Prólogo

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Passos lentos ecoavam pelo corredor extenso da Basílica de São Tomé. A nave da igreja era esplêndida e rica em detalhes. Toda vez que o Cardeal Balewa visitava a sua antiga Catedral ficava admirado e saudoso.

Passava, timidamente, os dedos nos bancos de madeira relembrando a sua época como o pastor daquele rebanho. Lágrimas saltaram de seu rosto enrijecido pelo tempo.

- Está belíssima como sempre. – Grunhiu para o nada.

Ao chegar próximo do presbitério encarou a Cruz e, ao seu lado, São Tomé o encarava. Balewa, com grande dificuldade, ajoelhou-se diante da imagem e rezou. Ele era eternamente grato pela proteção que o Santo dera para si e para seu melhor amigo. Depois daquela catástrofe que atingira seu povo devotou sua vida a Igreja que o recolheu e, em nenhum momento, se arrependeu de sua radical decisão.

De repente, uma porta rangeu perto da Sacristia e uma sombra apareceu.

- Padre Ravi? – indagou Cardeal, com dificuldade de se levantar. – Pensei que estivesse viajando.

Os passos eram calmos e decididos. A sombra se aproximava cada vez mais e o Cardeal impotente tentava se esgueirar.

- Quem é você? – perguntava enquanto se escorava no altar. E, com um só golpe, o estranho acertara Balewa com algo pontiagudo em seu pescoço. – O que você fez comigo?

O ar de seus pulmões começou a sair sem que Balewa quisesse. O Cardeal ficara sem fôlego rapidamente, suas mãos embranquecidas e sem vida seus olhos vermelhos. O Bispo lutava contra seu próprio corpo e segurou o seu algoz. Focava seu olhar para que tentasse enxergar quem fizera aquilo contigo.

- Por que? – perguntara para a sombra, mas não conseguia focar nele. – Me diga! – então o Cardeal perdeu suas últimas forças e caíra por terra.

A sombra ajoelhou-se perante ao corpo inerte do Cardeal, fechou os seus olhos e rezou.

- Eu sou somente um servo de Deus. Descanse finalmente em paz, Cardeal. E que seus pecados sejam perdoados.

E, então, o assassino retirou-se e enviou uma mensagem pelo seu telefone.

Está feito. Minha missão está cumprida. 

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