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Paralisei! Toda a visão do meu prédio, em que eu sempre conseguia ver carros, motos e trânsito, havia se transformado em uma escuridão. Olhei para a lua que agora estava vermelha como o sangue. Toda a cidade estava deserta e a luz vermelha refletida pela lua transformou o meu camisola branco em vermelho. Olhei para baixo e, naquela parte, a menos de 2 centímetros da minha janela, havia uma espesse de ponte de tijolos que eu nunca tinha visto antes. Essa ponte parecia rodear por completo o prédio. Algo me dizia que eu deveria seguir aquele caminho e as vozes, agora mais altas na minha cabeça, começaram a ecoar:"Venha, garota! Você precisa salvar seus amigos e familiares" Não sabia de onde viam aquelas vozes, quem era aquela criatura ou o porque daquela lua estar cor de sangue mas eu tinha que descobrir. Por um momento eu quis me jogar no chão do meu quarto e chorar, implorar para quem quer que fosse aquela criatura, deixar-me em paz mas sabia que não ia adiantar. Levantei a janela e engoli um seco. O vento frio e sombrio tomou conta do meu corpo. Afastei as cortinas e tentei descer até colocar um dos meus pés na ponte de tijolos. Tentei me equilibrar mas era muito difícil, qualquer deslize meu, qualquer escorrego e eu caia e era completamente esmagada no chão. Meu sangue gelou mas eu precisava ter coragem então, cuidadosamente, comecei a andar entre a ponte de tijolos. A neblina começou a se formar em baixo de mim. Tentava não olhar para baixo para não me desesperar. Mesmo preso os meus cachos continuavam balançando por conta do vento, até que uma brisa extremamente forte balançou e soltou meus cachos que pareciam auroras naquela lua de sangue. Andei um pouco o caminho até que encontrei uma janela de outro apartamento. Olhei por dentro e encontrei uma garota com uma máscara estranha. Aquela máscara parecia muito com a lua de sangue que tomava conta de todo o céu. A menina, sentada segurando uma boneca em uma cadeira de balanço olhava fixamente para mim. Por um momento, pensei que tipo de pai irresponsável deixa sua filha ficar a essa hora da madrugada fantasiada e olhando para uma janela. Porém, os olhos da menina que parecia loira começaram a brilhar por dentro da máscara refletindo um vermelho sombrio. Fiquei tão assustada que meu pé escorregou e, por um milagre, consegui me equilibar novamente. Tirei os olhos da menina e continuei andando por aquela ponte de tijolos.

A lua de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora