LIKE A ROLLERCOASTER

jas(zz)mins

e mesmo que eu olhe para jaehyun desejando que todas as flores do mundo desabrochem em seu coração sem que algum tipo de sangue seja inevitavelmente derramado ocasionando um final muito infeliz para tudo que eu acreditei durante todo esse tempo enquanto sentada em um daqueles carrinhos de montanha russa degustando da sensação de ter meus cabelos grudando no meu gloss de morango, eu sei que a única culpada por crer que a adrenalina conseguiria convencer-lhe de algo belo como o amor sou eu.

os altos e baixos refletem um vazio dourado quase cósmico em meu coração pulsante por uma ilusão montada como se a minha vida pertencesse à um teatro milimetricamente projetado com toda a calma do mundo, quando na verdade o máximo que eu conseguiria fazer para fugir dessa armadilha criada pelo fundo do meu consciente-inconsciente, é subir nessa montanha russa afim de degustar do vento e da adrenalina desrregulando as emoções primordiais de um coração tão dourado quanto realmente vívido, até por que, algumas boas vezes eu pude crer que todas as palavras estivessem extintas do meu vocabulário só porque passei a noite despejando meu sangue e minhas lágrimas apaixonadas numa tela minúscula de plasma querendo que jaehyun acordasse para a vida do mesmo jeito que eu desejei que ele pudesse tocar meu coração completando-o em ouro, reluzindo de norte a sul tal como midas fez durante boa parte das histórias que são contadas para crianças.

e eu não conseguiria evitar borbulhar em lagrimas felizes quando ele me puxasse pela mão e ajeitasse meu cabelo naquela noite calorosa de janeiro me pedindo para entrar a montanha russa enquanto segura firmemente minhas mãos como se a noite fosse um objeto simples e tangível tratado como um empecilho para que todos os dias a partir desse momento fossem eternamente fora da rotina premeditada pelo universo.

mas eu continuei indo e vindo de cima à baixo sozinha presa num paradoxo onde eu apenas lamento por não poder viver um amor teatral banhado em ouro mesmo que o jaehyun que beije meus lábios seja uma miragem construída pela solidão perpétua do vazio que me assombra. e eu serei assombrada, constantemente afogada num delírio que cobre meus olhos com as duas mãos douradas em uma súplica, porque eu me tornaria midas caso ele desejasse ser coberto de ouro como um faraó se cobre de esperanças sobre a vida e riqueza eterna.

nada estaria concretamente preso na esperança da vida moderna, e eu continuarei lidando da maneira mais dolorosamente bela que eu conseguir até que todas as flores imaginárias da pele de jaehyun adornem meus cabelos como jasmins exalando o cheiro de um amor verdadeiro e pronto para ser degustado assim que sair do forno.

e dessa vez eu vou chorar por ter desejado morar num clichê que jamais seria tocável e possível. a montanha russa continuará subindo e descendo traçando caminhos em meu coração dourado, mas antes que me perguntem se eu sou vazia, sairei por aí beijando os jasmins que nascem na minha própria pele bronzeada enquanto meus pés beijam a água do mar silencioso, observando o pôr do sol da ponte mais bonita da cidade.

porque jung jaehyun algum jamais entenderia que possuir trilhos de uma montanha russa no lugar de veias e artérias é muito melhor do que imaginar uma estabilidade emocional utópica.

e eu não posso evitar a tristeza, do mesmo jeito que os jasmins morrerão gradativamente conforme o inverno se aproxima no continente.

mas nem tudo estará perdido, e isso se estabelece de maneiras belas, tatuando um destino florido em minhas bochechas rosadas enquanto eu cantarolo um jazz esperando o sol nascer. dia após dia.

dia
após
dia.

henderyawn ana!! todos os vazios do mundo jamais serão em vão, porque uma alma poética abriga muitas flores douradas pelo seu caminho, e isso é muito melhor do que pisar sobre tijolos desnivelados em um caminho incerto para dentro de um coração que não merece sentir as estrelas dos seus olhos beijando cada um dos jasmins dourados ao longo dessa estadia permanente nessa montanha russa infinita. viva.

dia após dia. o vazio não decide nada por ninguém, não se esqueça.