( 2 ): o azul no seu rosa.

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SEU MUNDO NÃO ERA azul, embora amasse a maneira como os tons predominavam toda a sua existência. Lembrava de usar o azul celeste — deduzia que sim — quando ia pintar céu, logo pintando as demais partes da pintura. Em seguida, observava seus desenhos — os quais eram todos confusos para si, mas este os achava muito bonitos; eram todos tão grandiosos, ainda que fosse muito novo para entender o que existia por trás.

Seus desenhos, que até então eram bobinhos, foram evoluindo e adquiriu o hábito de usar as tintas ao seu favor. Era uma das coisas que mais fazia, além de desejar ser namorado de Park Jisung, o garoto de vestes azuis onde, bom, a cor realçava sua beleza. Os olhos do mesmo, tão cheios de vida, brilhavam quando escutavam música, provava de um doce ou, simplesmente, quando escrevia naquele bloco de notas que sempre estava consigo. Dizia que era lá que guardava suas ideias fantasiosas, seus universos mais vastos e com detalhes que apenas ele bem sabia explicar.

Era um escritor nato, assim como Jaemin, e seu gosto pela arte e pintura.

Se conheciam desde meados do fundamental, bem no dia da competição escolar que iria ocorrer e Jaemin, sendo da sétima série, estava com seu grupinho de amigos — todos treinavam um pouco, já que seria horas depois o evento e fora ali que ambos se conheceram. Jisung lembrava de ter se perdido pelo colégio grande, ainda não tinha feito amizade com Chenle e se encontrava todo sozinho; parou perto da quadra, observou os garotos jogando bola e a mesma acabou vindo na sua direção.

Jaemin tinha o cabelo castanho, os fios caíam sobre seu rosto e possuía um sorriso doce. Pensou que o menino pegaria a bola para si, que a entregaria em suas mãos, no entanto, Jisung apenas saiu correndo o mais rápido possível dali.

— Ele era fofo, não acham? — comentou o Na para ambos os amigos. Jeno deu de ombros e Renjun apenas pediu para que fossem treinar mais, e depois Jaemin decidia se o menino era mesmo fofo.

Aquele foi o primeiro instante onde Jaemin se encantou por Jisung — ainda que não soubesse de nada na época — e, anos depois, percebeu o óbvio.

[...]

Jisung era do segundo ano, era adiantado e isso apenas fazia Jaemin o olhar pelos recantos quando o achava. Seu azul marinho residente em madeixas bem cuidadas o deixava todo afetado, sorria mais que o costume e se deixava perder na beleza do mais novo.

— Se ele gosta de você como bem diz, por que ambos não ficam longo juntos? — questiona Renjun enquanto comia de seu sanduíche. Jaemin viu o namorado do amigo morder um pedaço consideravelmente grande, recebendo uma breve tapa pela parte do chinês e um resmungo do Lee.

— Eu não sei o que impede ele. Ele ganhou meu coração desde o primeiro momento em que meus olhos se fixaram nele, era tão fofo e olhe só o rapaz que se tornou. Eu sou completamente apaixonado por Park Jisung, do fundo do meu coração.

Suspirou. O menino que trajava cobalto, em tão pouco tempo, acabou por ganhar o coração do garoto rosa pastel. E fora quando uma ideia se apossou de seus pensamentos, fazendo o mesmo encarar Jeno e Renjun com evidente expectativa; os dois se entre olharam, se afastaram um pouco, e o Na disse:

— Acabei de ter a melhor ideia desse mundo e vocês vão me ajudar.

O sorriso deste dava um pouco de medo, no entanto, os mais velhos apenas assentiram. Quando Na Jaemin tinha uma ideia, ninguém o impedia de realizá-la.

[...]

Duas semanas após a pequena epifania de Jisung sobre sentir mesmo sentimentos por Jaemin, ele acabou decidindo mudar um pouco daquilo que estava acostumado. Olhou-se com atenção no espelho de casa, parecia outra pessoa sendo refletida — não era mentira, no entanto, tinha sido apenas um detalhe pequenino. Ou não, dependendo de quem olhava para si.

Azul turquesa se despedindo de si mesmo, tocando a superfície de um novo mundo e uma nova sensação.

Levava consigo uma pequena carta — esta tingida de um fraco tom de rosa — e caminhou até a escola. Sentia que todos estavam olhando para si, dizendo palavras baixas uns com os outros e que talvez tivesse sido precipitado em agir assim.

Bom, agora era tarde demais.

Encontrou Jeno e Renjun aos beijos em um canto da escola, o que significava que o Na estava em ambiente escolar, já que ele vinha junto aos mais velhos. Demorou a encontrá-lo, e quando já estava desistindo, sentiu uma mão tocar seu ombro. Era Jaemin, mas ao mesmo tempo, não.

— Oi, Sung. Você tá.. uau, lindo. — e como se fosse predestinado, Jisung tinha feito o mesmo que si: havia pintado o seu cabelo com a cor que existia no outro. O cabelo rosa recaía de maneira adorável na face de Jisung, o deixando mais fofo ainda; já em Jaemin, era o oposto: o azul lhe dava um ar mais sério, mais intocável e mais charmoso.

— Você que tá muito lindo, eu amei a forma como você ficou. — já sentia as bochechas quentes, o que significava que havia corado com tão pouco. Mas, cara, era Na Jaemin, como evitar o coração acelerado por causa do sorriso que provinha deste? Era belíssimo, um monumento, uma obra de arte renascentista.

— O que é isso em suas mãos?

Havia se esquecido da carta, mas agora não tinha como voltar atrás. Estendeu esta de modo tímido, vendo o sorriso de Jaemin surgir e o mesmo abriu a carta feita por Jisung.

"Ainda que eu não saiba se meu azul lazúli combina com seu magenta, eu queria unir ambas as cores. Assim como meu azul royal e todas as cores que existem em mim, não apenas o azul em si. Você, sendo tão rosa, vivo e intenso me conquistou. É por isso que eu estou aceitando ser seu namorado, porque tá na cara que eu gosto bastante de você, Jaemin."

— Então eu posso te beijar sempre que eu quiser? — ele perguntou totalmente afetado com aquela boa notícia que chegava até si. Jisung, ainda que meio tímido, acabou por balançar a cabeça pois não sabia como proferir todos os dizeres em voz alta. — E podemos ver filmes enquanto dividimos o cobertor ao mesmo tempo que comemos doces e salgados? — mais um aceno em sinal positivo. — Ok, estou totalmente boiolinha por você, Sung.

— Sempre foi.

E Jisung não se importaria de misturar as cores do arco íris desde que entre estas existisse Na Jaemin. Assim como Jaemin não tinha medo de conhecer novas cores, principalmente as que existiam em Park Jisung.

Pois ambas as aquarelas se completavam como um dia ensolarado que contém sorvete, algo doce e significativo.

[...]

oi, esse comeback do dream = tudo. e sim, eu usei o fato do nana estar de blue hair e fiz toda uma ceninha sobre. eu sou nana utted e é bem assim que eu vejo ele, todo tchan, impactante e essas coisas aí. bom, foi isso, eu espero que tenham gostado e eu amo muito vocês. 💗

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