único; sempre, minou.

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f l u f f y, nhah

. . .

Paris estava em chamas.

Pelo menos, no figurativo.

A população estava em choque, a imprensa corria com matérias denominadas "Breaking News" por toda a Europa. Hawk Moth havia sido pego, desmascarado e enfiado em um camburão da policia na frente de todas as câmeras que – de alguma forma – descobriram sobre o ataque surpresa dos heróis. Pessoas estavam chocadas pelo fato de Gabriel Agreste ter se revelado ser o tão atormentador homem que não deixava aquelas pobres almas em paz.

A segunda parte do choque fora a retirada de Emilie Agreste do porão da casa, em um coma que – segundo os médicos – pendia ao irreversível.

Todavia, Ladybug não estava dando a mínima para a imprensa, os fotógrafos e todas as pessoas que pediam algumas palavras. Estava mais preocupada em encontrar uma única pessoa.

— Alguém viu o Chat?

Perguntou, para o grupo de heróis que se perdiam entre as inúmeras repórteres em busca de uma matéria especial. Queen Bee a olhou, os olhos um tanto pesarosos.

— Não faço a mínima, ele desapareceu quando levamos Hawk... Rena?

— Não vi nada. — A feição da caucasiana era de quem estava – nada menos – do que chateada e preocupada. — Ni... digo, Carapace?

Carapace suspirou. Negou com um meneio de cabeça.

Então, Ladybug meneou a cabeça. Puxou o yoyo, sem dar a mínima para todos que a cercavam. Sua cabeça estava a mil, e ela precisava encontrá-lo.

Toda aquela bomba havia estourado em um momento inoportuno, se é que algum momento fosse oportuno para tal revelação. Agora que Adrien e o pai estavam mais próximos, agora que Gabriel Agreste estava mais afável com o flavo que carregava seu sobrenome. Como a vida poderia ser tão cruel?! Ela não sabia responder.

Mas queria, ao menos, tentar amenizar a dor daquele que amava, mesmo que fosse impossível.

Durante a busca por Chat, parou em casa. Precisava de um guarda-chuvas se não quisesse acabar ensopada e gripada, além do uniforme ficar um tanto mais pesado quando exposto a precipitação. Soltou um sorriso tristonho quando percebeu o guarda-chuva que pegara na pressa: o mesmo que ele havia a dado há mais de sete anos na entrada do colégio.

Aquilo apertou seu coração, quase estraçalhou-o. A vida era deveras maldosa com Adrien, ela não podia acreditar.

E tal pensamento deixou-a ainda mais focada em encontrá-lo. Era sua meta, e uma joaninha focada nunca ficava de mãos vazias. Vasculhou todos os pontos que sabiam ser favoritos dele, lugares onde sempre visitavam em patrulhas. Estava quase perdendo as esperanças – e pedindo que ele estivesse a salvo, em pensamento – quando encontrou-o em um telhado, um verdadeiro gato pingado, com o rosto sobre os joelhos sobre os pingos ásperos da chuva grossa. Ela podia tocar a melancolia por ele enfuna, e não esperava por menos.

Aproximou-se com passos despretensiosos e lentos, calmos. Deixou que o guarda-chuva o cobrisse ao abaixar o corpo, e viu quando ele moveu o rosto para enxergá-la. Um verde nunca esteve tão sem esperança e tristonho como aquele que coloria os olhos de Adrien Agreste, destoando-o do tom que sempre via quando ele se aproximava.

— Adrien?

Tocou-lhe os ombros com tamanha sutileza. Os dedos escorrendo pelo uniforme molhado, subindo pela gola de couro até elevar-lhe a face esplendorosa. Acariciou o queixo do maior, tentando resplandecer todo o amor que tinha para o dar por meio daquele olhar terno e nada fugaz.

Adrien não a respondeu, ao contrario do que ela pensava que ele faria. Adrien jogou-se contra seu corpo, puxando-a para nada menos do que um abraço de quem necessitava uma demonstração afetiva. Ela largou o guarda-chuva, deixando que as gotículas geladas e pesadas caíssem contra eles. Envolveu os ombros do loiro com os braços, puxou-o para si. Manteve-o naquele gesto afetivo, sentindo as lagrimas dele contra o próprio uniforme. Inferno, ela não conseguia vê-lo de tal modo! Quebrava-a em mil pedacinhos! Ah, como ela queria poder resolver as coisas como em um conto de fadas, usar um passe de magica e dar-lhe tudo o que ele merecia!

— Por que ele? Por que justo ele?

Adrien murmurou entre farfalhos e fungadas baixas. Marinette fechou os olhos, o acariciando a pele pêssego do pescoço, assim como os fios cor de ouro de seu cabelo macio.

— Não sei... — Ela suspirou baixinho, repousou o queixo sobre a cabeça do loiro, continuando em seu colo. — A vida... as vezes é complicada...

— Nós tínhamos tudo... só não tínhamos...

Adrien não conseguiu terminar a frase.

— Tudo vai ficar bem, minou...

Adrien elevou o rosto para encará-la. Marinette deixou que as mãos envolvessem seu maxilar, tocando-o com graça e carinho. Incrivelmente, suas mãos estavam quentinhas em contraste com o frio cortante daquela noite parisiense.

— Promete que vai ficar sempre ao meu lado, My Lady?

Ela sorriu, assentiu.

— Sempre, minou...

Um sorriso doce fixou-se no rosto do Agreste, que de modo lento aproximou o rosto anguloso do dela. Deixou que os lábios capturassem os lábios finos e tênues da menor, movimentando-os de maneira lenta rente aos da heroína. Marinette não o negou, nunca negaria beijos a ele, muito menos amor.

Pelo contrário, sempre ofereceria o dobro de carinhos e ternura sempre que ele precisasse.

In The RainOnde histórias criam vida. Descubra agora