Há uns meses publiquei um capítulo aleatório e resolvi fazer a versão do Jeongguk hoje que tirei um tempinho pra escrever bobeira. Não me massacrem demais na dm kkkkkkkk.
Conheci Kim Taehyung quando tinha acabado de completar 17 anos. Estávamos no último ano do ensino médio, acabamos caindo na mesma sala e por compartilharmos o mesmo grupo de amigos, nos aproximamos. Não entendia muito bem a nossa relação, enquanto Kim era todo decidido quanto a seus sentimentos e relações, eu era um filhote perdido sem entender que podia me apaixonar por garotos também.
Em certo momento daquele ano todos especulavam que tínhamos alguma coisa por mais que não tivéssemos nada. Até que um dia, Taehyung deu o primeiro passo. Me convidou pra ir numa loja de fantasias, comprou um chapéu e depois de pagar me arrastou pra praça em frente a escola. Lá, admitiu que não queria ser só meu amigo e disse que estava apaixonado por mim.
Quando Taehyung começou a me olhar com outros olhos? Eu, Jeon Jungkook, não sei a resposta dessa pergunta até hoje.
Fiquei paralisado.
Naquele dia, nos beijamos pela primeira vez e juntamos nossas mãos. Cheguei em casa tão eufórico que minha mãe ficou preocupada e até colocou a mão na minha testa pra saber se estava tudo bem. Contei sobre Taehyung, por um momento achei que ia dar tudo errado e ela ia ficar decepcionada e furiosa comigo. Porém, superando todas as expectativas, ela me abraçou e fez carinho no meu cabelo enquanto dizia que ele era um bom menino.
No dia da nossa formatura do colegial, meus pais tiraram tantas fotos nossas e fizeram questão de mandar uma cópia do álbum para a mãe do Kim também. Desde aquele dia ainda não tive coragem de tirar o álbum da gaveta. Foi um dia incrível. Chegamos de mãos dadas e era engraçado ver a reação de alguns pais quando dois garotos subiram juntos para pegarem os diplomas.
Fomos pra mesma faculdade e decidimos dividir o aluguel de um apartamento. Estávamos vivendo um sonho naquela época. Morávamos juntos, compartilhávamos tudo e eu amava chegar cansado em casa e saber que quando eu abrisse a porta ele estaria ali perguntando sobre meu dia. A noite de filme e pipoca, geralmente na quarta, era a minha coisa favorita no mundo inteiro.
Passamos 5 anos na mesma rotina até eu começar a me perguntar se eu atrapalhava e atrasava a vida dele tanto quanto eu achava. Quando ele rejeitou uma proposta de trabalho na Europa por minha causa eu decidi que deveria deixar ele ir. Kim Taehyung é o homem mais brilhante que já conheci, eu não podia deixar ele atrasar a própria vida por me colocar como prioridade máxima e esquecer que o mundo continua girando.
Terminar tudo foi, provavelmente, a decisão mais difícil que tomei na vida. Ele perguntou se eu tinha encontrado outra pessoa, se nossas cores não combinavam mais, se eu não queria dançar com ele e em qual momento percebi que estava cansado do nosso relacionamento. Não respondi. Quando o vi chorando perguntando o que tinha de errado cogitei voltar atrás e falar que estava apenas brincando. Mas não fiz, fui até o final e acabei com a coisa mais preciosa que tínhamos construído.
Taehyung foi meu primeiro amor, o único. Com ele me aventurei, me encontrei, me descobri e me reinventei. Passamos por ciclos, tivemos um relacionamento por 6 longos anos e ainda penso neles todos os dias. Procurei, incansavelmente, em outras pessoas alguém como Kim Taehyung. Nunca achei, me frustei, corri. Me perdi de tanto procurar. Ainda sinto demais. Queria voltar a ter 17 anos onde tudo era fácil e nem passava pela minha cabeça que um dia teria que deixar ele ir embora, escapar pelos meus dedos e o pior de tudo, ser o motivo do seu choro.
Quando foi que a cidade inteira passou a ter o mesmo carro que você? Te procuro no mundo externo mesmo sabendo que você não vai estar no banco em frente a padaria ou em algum caixa de supermercado. Acho que te procurar em todos os lugares faz com que a esperança de te encontrar vá diminuindo a cada expectativa arruinada. Quando chegar ao fim talvez eu me sinta um pouco melhor, ainda não sei se estou certo.
Eu soube, através dos meninos, que você tá terminando o mestrado na França, vendendo muitos quadros e que ganhou uma promoção no trabalho. Como se sente? Faz 19 meses que nos vimos pela última vez na casa do Jimin, estava um clima estranho e eu fiquei imaginando como seria se você levantasse do seu lugar e apartasse minhas bochechas como sempre fazia, torci internamente pra isso acontecer! Quis te puxar pra algum canto, falar que sentia muito e implorar pra te ter de volta.
Meu amor, queria te entregar todos os beijos que não te dei. Seria muita desonestidade deixar você carregar toda a nossa bagagem sozinho. Queria poder ter atingido todas as nossas metas, cumprido todas as promessas, nossas viagens. De tantas coisas que poderíamos ter sido, acabamos nos tornando lembranças. Taehyung, como eu faço pra parar de criar vários cenários onde o mundo e os problemas externos não existem? Como eu paro de pensar em você? Pareço um disco arranhado, quero colocar um ponto final mas todas as vezes que tento acabo desistindo e a culpa me corrói.
Ainda dói, não sei quando vai parar de doer mas eu espero que não demore muito. É difícil escrever sobre você, queria escrever um livro, uma música ou uma mensagem mas nenhuma demonstração parece estar a altura do que foi o nosso amor.
Kim Taehyung, quero te deixar ir. Fisicamente você já foi mas não adianta muita coisa se sua energia ainda martela incansavelmente aqui nos meus pensamentos. Não quero apagar as lembranças, os momentos e tudo que ainda continua guardado na zona sensível do nosso cérebro. Um dia nos abraçamos e se eu soubesse que seria a última vez, não teria te soltado nunca mais.
Porém, agora não da mais tempo.
Tempo.
Queria que tivéssemos ampliado o nosso.
Serei infinitivamente grato por você ter sido meu, por ter me amado e recebido meu amor da forma mais pura e verdadeira. Ainda amo você.
