Prólogo

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Dia 20 de julho de 2002.

Férias de verão.

O fim do ano letivo finalmente havia chegado. O primeiro ano do ensino médio chegou ao fim, e agora, os jovens estudantes aproveitavam os três meses de férias para se divertirem, encherem a cara com quantidades absurdas de álcool e descobrirem novos sentimentos. E era isso que o time de futebol do Califórnia High School fazia neste fim de tarde, em um festivo sábado na praia de Miami.

Eles haviam feito a viagem para aproveitarem o ótimo clima da cidade da Flórida. A festa acontecia as 19:00, com no mínimo 15 adolescentes em volta de uma fogueira, jogando conversa fora e bebendo algumas caixas de cerveja. O mais notado pelas garotas no local, era Nathan Campbell, um dos membros do time de futebol, com cabelos lisos e escuros, a face sem resquícios de barba e um sorriso encantador, que combinado com a altura de 1,83 e o corpo definido, formavam o padrão de beleza adolescente da época. Por incrível que parece, Nath se manteve calado a festa toda, apenas respondendo as brincadeiras de seus companheiros e dando longas goladas nas garrafas de cerveja. Apesar da popularidade e das festas de sempre, Campbell ainda se sentia vazio, pois até o momento, nunca encontrou alguma mulher que lhe deixasse com o sentimento de paixão passado pelos filmes de romance que assistia escondido. Assistir filmes de romance? Um segredo guardado com ele a sete chaves, pois sabia que os amigos acabariam com sua vida se descobrissem.

— Bem...minha cerveja acabou. Vou pegar mais um pouco. – Avisou Campbell para o restante do grupo, com um tom desanimado em sua voz, mas se esforçou para sorrir.

Se levantando do banco, pode afastar-se da fogueira e se encaminhar em passos acelerados até o cooler azulado. Os olhos escuros encaravam a areia esbranquiçada que ficavam facilmente marcadas com sua pegada. Essa falta de atenção o impediu de perceber que alguém se encontrava no cooler, e quando a pessoa se virou, o corpo dela se chocou com o do jogador de futebol. Nath provavelmente teria soltado um xingamento, uma reação normal por ter bebido 4 garrafas de cerveja e com pensamentos ruins vagando por sua cabeça. Mas os lábios travaram no momento que percebeu quem era a culpada do esbarrão. Liana Conti.

Uma garota de cabelos loiros quase da cor do sol, olhos esverdeados como um belo par de esmeraldas, lábios naturalmente rosados e a pele branca. No rosto, ela usava um óculos de tamanho desproporcional, o que de certa forma, dava um ar desastrado para a jovem de 1,60. Lia nunca fez parte das pessoas populares e sempre foi zoada pelas pessoas, por conta do simples fato de usar óculos grandes demais para o próprio rosto e ser tímida o bastante para ter uma única amiga. Nathan nunca entendeu porque, porém sempre se sentiu atraído por ela e essa noite não foi diferente. Uma sensação de borboletas no estômago tomou os dois, que agora se encaravam em um silêncio constante. Nath nunca havia passado por essa sensação antes, e muito menos pensava que a sentiria em uma troca de olhares com Lia. A garota também possuía um amor secreto pelo jogador de futebol, e no momento, a única coisa que sentia era medo... medo do homem, pelo qual tinha uma paixão platônica, usasse ofensas contra ela, assim como os outros do time. Para sua surpresa, um sorriso caloroso surgiu nós lábios avermelhados de Nathan– Por conta da bebida –, podendo sentir seu coração trocar o medo pela paixão. Automaticamente, ela sorriu de volta, sentindo as bochechas, antes brancas como papel, ficarem de tom escarlate pela timidez.

— Oi...eu sou Nathan.

— E-eu sei quem é você, e-estudamos na mesma classe.. – Com a resposta dela, Nath acabou por rir, envergonhado.

— Me perdoa, deve ser o maldito álcool. As vezes essa coisa vai para o cérebro e Boom, esquecemos até às chaves. – O casal riu em uníssono. – Você.. é Lia, não? É um prazer te conhecer. Quer dizer.. conhecer mais de perto. Esquece.

2002 - Two Thousand and TwoOnde histórias criam vida. Descubra agora