Felipe

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Felipe era um garoto alto, cabelos pretos e bagunçados e eu iria adorar dizer que tinha olhos azuis, mas não, seus olhos eram cinzentos, como se tivessem sido congelados.

"Então Catherine, acha que podemos ser amigos? Sua mãe diz que você não é muito sociável"

"Ela disse que não sou sociável?" fiquei indignada, como minha mãe fala com esse tal Felipe sem que eu saiba?

"Não acho que tenha muitos amigos", disse ele

"Não mesmo, mas se vamos ser amigos me chame de Cath, não gosto de Catherine"

"Ok, Cath, me chame de Lipe"

"Ok, Lipe"

"Então, do que gosta de fazer"

"Hum, eu leio, toco piano, e faço um diário, e você?"

"Ler? Ah, prefiro jogar videogame, ficar de bobeira no facebook e ir no cinema"

Depois dessa conversa Felipe saiu correndo e se jogou no meio dos espinhos, olhei para os lados pra ver se ele queria impressionar alguma garota bonita, mas não tinha ninguém, quando ele voltou tinha uma rosa na mão.

"Pra você, achei que ficaria legal nos seus cabelos loiros"

Não sei porque, mas eu fiquei muito vermelha, o que aquele garoto tinha? Quem ficaria cheio de espinhos só pra pegar uma flor? Depois disso ele me dizia os nomes das flores na campina, não achei que ele soubesse, mas ele é bem intelectual mesmo com aquela aparência de 'garoto problema'.

"Hey Cath, você tem celular?"

"Claro que tenho, acha que só porque não tenho amigos não quer dizer que não tenha um celular"

"Ok, calma, quando garotos perguntam isso é porque queremos seu número"

"Ah, e porque não perguntam isso de primeira?"

"Vergonha"

Ri, não da cara dele, mas de como ele colocou as mãos nos bolsos e ficou vermelho. Disse que não tinha problema e passei meu número.

Depois voltamos para junto de mamãe e Hans, Lipe foi pra casa com a gente e ficou até a hora do chá, disse que tinha que voltar para jantar com a mãe dele.

"Mande um abraço pra sua mãe", disse mamãe.

"Pode deixar"

De noite sonhei com ele, estávamos em um piquenique, mas era só nós dois, ele falava de como batera seu record em algum jogo e eu falava de Jogos Vorazes, depois falávamos de como as adaptações ficaram boas ou qualquer outra coisa assim.

CatherineOnde histórias criam vida. Descubra agora