O Artesão de Estátuas

Capítulo 1- A Inspiração

 Esquecido pelo tempo houve um conto, que quase nem os deuses se recordavam, nela continha a história do destino de um jovem artesão de estátuas, que havia sido agraciado pelos deuses com o título de herói, mas o foco é sobre quando ele esculpiu sua obra prima, sendo essa a imagem de um raro semideus poderoso amado pelos poderosos deuses a muito amaldiçoado por um titã maligno, os deuses que ainda sofriam com aquele incidente infeliz justamente por não terem conseguido fazer nada para salvar o jovem agora amaldiçoado além de transformar sua alma em uma constelação, ao ver o artesão homenageando-o aproveitaram a deixa e transferiram então a alma guardada nas constelações daquele semideus para a obra prima do escultor e herói fazendo-a voltar a vida, e foi assim que o jovem herói se apaixonou por sua própria obra prima e a mesma retribuiu o sentimento. O amor dos dois era belo porém o destino de ambos era perigoso e trágico, apesar disso eles tentaram fortalecer sua fé e sentimentos, meses se passaram e a bênção dos deuses que não conseguiu retardar completamente o tempo da maldição uma vez lançada, fazendo então o jovem semideus retornar a prisão eterna de pedra, que lástima, o jovem herói se viu devastado, inconsolável. Contudo movido pela dor e por querer tocar seu amado pelo menos mais uma vez partiu em busca de uma maneira de trazer novamente seu amante de volta, contudo ninguém sabe-se o que ocorreu depois

Afinal assim como a história o seu final foi igualmente esquecido e apagado pelo tempo.

Exceto apenas uma coisa ficou cravada no tempo, e isso seria a profecia do artesão, "Abram seus ouvidos e guardem essas palavras não as esqueçam pois isso poderá custar sua vida num futuro próximo. Tu montarás em teu cavalo de ferro que lhe levará aos campos verdes-ouro, onde no colo de tua progenitora deverás apostar algo de inestimável valor para ti, receberás o trabalho de ir atrás da morte, buscar o ferro de fogo e guerra, do tecido abençoado por primordiais, retornarás ao início de tudo, tens em tuas mãos o poder do destino de sofrer eternamente se fizer a escolha errada, morrerás e viverás por sua ambição, um elo de prata te unirá assim como te separará, tenha cuidado com aquilo que estima meu jovem não hesite em suas decisões."

Desde pequeno eu sonhava em me tornar um artesão de estátuas ainda mais famoso que meu mestre, kolivan, que esculpiu a escultura mais bela de todo o continente da Europa, posicionada na cidade Utrecht na Holanda, a escultura era a imagem da Deusa Perséfone.

Era realmente bela, a estátua foi esculpida em Mármore puro, alguns detalhes com finas camadas de ouro derretido no vestido, foi feita com tanto esmero e adoração pelo meu mestre que quando a estátua foi terminada parecia que seu vestido e cabelo balançavam junto ao vento, de tamanha beleza descomunal ela parecia viva. Então após esse dia eu me dediquei dia após dia a esculpir a melhor escultura que o mundo já viu. Por dez anos consecutivos eu me esforçava para conseguir me superar a cada ano, me tornei famoso, fazia esculturas que rodaram o mundo todo, elas eram adoradas e faziam muito sucesso mas nenhuma das minhas obras me davam a sensação de ter conseguido realizar aquele sonho de pequeno, estava cansado dos elogios falsos e das pessoas fúteis, dos bares, cafés em Quebec (Canadá) dos quais ia todo dia atrás da minha grande inspiração, hoje não era diferente estava em frente ao café de meu amigo André Antoniou um doutor em gastronomia, ao olhar para a porta de vidro vejo o reflexo de um jovem homem com cerca de 25 anos, seus olhos incrivelmente violetas para alguns ainda que para mim fosse um bocado estranho, abaixo de seus olhos estavam largas olheiras que demonstravam seu cansaço, seu cabelo um bocado grande fora de corte estava amarrado em uma tentativa de ser um coque com vários fios soltos, me olhando por aquele reflexo eu parecia desgastado, cansado demais para cuidar de mim, confesso saber a causa do cansaço, um repetitivo sonho era o foco disso, mais especificamente um sonho em que eu deixava para trás alguém que eu sentia que era importante pra mim mas que havia a muito esquecido, o remorso e culpa por ter deixado aquele garoto do sonho me faziam acordar e ir dormir cansado, um mero truque que minha cabeça prega em si mesma para me atormentar mas não podia controlar o impulso de responder aquele chamado em meus sonhos, respirando fundo adentrei o estabelecimento deixando meu patético reflexo sumir para trás, sentei-me em uma banqueta esperando nossa amiga chegar, a meu pedido iríamos nos reunir ali para um anúncio. Quando Karen Floros ou Pidge (que era seu nome artístico) chegou, André nos servia dois frappuccino e uma tortinha de massa folhada com creme e morango, logo após comermos, respirei fundo e os olhando sério demonstrando que não estava brincando. Disse: