! Eu... (Interrompida)
-Princesa e futura rainha de Kraslo, a nossa querida futura Sereny.(fala esnobando) Claro que sei quem você é, e se meu modo a machucou, me desculpa oh princesa.
-Estas a brincar com a minha cara?!
-Não criança.
-Você... (Começando a ficar irritada)
-Nossa a princesa tem um temperamento bem rude. (Começando a rir) Tem que saí mais vezes, mas com acompanhamento, pode ser que não a salvarei novamente.
-Não precisava de ajuda(viro a cara e aos poucos o olhando) Mas... Obrigada por me salvar naquele dia.
-Não precisa agradecer. Então, o que a princesa estar fazendo aqui sozinha nesse frio? Não deveria estar se preparando para soltar o balão de memórias?
-Não é necessário a minha presença. (Tom triste)
-E por quê não precisaria?
Fiquei em silêncio, não devo explicações para alguém que não conheço, mesmo ter salvado a minha vida, não é assim tão fácil conseguir a minha confiança.
-Entendo... Acha que não estar preparada para dizer "Adeus" E seguir mais a frente sem se preocupar em chorar.
-Não... Eu...
-Não precisa mentir, seu olhar releva a verdade, tanto que brilha querendo apenas chorar.
-Eu...
-Pode chorar em minha frente se precisar, você não me conhece, então não precisaria se preocupar comigo ao te olhar chorando. E se for preciso... (Algo ele tira aos poucos de suas costas)
-Um balão de memórias... (Falo sussurrando) "Como não percebi?"
-Tenho apenas um, mas se quiser pode utilizá-lo.
-Não, melhor... Não...
-Porquê?
-Pois não preciso.
-E qual é esse motivo de não precisar? Sabendo que é a única chance.
-E no que nisso importa?! Não é algo que realmente levará aos céus, pois é apenas um balão!! Então não preciso disso!!
-Eu sei que precisa, pegue logo.
-Como acha que preciso, se tô falando que NÃO!!
-Vamos com calma, não vai gritar.
-Eu não tô gritando, você que não para de perguntar.(Começando a gritar)
-Então me responda que paro, Porquê não precisa?
-Porque não quero,não preciso e nunca irei precisar!!(Levantando mais a voz)
-E porquê não?
-Eu já disse que não tô querendo, não posso fazer isso com a minha mãe!!...(Gritando e quase a chorar)
Algo inacreditável aconteceu, um abraço inesperado, estava tentando me afastar o empurrando e pedindo para me soltar, implorando, mas tava sendo um abraço tão forte que aos tempos sentir que precisava, então me derramei em lágrimas, gritando com uma dor insuportável que estava dentro de mim, não entendo o que me aconteceu no momento, mas é como se tivesse guardado isso a muito tempo, foi então que ele segurou meu rosto e disse:
-Pode ser difícil e que ainda senti muitas saudades, mas não acha que isso irá te afetar eternamente se prendendo? O melhor para te ajudar é aceitando e deixar em paz algo que estar te machucando a anos de sua vida, sabemos que morreu, que não irá mais voltar e que não vai ser igual como antes, só não faça que isso te atrapalhe, é bom lembrarmos as vezes os bons momentos e chorar de tanta saudade mais não faça que isso dure e tire toda a sua felicidade, pois sei que essa pessoa não iria se alegrar tanto de ver você assim, sua mãe não se sentiria bem olhando para você desse modo, pode chorar a vontade e gritar para retirar a dor que te encomoda muito, não faz mau fazer isso as vezes, ao contrário, pode aliar e muito a dor, mas não se coloque direto nisso, pense e agradeça por ela ter participado de sua vida e ter lembranças ainda com ela, mesmo que possa ser poucas, mas que são valiosas, pode ser muito doloroso saber que alguém especial que queríamos viver ao resto de nossas vidas acabar morrendo no amanhã, mas o melhor a fazer é recomeçar e sentir bem, para não prejudicar depois, tanto que isso nos mostra a aproveitar mais com as pessoas ao nosso redor.
Seus dedos limparam aos poucos as minhas lágrimas, para depois beijar de um modo carinhoso em minha testa e perceber que estava com muito frio colocando em mim o seu casaco, suas palavras foi sentidas em mim como se eu tivesse precisando de respostas para tanta dor, mas algo tão forte acabei sentindo, tanto que me lembrei do sonho da qual no momento estar acontecendo, só que nada estár o levando para longe de mim e ninguém me segurando para não correr atrás, como se eu tivesse mudado algum futuro e sentisse que precisava fazer isso:
-Você estar certo... Posso usar? (Aponto para o balão da qual o deixou cair)
-Claro.
-Espera... E você? Se trouxe, é porque precisa também.
-Na verdade, não preciso fazer isso, meus pais e minha irmã sabem que sempre lembrarei deles. (Olhando em direção ao lago, mas fixamente aos céus)
-Entendo... Então, vamos escrever juntos e colocar no balão.
-Não, eu disse... (Interrompido)
-Não adianta recusar, então o que pretende escrever para eles?
Demorou um tempo até que ele voltasse seu rosto em mim e começar a sorrir, não entendo o motivo e do porque dele ter vindo aqui ao lago, não sei se existe realmente destino ou poderia apenas ser coincidência de conhecer alguém parecido em meus sonhos, graças aos seus cabelos avermelhados e gestos parecidos. Ao tempo ele respondeu a minha pergunta dizendo:
"Não se preocupem comigo, estarei bem e querida irmã, desculpa por descordar de você, acho que estava certa de que talvez encontre outra pessoa especial em minha vida"
Olhou fixamente para mim, ainda sorrindo, seus cabelos meio finos ao vento sendo balançados, e um olhar profundo e calmo, como se a lua daquela noite estivesse refletindo em seus olhos um brilho de confiança pura e sem preocupações, na minha parte de memória a minha mãe, coloquei algo que deveria ter falado a ela pessoalmente a muito tempo:
"Vou sentir muito a sua falta e saiba que nunca irei te esquecer, pois te amarei eternamente"
Tudo já está estava escrito no papel, dobrado e amarrado no balão, faltava apenas 3 minutos para levar aos céus, tivemos tempo de que o balão podesse encher e juntos colocá-la a voar, estávamos frente a frente e naquele momento escutei pela primeira vez o seu nome onde irei lembrar sempre, "Meu querido Jeymes, te agradeço por esse dia incrível e por abrir meus olhos, algo que estava preso a muito tempo" (Pensando), foi então que estava cada vez mais frio mais não me incomodava e não me fazia tirar os olhos daquele céu estrelado, onde o balão estava a caminho, mas Jeymes percebeu e me abraçou mais uma vez, me esquentando, e nesse dia com sorrisos de aprovação e felicidade, sinto que teremos muitos momentos juntos de agora em diante.

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⏰ Última atualização: Apr 22, 2020 ⏰

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De Rosa Branca. Para VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora