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O dia está claro, a grama verde bem aparada cobre todo o chão já repleto de flores de cores diversas que Amber fizera o favor de plantar

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O dia está claro, a grama verde bem aparada cobre todo o chão já repleto de flores de cores diversas que Amber fizera o favor de plantar. Os barulhos da manhã enchem a cidade, ou reino se preferir chamá-la assim. Os pássaros cantam alegremente nas árvores e carros e carruagens apressadas agitam as ruas como todo começo de dia.

Saio de frente da janela da qual  estava parada e me viro de volta para meu quarto. A cama bagunçada fruto de uma noite de sono agitada porém proveitosa me sauda.

As noites tem sido assim ultimamente, meus sonhos tem brincado horrores comigo. Que seja.

Vou caminhando lentamente para o banheiro no intuito de me  banhar e acabo encontrando a banheira já cheia com um cheiro de rosas exalando de seu interior. Já avisei várias vezes aos empregados que as odeio e que eu sou capaz de preparar meu próprio banho, mas acho que eles só o fazem por conta de meus pais. No fundo, acho que os mesmos ainda têm a esperança de que eu me torne uma princesa ou fada perfeita assim como minha irmã. Tempo e esforço perdido, de fato.

Entro na banheira e com um gesto de minha mão torno o cômodo escuro como breu. Meus banhos se tornam mais relaxantes quando estou na escuridão completa, consigo encontrar paz, algo que dificilmente se alcança se você for eu e viver em uma família onde não é inteiramente aceita. A escuridão sempre foi meu abrigo mais seguro contra o caos, de fato.

Mal se passam cinco minutos quando escuto batidas na porta e torno o ambiente claro novamente. Não preciso que sua voz chegue até meus ouvidos para que eu saiba quem entra em meu quarto sem permissão. Amber já está dentro do banheiro me olhando e fazendo um gesto para que eu saia logo.

Amber é minha irmã gêmea. Bem, somos bastantes diferentes, então eu não chamaria de gêmea, mas o fato é que nascemos no mesmo dia. Ela e meu irmão, Ambrose, são os únicos em minha casa que não me olham torto ou se esquivam de mim, e tampouco criticam meus modos de se vestir ou agir, são verdadeiros amigos. Porém, como nada é completa e devidamente perfeito, Amber vive me obrigando a provar vestidos luxuosos e bufantes, e insistindo para que eu vá a bailes dos quais não tenho o mínimo interesse. Ela é uma verdadeira princesa, a Amber. Algo que eu certamente nunca serei.

Saio da banheira me secando com uma toalha macia, e vejo que ela já está sentada em minha cama com um sorriso imenso no rosto e um vestido azul marinho que vai até a altura do joelho ao seu lado.

- Deixe-me adivinhar. - digo chegando perto com uma careta no rosto - devo usar isto hoje?

- Sim, exato - diz ela alargando o sorriso, se divertindo com a expressão de sofrimento que estampa meu rosto.

- O lado bom, é que não é rosa, nem bufante como o outro.

Bufo e pego o vestido para testá-lo logo em seguida, me olho no espelho: não tem nada haver comigo. O retiro imediatamente ganhando gritos de protesto vindo de minha irmã. 

Sob O Brilho Da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora