Capítulo 8

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No meio da confusão, encontre a simplicidade. 
A partir da discórdia, encontre a harmonia. 
No meio da dificuldade reside a oportunidade

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Acordo meio cansada e mais tarde que o habitual, mas me levanto e começo a me arrumar pra ir pra faculdade, não posso descansar até descobrir o que Sam é e ajuda-la com isso, não deixarei que ela se torne alguém ruim. Quando eu termino, pego minhas coisas e desço a procura da minha mãe. A encontro na cozinha, aproveito que está distraída, pego uma maçã e saio de casa de fininho. Não estou preparada para conversar sobre como vai ser daqui pra frente. Subo na moto e vou até a faculdade, chegando lá vejo Sam conversando com Raphael. Bufo. Sério isso? Caminho até os dois.

"Oi Sam" Eles param de conversar e me olham, Sam sorri, mas continuo séria.

"Oi Aura, dormiu bem?"

"Oi para você também estressadinha, não está me vendo?" o idiota fala sorrindo e isso me deixa mais furiosa ainda. Decido ignorá-lo talvez assim ele saia e me deixe em paz.

"Dormi sim Sam e você?" sorrio ironicamente para ela evitando olhar na cara do idiota

"Acho que vou deixá-los a sós para conversar um pouco" Ela morde o lábio e olha de mim para ele e eu estou prestes a esgana-la, mas ele pega na minha mão e me faz encara-lo.

"Olha, eu quero paz okay? Não gosto de ficar brigando com você. Pensei que depois da nossa conversa na festa, você fosse realmente querer ser minha amiga" Eu estranho tudo que ele falou e ele percebe isso pois logo fica surpreso e volta a falar "Na festa, depois que você e Sam tiraram a roupa dançando, eu te levei pro meu quarto e cuidei de você. Você estava péssima, vomitou em tudo. Mas quando melhorou me agradeceu e conversamos, você até disse que me achava sexy" meu rosto deve estar completamente vermelho agora, não sei se estou com mais raiva ou mais envergonhada.

"Espero que não tenha se aproveitado de mim seu conquistador barato!" Ele põe as mãos no peito dramaticamente.

"Assim você me ofende linda, e eu nunca me aproveitaria de você, nem de ninguém. Eu falo sério quando digo que quero sua amizade" vejo sinceridade na sua fala e respiro fundo. Talvez não seja tão ruim e assim eu descubra sobre ele. Falar nisso, nunca mais olhei meu e-mail para ver se a LT respondeu, que burra!

"Tudo bem, aceito sua amizade, mas não vai rolar nada entre a gente" Ele sorri de canto e se aproxima de mim.

"Deixa acontecer naturalmente gatinha, você tem que relaxar" fala bem perto no meu ouvido, o que me faz ficar sem reação. Dito isso, ele se afasta e acena enquanto caminha para dentro da sua sala. E eu fico lá parada igual uma retardada até o sinal bater e me obrigar a entrar na sala também, sento ao lado de Sam e a manhã passa normalmente. Quando termina, me levanto e pego minhas coisas.

"Vamos Sam? Hoje vamos comprar comida, comer rapidinho e ir para a biblioteca pesquisar sobre tudo que falamos ontem" ela concorda e vamos em direção a um restaurante perto da biblioteca, comemos conversando sobre as aulas e quando terminamos. Vamos até a biblioteca e dividimos a parte de cada, e assim foi a tarde inteira. Mas não encontramos absolutamente nada. Procuro por Sam e a encontro com os olhos fechados com um livro na mão.

"Sam?" Ela abre os olhos e me olha "Não encontrei nada, apenas algumas coisas desencadearam mais memórias" Ela suspira e guarda o livro.

"Mas não podemos desistir, a gente vai encontrar. O que você se lembrou?" Me aproximo e me encosto na estante.

"Eu tinha mais ou menos 12 anos e minha vó estava me ensinando a como usar meu grito como arma. Isso é tão estranho, cada vez que me lembro de algo eu sinto o poder em mim sabe? Como se tivesse sendo reativado" essa é a parte perigosa, quando a pessoa se dá conta da dimensão do seu poder. Mas não posso deixá-la perceber que estou com medo.

"Mas está tudo bem, a gente vai resolver tudo isso" A abraço e pego nossas coisas e fomos caminhando juntas até sua casa, a deixei lá e fui pra minha. Quando cheguei, não encontrei a minha mãe pela casa, então desci até a sala de treinamento, lá estava ela lutando sozinha, bato no vidro.

"Posso treinar com você? Acho que estou fora de forma" ela ri e vem abrir a porta, eu entro e tiro minha jaqueta.

"Vamos ver o que sabe" começamos a lutar e digamos que eu estava sendo derrotada de uma forma vergonhosa. Quando ela me dá uma rasteira e eu caio no chão, resolvo fazer algumas perguntas.

"Mãe, quando algum vampiro foi morder a senhora, algo estranho aconteceu?" Ela me olha estranho, mas não para de me bater e desviar de todos os meus golpes.

"Não, nada estranho que eu me lembre. Por que? Aconteceu algo?"

"Senti minha tatuagem arder e ele ficou apavorado, fugiu de mim na hora" Ela fica estática bem no momento que eu a derrubo e eu fico preocupada.

"Chega por hoje, você está indo bem. Não comente nada sobre isso com ninguém, vou descobrir o que foi isso que aconteceu com você, não precisa se preocupar" ela se levanta, pega suas coisas e sai quase correndo da sala. Minha preocupação só aumenta, pego minhas coisas e vou pro meu quarto. Fico repassando tudo na minha mente enquanto tomo banho e não consigo relaxar. O que está acontecendo comigo? Termino e me troco, deito na cama e tento dormir. Mas chega uma hora da noite que meus pensamentos me traem e começo a pensar em Raphael e nesse acordo de paz que fizemos, será se vai funcionar? Difícil. Ele consegue ser insuportável e eu não aguento ficar muito perto dele e não ter vontade de esgana-lo e depois beija-lo. QUÊ?? BEIJA-LO? De onde tirei isso? Respiro fundo e troco de posição até cair no sono. 

Final HuntOnde histórias criam vida. Descubra agora