13 - O abraço do Jungkook

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Os dias seguintes foram quase normais entre mim e o Joon.  Digo isso pois a gente meio que continuava sem desentendimentos, ele evitava me chamar no colégio, e eu evitava se aproximar.

O fato é que ele começou a chegar tarde no quarto, se deitava na cama e não me olhava. Claro, o fato dele não me olhar não é tão estranho, a questão era clara, ele estava me evitando. E então esse "não falar comigo" estava além do que era normal. 

Ele me chamava de pirralho só para me provocar, e agora, ele simplesmente não falava nada. Quando eu chegava na cozinha pela manhã, ele já estava saindo. Então resolvi fazer o mesmo, afinal eu iria respeitar a atitude dele.


No colégio, eu continuava andando com meus amigos. As vezes o Jungkook vinha me dá um oi, e mesmo evitando-o, pois não queria provocar o RM, ele continuava tentando se aproximar. Mas não era fácil ficar sempre distante do Kook, pois ele era persistente. E eu mesmo me sentindo incomodado com sua presença, o achava charmoso.

E então num desses dias, ao final da tarde, eu estava com dor de cabeça. Não me sentia bem, e como não queria incomodar meus amigos, não comentei nada, e fiquei esperando o RM sair para pedir carona.

O avistei se aproximar.

-- Namjoon, posso ir com você? - procurei ser o mais direto possível.

Ele pareceu visivelmente surpreso com minha pergunta.

-- Você lembrou que tem irmão? - ele passa por mim, ficando parado a minha frente, sem visualizar meus olhos ele continua -- Melhor você continuar fingindo que eu não existo e volte sozinho como sempre.

Senti um grande aperto no peito, e raiva, eu era o culpado? Como ele poderia dizer aquilo depois do que conversamos, ele não iria ficar em paz comigo?

O vejo entrar no carro sem nem olhar para mim. 

Como ele pôde falar isso? E minha cabeça piorou a dor. Eu estava quase gritando sem suportar. Sinto tontura e quando vou pendendo apoiando-se no portão, alguém me segura.

-- Tudo bem Taehyung? - era o Kook me segurando quase me abraçando.

-- Estou com dor de cabeça. - apenas deixei sair.

-- Venha eu te levo pra casa.

-- Apenas chame um táxi. 

-- Não. Eu te levo. - seus olhos nos meus, eu me perdi, mas precisava relutar.

-- Não precisa.

-- Deixa de bobagem.

Ele me segura direito me guiando, segurando meu antebraço, e então ele me abraça. 

O Jungkook me abraçou do nada. Foi confortante. Mesmo não entendendo o motivo, a pressão em minha cabeça subiu e a dor piorou.

-- Por quê você continua me assediando?

Ele pareceu surpreso com minha pergunta.

-- Apenas deixe eu te ajudar V. Depois a gente conversa.

Senti seu carinho por mim nas batidas do seu coração.

Pela primeira vez senti os sentimentos de outro por mim.

Então deixei ele me levar.

O Kook pilotava com cuidado evitando solavancos e ultrapassagens perigosas. Eu segurava em sua cintura, mas evitava abraçar seu corpo, segurava apenas na camiseta.

Minha cabeça estava ficando zonza. Me sinto tonto e a dor está insuportável. Resolvo segurar envolta de sua cintura abraçando-o.

Seu corpo me passa segurança. Me apoio nele. A paisagem passa rápido.

Em frente a minha casa, Kook deixa a moto de lado, e fica na minha frente.

-- Quer que eu fique um pouco com você?

-- Obrigado Kook. 

Evito seus olhos. Mas ele me abraça novamente. 

-- Tome um remédio, e procure dormir logo.

Depois que entrei e fechei a porta. Senti meu corpo quente.

Senti meu coração bater diferente.

...

Acordo com alguém batendo a porta, olho o relógio e já são nove horas da noite.

-- Ai, pirralho, não vai jantar? Tem sopa.

O remédio fez efeito, mas aquela voz meio que me fez lembrar da dor de cabeça de mais cedo.

-- Vou já, pode deixar na mesa.

Pego o celular novamente, há uma notificação de voz. É do Kook:

"Queria ter falado com você antes, mas vi que você estava me evitando, e hoje você não estava bem. Então resolvi falar por aqui e não deixar para depois. Eu queria te pedir desculpas se eu o importunei, ou se te fiz se sentir assediado, nunca foi minha intenção te fazer ficar desconfortável comigo, e talvez eu tenha passado dos limites, naquela noite, eu queria falar isso com você, mas você desligou o telefone e eu então entendi a situação. Não sou sou e nem quero parecer alguém toxico, eu só queria ficar próximo de você e ser seu amigo. Me desculpe Taehyung, prometo que não vou mais te importunar, e aquele abraço, foi meio que uma despedida."

Fiquei lendo aquela mensagem. Meu coração batia forte, eu estava gostando do Kook, também?

Não. Eu só estava confuso... Mas uma coisa era certa, eu não queria perder a amizade dele, só por causa do meu irmão.

Respondi a mensagem.

"Oi, Kook. Não se desculpe. Eu sou grato por sua amizade. Por favor seja meu amigo."

Ele visualizou na hora. E respondeu:

"Serei e vou respeitar seu espaço e seu tempo, afinal, minha amizade por você é apenas um trampolim para algo mais."

Trampolim? Naquela hora eu nem lembrei do significado, só fiquei nervoso. E respondi.

"Obrigado por sua amizade, a gente se ver depois, tenha uma boa noite."

"Tenha uma ótima noite. A gente se ver amanhã."

Eu apenas me senti leve, e pensativo, afinal eu deveria tirar o Namjoon dos meus pensamentos.

My Brother Namjoon, e seu amigo Kook - em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora