E a história começa

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-Anda logo, pirralho. Vai atrasar a gente!

Pela terceira vez aquela manhã, Penélope bate na porta do quarto do irmão, na esperança de que ele terminasse de se aprontar. Era seu primeiro dia em um novo trabalho e chegar atrasada era o que menos precisava. 

A mulher tinha visto todo seu guarda-roupa em busca de algo bom que pudesse usar. No fim tinha escolhido um tipo de bota pequena que ia apenas até um pouco em cima do pé, um jeans preto e uma blusa social de botões, verde, combinando com seus olhos, os quais destaca com rímel. Eles sempre tinham sido uma de suas melhores características físicas e ela adorava os destacar. Não passa muita mais maquiagem que isso e um batom, dando apenas uma jogada em seus cabelos curtos e repicados, um pouco cacheados na ponta. Seu rosto tinha traços finos, as sobrancelhas um pouco grossas, mas não demais, ficando perfeitas com seu rosto. 

Depois, ela espera na cozinha, preparando algumas torradas e colocando suco na mesa. A casa, no geral, era simples. A cozinha era junto da sala, tendo uma mesa com quatro cadeiras, sofá, uma pequena TV, geladeira e fogão. O básico. Dois quartos com banheiro, o dele com uma cama menor. Toda a decoração era meio monótona, em tons beges ou claros. Não era o lugar ideal, mas era o que podiam pagar no momento. 

-Você é paranóica demais. 

-Alguém aqui tem que ser responsável. Na-na. Não senta não. A gente vai comendo. 

-Mas Peeee!

-Sem choro. Quis ficar demorando, agora temos que correr.

-Eu não quis. Acha que essa perfeição é fácil de fazer?

Ele reclama, enquanto toma um gole do suco correndo, antes que Penélope o pegue no colo e ele só possa comer as torradas que já tinha em mãos.

-Se fosse uma beleza natural como eu não tinha que se preocupar com isso. Ou acordasse mais cedo. 

-Isso não é justo! Eu vou reclamar. 

-E eu vou ignorar. 

A essa altura, ela já tinha o colocado no banco de trás do pequeno carro e colocado o cinto. Alec ainda tinha um bico, emburrado, mas Penélope sorria, dando um beijo na ponta do nariz dele antes de fechar a porta, indo até a do motorista. 

Ela sabia que não era a melhor no trânsito, mas quando estava atrasada, conseguia dar um jeito de ganhar alguns minutos, sem se importar com os gritos de Alec dizendo que ela iria o matar e que ele era uma carga preciosa.  

Devido a isso, consegue entregar Alec a escola bem a tempo, antes que o sino tocasse e quanto a seu novo trabalho? As portas do enorme prédio se abrem segundos antes de seu horário. Pelo menos estava em tempo. 

O prédio era enorme, tendo vários andares, cada um com uma "estação" diferente, mas os últimos andares pertenciam a mesma: OlseN'Co, a famosa empresa de mídia em Nova York, com várias revistas, publicando notícias e fofocas. O local era todo moderno, as cores claras combinando. Diferente do apartamento de Penélope, onde pareciam monótonas, ali pareciam deixar o local mais leve e animador. Muitas mesas espalhadas pelo local, cada um com um funcionário fazendo o necessário para a empresa funcionar. Equipes de redação, de programação, notícias. Era basicamente uma empresa dos sonhos para quem se interessava. 

Penélope se insterassava muito. Sempre tinha gostado de escrever e se encontrou na raia jornalistica logo cedo. Infelizmente, não conseguiu terminar os estudos na universidade devido a tragédia quando seus pais morreram, deixando ela e seu irmão menor sozinhos. Desde então, teve que interromper os estudos, se dividindo em vários empregos para conseguir dar uma estabilidade e o irmão poder terminar o ensino médio. Por sorte, Alec não era tão irresponsável para um menino de 10 anos e entendia o momento em que passavam. 

Bossy MeOnde histórias criam vida. Descubra agora