PRÓLOGO

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-Julia, porquê você não emagrece? Além de negra é gorda, você o pior dos dois mundos

Cody e os outros meninos do fundo do fundo riem juntos, mas de um tempo pra cá não venho me importando mais com isso me, sempre caçoam do meu corpo desde quando eu era pequena, mas eu aprendi que, oque realmente precisa ser mudado é essa necessidade escrota de desmerecer todos aqueles que não seguem um "padrão" de beleza, que muitas das vezes acaba virando uma obsessão, que ocasiona a morte

-primeiramente, ser negra e gorda não é o pior de mundo nenhum, o pior dos "dois mundos" é essa sua imaturidade que você insiste em manter desder o quinto ano, se enxerga Cody, você já tem 16 anos e ainda está no nono, prefiro mil vezes continuar ser essa gorda e negra do que ser um repetente triplo

Por incrível que pareça eles ficaram quietos, sempre escutei eles me chamando dos piores dialetos e permanecia de cabeça baixa, principalmente por medo deles fazerem alguma coisa comigo, e isso me ocasionou muitos problemas, eu adquiri a dois anos bulimia nervosa, isso principalmente por conta de minha família, por mais que eles me amem e se preocupem comigo eles acabam deixando transparecer um certo grau de gordofobia quando usam a frase "se continuar gorda dessa maneira vai acabar tendo uma parada cardíaca", e toda essa cobrança vem principalmente de minha mãe, que é herdeira da Madam J. Carter, uma das maiores marcas de roupas de grife criadas por negros aqui dos Estados Unidos, e eu sou a única pessoa da família a estar fora de forma, pois meu irmão, o Chris, é o típico esteriótipo de adolescente negro estadunidense, alto, com um físico forte e invejável, cabelo cacheado bem curto, e toda semana ele esta com uma "namorada" diferente, meu pai Anthony Shaw, um famoso jogador de futebol americano recém aposentado, as vezes eu me pergunto se ele realmente tem 48 anos, ele é tão idêntico ao meu irmão e tão jovial quanto o mesmo, as únicas diferenças entre os dois é o tom de pele, pois meu irmão é mais claro que meu pai e cerca de 8 a 12 centímetros mais baixo que ele, se meu irmão já era baixo, meu pai é uma muralha, que coincidentemente é chamado por todos que ele encontra A MURALHA DOS QUARTERBECK

Agora minha mãe Jessica James Carter é um caso aparte, pois ela é um sinônimo de beleza negra em todo país, sendo capa de diversas revistas inclusive a Vogue, no dia da consciência negra, onde ela, Michelle Obama, Beyoncé, Nicki Minaj e Rihanna, foram as principais pautas da revista, minha família tem um costume que eu aprendi a gostar que é colocar o nome de toda menina com a inicial J, que rendeu os mais diversos nomes, como: Jaina, Jhene, Jennifer, Jamil, Josie, Jessica, e por fim eu, Julia, mas voltando ao assunto que é minha mãe, ela é simplesmente uma das mulheres negras mais bem-sucedidas os Estados Unidos, e uma das mais bonitas também, as principais características físicas dela são seu cabelo, ondulado já de natureza, pois o gene branco de meu avô e o gene negro de minha avó se misturaram e criaram a seus olhos verde água que parece que foram feitos exclusivamente para as mulheres da família Carter, pois minha tia, Jhene, minha mãe e eu temos os mesmos olhos, e o mesmo tom de pele que não é escura o suficiente para sermos chamadas de negras africanas e nem claras demais para sermos chamadas de brancas, resumindo somos pardas 


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