No despencar das janelas
Venha conhecer as janelas,
Ainda é tempo.
Atirar a esmo.
Destruir aquilo que presta
E até hoje nunca houve.
Esqueça as luzes das ruas.
Essas ruas iguais, imprestáveis.
Esqueça.
Pois nunca houve a emoção em um corpo que pisa o chão.
Pois bem,
Voa então.
Tão bonito será cair dos céus,
Como um falso anjo
De um pobre paraíso.
A nova ordem
Chega, já basta!
Basta de fugir do novo.
A verdade é a nova ordem.
E a verdade é a morte.
E a morte afia os metais
Cobertos com flores.
O planar dos desejos.
Tão antigos,
Os sossegos da varanda.
E hoje o sol tão quente se encarrega de matar
Devagar.
Dou adeus às ilusões.
Vou fugir para o outro lado.
Vou para lá também.
Fugir...
Fugir como um dia fugiu
A pedra morta na vida.
Uma vida que podia ser vivida.
É realmente triste.