Capítulo 12 - Amor e Ódio

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O caminho até casa pareceu-me mais curto do que alguma vez poderá ser. Chegamos a casa eram 22h, o dia de hoje foi tão carregado de emoções que eu nem sei o que pensar. Primeiro contei finalmente a alguém o que aconteceu com o Chris, depois sai de casa e fui raptada por alguém que eu já tinha conhecido e para terminar a única pessoa que eu não queria ver foi aquela que me salvou da situação em que eu estava. Será ele capaz de me salvar do caminho de autodestruição em que me encontro?

"Jessie abre a porta, está a ficar frio." Quando me permiti olhar novamente para o Ash reparei que ele estava a tremer. A adrenalina dos eventos que aconteceram mais cedo já se dissipou, agora estamos os dois à procura de algum calor que possa ter restado do beijo que demos à momentos.

Subimos as escadas, não estava na ninguém na sala o que me tranquilizou. O Ash foi buscar uma manta ao meu quarto, não tinha percebido o quão cheio de frio ele estava. Já eu fui direta à cozinha fazer qualquer coisa simples para comer. Bem simples não é algo que eu consiga realmente fazer, começo com algo simples e acabo sempre por demorar uma eternidade. Acabei por fazer risotto de cogumelos e fritei uns nuggets só para ter alguma proteína.

"Ash a comida está pronta!!" Durante todo o tempo que demorei para fazer o jantar ele não apareceu. Por isso fui à procura dela.

Em silencio fui até ao meu quarto, a porta estava aberta o que me permitiu entrar sem ele dar conta. Ele estava sentado no chão com as pernas encolhidas junto ao peito e o único som que ecoava no quarto era de um choro abafado.

O choro vinha dele. Não aguentei mais vê-lo assim por isso sentei-me no chão ao lado dele e abracei-o. Abracei-o como se fosse a única coisa no mundo que pudesse salvar o Ash do estado em que estava. Quem me dera que ele falasse comigo.

O Ash limpou as lágrimas que restavam na sua cara e puxou-me para mais perto dele. Conseguia agora sentir a respiração quente e ofegante dele junto à minha cara. As mãos dele acariciavam a minha cara.

O toque dele era tudo o que eu precisava neste momento. Mais uma vez estou demasiado próxima dele.

"Não posso fazer isto. Não me posso aproveitar de ti desta maneira, não depois de tudo o que aconteceu hoje."

"Ash não te estás a aproveitar de mim. Não quando eu preciso tanto de ti e do teu toque quanto tu próprio precisas. Eu não sei o que se está a passar, mas não consigo afastar-me de ti, por mais confusões e discussões sinto que acabo sempre perto de ti."

Os nossos corpos estão quase colados, as mãos dele vagueiam pelo meu cabelo e as nossas bocas, bem... posso dizer que estão outra vez coladas. Desta vez o beijo parece ainda mais desesperado, mas com um ritmo tão calmo que consigo aperceber-me do sabor dele juntamente com as lágrimas que caiam novamente dos olhos dele. Não aguento mais esperar pelo toque dele no meu corpo, preciso dele, mais do que alguma vez precisei de alguém na minha vida.

Pego na mão do Ash e puxo-o para a cama onde ficamos deitados com os corpos colados durante algum tempo. No entanto a força que nos puxa um para o outro é cada vez maior e quando damos por ela estamos a beijar-nos de forma tão intensa que mais parece que nos vamos fundir um com o outro.

"Ash eu preciso de te contar uma coisa antes de acontecer alguma coisa."

Agora o Ash está sentado na minha cama com os olhos muito abertos a tentar absorver cada palavra que sai da minha boca. Contei-lhe tudo sobre o Chris e ele deixou-me explicar tudo sem nunca me interromper.

"Jesus! Agora entendo a tua necessidade de aproveitares os momentos de liberdade que tens cá em New York. Percebo finalmente o porquê da tua maneira de ser, das roupas demasiado provocadoras que no sábado me levaram ao limite e acima de tudo entendo a necessidade de teres alguém em quem podes confiar e contar tudo."

Não esperava que ele reagisse assim, estava à espera da raiva a que já me habituei, de todo o Ash possessivo e ciumento.

"Eu sei que é uma coisa que ninguém gosta de falar, mas precisava mesmo que soubesses. Não sei o que vai acontecer entre nós daqui para a frente, mas precisavas de saber."

Apesar de agora nos encontrarmos sentados os nossos corpos continuam colados. A nossa respiração envolve-se formando uma melodia que me deixa o coração a bater descompassado. Eu quero-o, preciso dele como preciso de ar.

"Ash eu..." Perco a coragem de lhe dizer que o quero.

"Sim?" A boca dele estava demasiado perto da minha outra vez. Não suporto esta distância tão curta entre nós. No espaço de segundos os nossos lábios estão juntos novamente, um arrepio percorreu-me o corpo todo como se fosse uma corrente elétrica. É viciante e eu deixo-me envolver por ela. Levo as mãos á camisola dele e puxo-a a medo. Espero que ele me pare a qualquer momento, mas isso não acontece, muito pelo contrário, ajudou-me a tirar a camisola.

Passo os meus dedos pelo peito dele enquanto o aprecio. Não é exageradamente musculado, as tatuagens estendem-se do braço para o peito numa forma que não consigo definir. Consigo distinguir uma rosa e os seus espinhos no meio de tantos outros desenhos.

Sinto as mãos deles suaves e fortes junto á minha cintura, aos poucos ele tira-me a minha camisola, fazendo com que a minha pele se arrepiasse assim que entrou em contacto com o ar frio que estava no quarto. Juntou o corpo dele ao meu no meio de beijos quentes e desesperados.

Deslizou a mão ao longo das minhas costas e sinto-a no meu rabo, ele aperta ao de leve, deixando-me a ansiar por mais. Eu não sei mesmo o que me está a acontecer, eu podia jurar que não gostava de nada disto, mas com ele é tudo tão diferente.

Começo a desapertar-lhe as calças de forma atrapalhada e desajeitada e ele dá-me uma ajuda. Nunca quis tanto isto como quero com ele.

O ar do quarto é cada vez mais intoxicante, deixando-me fora do meu controlo. Assim que o Ash está sem calças consigo reparar na extensão já notória nas calças dele. Fui eu que o deixei assim?

Com todo o cuidado ele tira-me as calças e passa a mão ao de leve na intimidade o que me faz suspirar.

"Gostas disto?" voltou a passar a mão ao de leve e fez-me estremecer ao seu contacto.

"Sim..." Respondi-lhe enquanto tentava esconder a cara com vergonha.

"Não te escondas de mim. Quero poder dar-te prazer e fazer-te sentir única da forma que ninguém fez."

A mão dele mudou de sitio, desta vez está junto à costura das minhas cuecas, ughh quem me dera ter comprado roupa interior nova, não era suposto ninguém vê-la!

As mãos dele deslizam pelo meu corpo, ele sabe o que "aconteceu" com o Chris, apesar de toda a insistência dele não aconteceu nada mais do que uma triste tentativa de alguém desesperado para dizer que já não era virgem. Ele parou e olhou-me nos olhos.

"Tens a certeza que é isto que queres?"

Um novo começoOnde histórias criam vida. Descubra agora