Prefácio

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Seu desejo fará sua alma sucumbir às trevas caso se renda aos prazeres que a carne tem a lhe oferecer.
Você tem duas escolhas.
Uma te leva ao céu, outra ao inferno.
Decida, faça sua escolha:
Vai Brincar ou Rezar?


O vento frio balançava os cabelos de Shuhua enquanto ela andava o mais depressa possível. As ruas já estavam vazias e ela tinha a ligeira sensação de estar sendo perseguida por alguém. Por algo, mais especificamente.
Ela tinha exatamente trinta minutos para chegar em casa e ir para a igreja para ver a apresentação da irmã no coral e quando a missa acabasse, se confessar com o padre. Era católica e ia a igreja sempre que podia.

Shuhua era uma boa garota. No auge dos vinte anos, ela fazia faculdade de Psicologia pela manhã e trabalhava a tarde como garçonete e atendente em uma cafeteria local, que ficava há alguns minutos de seu apartamento.

Seus passos eram rápidos e o frio cortante continuava a deixá-la mais desconfortável e assustada com a situação em que se encontrava. Ela estava literalmente sozinha na rua, mas conseguia ouvir passos atrás de si, entretanto, não havia ninguém. Agora a ideia de ir para casa primeiro parecia mais assustadora considerando o horário, já que em breve as ruas estariam ainda mais desertas por conta da queda de temperatura e seria muito pior ter que fazer o caminho duas vezes.

Sentia medo. Estava perto de enlouquecer, aquilo estava perdurando há semanas e ela não sabia até aonde seria capaz de aguentar.
Há duas quadras de seu destino, Shuhua correu rapidamente até estar na porta da igreja. Talvez aquela sensação e aqueles pensamentos a deixassem em paz em um ambiente santo.

Perdoai-me, Pai! Pois eu pequei! — ela terminou sua oração dentro da capela e vestiu as luvas, dirigindo-se para o banco de madeira aonde seus pais se encontravam. Tentou sorrir amigavelmente e se postou ao lado da mãe, que segurava nas mãos a câmera fotográfica para registrar os momentos da filha mais nova no coral.

Quando a missa começou, tentou ao máximo se concentrar nas palavras do padre, mas ela dirigiu seu olhar até a porta aberta do santo sacrário e com muito custo, enxergou a figura de uma mulher lá dentro.
Ela escutou uma risada maliciosa dentro de sua cabeça. Era a lembrança mais forte que tinha do último sonho.

As palavras do padre não entravam pelos ouvidos de Shuhua e ela não conseguia focar sua atenção em outra coisa além dos pensamentos promíscuos que rondavam sua mente naquele instante, causando arrepios por todo o seu corpo. Era como houvesse uma voz ao seu lado sussurrando-lhe aquelas coisas e por mais que tentasse conter, aquilo estava fora de seu controle. Estava enlouquecendo de vez.

— Ah! Olhe como sua irmã está linda! — a voz da matriarca soou baixa, longe demais para ser escutada com clareza e por mais que quisesse, Shuhua não conseguia ter atenção no que estava acontecendo a sua volta. Era como se algo estivesse tapando seus ouvidos e a impedisse de ouvir. Ela não estava mais acordada, pois sua mente estava tomada por aqueles pensamentos que ela sabia que seu Deus condenava, ainda mais com uma mulher.

Ela agradeceu à todos os santos possíveis quando a cerimônia finalmente acabou e ela poderia ir embora descansar, ou pelo menos tentar. A ideia de se confessar havia passado rapidamente por sua cabeça e ela desistiu. E se ele contasse aos seus pais? Era segredo de confissão, mas e se ele quebrasse o sigilo e contasse aos seus progenitores que Shuhua andava tendo sonhos promíscuos? Ainda mais com uma mulher!

A pressa de ir para casa foi tanta que ela não esperou a irmã para parabenizá-la pessoalmente. Shuhua estava esgotada. Os sonhos estavam a incomodando demais e ela já não dormia mais de cinco horas por noite, já que acabava acordando entre um sonho e outro.

Ela ainda se sentia observada dentro de casa, como se alguém esperasse o momento crucial da emboscada para atacá-la.
Embora estivesse totalmente cansada, ela respondeu e-mails e tentou comer um pouco mais, já que havia deixado sua alimentação de lado por conta dos estudos e do trabalho.
Durante o banho demorado que ela se deu o direito de tomar, ela ponderou a possibilidade de talvez estar reprimindo sua sexualidade, mas nunca de fato havia pensado sobre isso.

Ela sempre achou que gostava de homens e o fato de ser totalmente religiosa sempre colocou pedras em seu caminho para sua autodescoberta e os sonhos talvez fossem a consequência de sua sexualidade negada e reprimida.

Ou seria o demônio tentando contra sua mente?
Subitamente, um coro de vozes atingiu seus ouvidos. Eram risadas, conversas, gritos, tudo totalmente estranho, e em seguida, o zumbido forte na cabeça que a fez ceder e se encostar no colchão. Seu esgotamento era tanto que ela mal foi capaz de se vestir da forma correta. Shuhua caiu na cama e adormeceu.

Shuhua estava na cama, livre de qualquer peça de roupa. Os olhos fechados e os suspiros condenavam toda excitação que sentia. Ela escutava os próprios suspiros ecoando alto pelo quarto enquanto ela juntava suas pernas e as pressionava uma contra a outra, conforme a voz doce e rouca lhe instruía. Estava tão anestesiada pela sensação que não tinha controle da altura de seus gemidos e o suor continuava a escorrer por sua testa.
— Continue assim! — a voz voltou a dizer e então o corpo de Shuhua esquentou diante do toque alheio. As unhas longas arranhando-lhe as coxas com força, vendo até onde ela era capaz de aguentar.
— Eu vou...
— Deixe vir.

Então ela abriu os olhos, deparando-se com um par de orbes castanhas lhe encarando atentamente. Tentou gritar, mas de sua boca nenhum som saiu. Estava hipnotizada pelas orbes desconhecidas e perigosas que a encaravam com tanta malícia e desejo.
Depressa, ela briu e fechou os próprios olhos novamente, sentindo seu coração pulsar com força dentro de seu peito enquanto ela se sentava na cama ofegante, olhando para os lados totalmente amedrontada.
Não havia absolutamente nada e nem ninguém em seu quarto. Shuhua estava sozinha.

AVISOS:

- A história contém palavras de baixo calão, cenas de sexo, violência, algumas blasfêmias então se você não se sente confortável com isso, não leia.

- TALVEZ tenham cenas que possam dar gatilho em alguém, se for o caso, eu avisarei antes do início do capítulo.

Oi galera! Bom, se você chegou até, você já tem o meu mais sincero agradecimento.
É a primeira vez que eu decido postar uma coisa minha e eu espero de coração que vocês gostem.
O feedback de vocês nos comentários é muito importante pra mim como escritora para que eu saiba se vocês estão gostando e no que eu posso melhorar! Ah, e eu estou abertas a críticas construtivas.
O meu twitter está aqui caso vocês queiram interagir comigo por lá https://twitter.com/byulyipoem?s=09
Enfim, acho que é só isso!
Perdoem algum erro! Obrigada, e até a próxima atualização!

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