Capítulo 4

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Como eu conseguiria sair daquilo? Os olhos dele pareciam que iam devorar minha alma. Podia sentir todo o meu corpo enquanto ele me tocava, o momento durou segundo mas era como se fosse horas e eu queria que fosse mais e tivesse mais. Uma sensação de excitação e um calor nas minhas partes intimas indicavam que eu queria mais, queria ele.
Eu nunca tinha sentindo aquilo, parecia que eu iria cair se ele não estivesse me segurando.

— De nada, Charlie. — a forma que ele pronunciava meu nome com ênfase no "e" me fazia sentir borboletas no estômago. — Boa noite. — indagou por fim desviando seus olhos dos meus.

E assim o nosso momento acabou, ele foi embora e eu voltei ao meu estado normal, eu não sentia meu corte, estava com a adrenalina a solta.
Fui para meu quarto e suspirei, aquela sensação era tão boa e estranha, eu me sentia envergonhada e desnorteada, passei a noite acordada pensando no ocorrido. "Como eu sou boba! Esqueça isso Charlie".
(...)

Arrumei-me para a escola com preguiça, eu não tinha costume de dormir tarde da noite, por isso estava cheia de olheiras. Resolvi passar uma maquiagem, queria estar bonita e não com cara de zumbi. Desci as escadas com dificuldades, meu joelho estava machucado.

— Esta tudo bem, Charlie? — questinou-me mamãe.

— Sim, só machuquei o joelho na noite anterior. — me sento a mesa e coloco meu pé encima de outra cadeira, tirei o curativo com dificuldade. Ela chega perto de mim e exclama: "tsc, tsc, tsc".

— já falei para parar de correr nessa escada, você pode se machucar seriamente! Deixe-me ver esse machucado. — fala enquanto arregala os grandes olhos azuis.

— Não, esta tudo bem. Não sou mais uma criança. — reviro os olhos.

— Então pare de correr feito uma louca nessa escada! — ela volta a sua atenção para o café que estava servindo. — Bom dia sr. Lins.

Viro-me para contempla-lo, estava radiante como sempre, por que diabos as roupas que ele usava tinham que ficar tão perfeitas em seu corpo enorme? Aquilo era apelativo demais. Desvio o olhar e volto minha atenção para a mesa.
(...)

Assim que chego em frente a escola, vejo Emma e Janet, minhas amigas.

— Bom dia, garotas. — digo passando meus braços ao redor do pescoço de ambas.

— Bom dia, senhora. — Emma responde. — Você desligou na minha cara ontem.

— Havia chegado... Pessoas na cozinha. — lembro da noite anterior com burburio.

— Era o cara? — indaga ela Janet com sarcasmo.

— Ele não é galã, e sim foi ele. — reviro meu olhos e vou me sentar em um banco próximo.

— Ele é realmente um pedaço de mau caminho, não é? Eu pegava ele. — Emma diz enquanto rir.

Janet olha para Emma e revira os olhos.

— Não é para tanto Emma... Ele nem é tudo isso. — declara Janet sem piedade. — Eu acho que você esta muito precipitada, ele acabou de chegar na cidade, nem sabe nada sobre ele. E se ele for casado? Além de que ele é muito velho pra você. — Janet, por sua vez, interroga.

— Pare de ser chata! Nunca vi Charlie tão feliz assim. — Emma a repreende.

— Bem, casado não é, eu perguntei. — digo sorridente, Emma arregala seus olhos escuros e comemora como se aquilo fosss muito.

— Vocês são loucas. — Janet fala revirando os olhos. — ele pode ter uma namorada, pensou nessa hipótese?

— É, ele pode. E você pode descobrir isso para nós! — Emma diz.

O Estrangeiro (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora