Cuidar

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Deu muita vontade de escrever algo fofo, então antes que passasse eu escrevi rs

Já estavam casados fazia cerca de um ano, realizavam atos heroicos o tempo todo, trazendo a cada dia um pouco mais de paz ao mundo, mas mesmo sendo profissionais capacitados o suficiente para arriscarem suas vidas em prol de outras milhares, também tinham seus problemas. 

Heróis não são de ferro, eles também sentem, principalmente aqueles ansiosos como Eijirou Kirishima. Estava na cama junto ao marido e seria uma noite comum se a ansiedade não decidisse lhe corroer repentinamente. Se remexia na cama, puxava o lençol, fechava os olhos e forçava pensamentos bons em sua mente, mas nada. O sono não vinha, teria que fazer o de sempre no dia seguinte, sendo sempre a mesma rotina cansativa de patrulhar, lutar, salvar e – infelizmente – também perder algumas vezes, mas ainda sim, estava tão ansioso e incomodado...

A sensação de não conseguir sentir sono era angustiante, pensar em tantas coisas ao mesmo tempo a ponto de não conseguir focar no que é realmente importante no momento é terrível, agoniante.

Se remexeu na cama mais uma vez, fechando os olhos com força e respirando fundo enquanto agarrava o travesseiro na tentativa de se acalmar, porém, novamente fora um esforço totalmente inútil.

— Que mexeção toda é essa, cabelo de merda? — seu corpo inteiro estremeceu ao ouvir a voz rouca e irritadiça vinda de seu esposo que certamente não estava nada feliz por ter sido acordado.

— Ah, me desculpe, Tsuki. — demorou um pouco, mas respondeu, desculpando-se — Eu não queria te acordar. — fitou-o arrependido, virando as costas e tentando relaxar na cama de vez.

E, óbvio, falhou novamente.

Katsuki, ao vê-lo se virar, decidiu apenas ignorar, buscando voltar à dormir tranquilamente, o que não durou muito tempo, pois em questão de segundos começou a sentir novamente a movimentação, abrindo os olhos e fitando furioso o ruivo ansioso.

Kirishima se levantou na cama, ficando sentado e suspirando desistente. As orbes carmesim do loiro imersas em fúria também não ajudavam e sabia muito bem que Katsuki tinha toda razão em estar irritado, portanto, soltou mais um suspiro, se levantando da cama e pegou seu travesseiro.

— Onde vai? 

— Vou para sala, assim não quero atrapalhar seu sono. — explicou, indo até o guarda-roupa para pegar outro lençol.

Bakugou observou as costas nuas do ruivo enquanto ele procurava por algum cobertor, a expressão de completa exaustão em sua face era evidente e lhe deixava alarmado. Trincou os dentes, livrando-se do sono, levantando-se e se aproximando a passos silenciosos. Ficou por trás dele, sentindo a pele do moreno arrepiar e então levou suas digitais ao pulso da mão que segurava a porta do guarda-roupa.

— Tsuki? — chamou-o, confuso com a aproximação repentina, temendo ter irritado o marido de vez.

— Venha comigo, imbecil. — disse, deslizando as digitais até o palmo – agora desocupado – do ruivo e entrelaçando suas mãos com uma gentileza questionável, visto que quem segurava-a era Katsuki, mas não é como se Kirishima estivesse tão desacostumado com este toque gentil.

— Olha, você não precisa ter todo esse trabalho por minha causa, Tsuki. — explicou-lhe batucando os dedos ansiosamente sob a mesa que havia na cozinha, arrependido de ter despertado o loiro.

— Cale a boca e apenas espere aí sentado. — ordenou, utilizando aquele tom de voz autoritário característico seu, fazendo o ruivo suspirar e ficar em silêncio.

Cuidado é tudo.Onde histórias criam vida. Descubra agora