Why Are You Here - Machine Gun Kelly
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2016 - 23:46 (Boate qualquer)
A noite estava uma merda, nada iria mudar meu humor, não adiantava quantas bebidas eu tomava, ou quantas bocas eu beijava, o fato de que fui demitida do meu emprego dos sonhos não iria mudar.
Tudo estava um caos, meu cachorro morreu, meu aluguel estava atrasado, eu não tinha nenhum familiar ou amigos por perto para me ajudar...
Isso que dá aceitar um cargo meia boca em uma empresa longe de casa, mas era o meu emprego meia boca dos sonhos. Cozinhar sempre foi importante pra mim, quando tive a oportunidade de entrar para uma empresa pequena de ramos alimentícios eu não perdi tempo, apenas fui, mas depois de uns meses a empresa faliu e agora estou aqui, gastando meus últimos centavos nessa mixuruca de boate que só toca música latina.
Eu já sentia minha bexiga estourando depois de alguns drinks, a fila do banheiro estava enorme, eu não iria aguentar esperar tanto tempo assim. É um absurdo ter apenas dois sanitários para mulheres nesse lugar, todos sabem que nós fazemos muito xixi quando bebemos e que não somos tão rápidas assim como os homens para nos aliviar.
Olho ao redor, procurando algum banheiro de funcionários, sempre tem um. Eu teria muita sorte se encontrasse um aberto. Vou passando pelas pessoas suadas e eufóricas tentando dançar no ritmo da música, mas a única coisa que eles conseguem é parecer com uma lagarta tentando sair da teia de uma aranha. Meu xixi estava saindo, eu conseguia sentir os pinguinhos fluindo pela calcinha quando finalmente acho o bendito do banheiro... Trancado.
Hoje o universo tá conspirando contra mim, só pode.
— Precisa de uma ajuda?
Ouço a voz de uma mulher logo atrás de mim, me viro para encará-la e me dou de cara com a dela, já que ela estava bem próxima para poder falar comigo direito por conta da música alta. Ela estava usando um uniforme, parecia uma funcionária do local. Só me faltava essa, ser pega por uma funcionária por estar tentando invadir o banheiro deles...
— Ah... É que...
— Tá tudo bem, não é a primeira vez. Vou te deixar entrar, mas só dessa vez, okay? Só não conta pra ninguém.
Eu dou o meu maior sorriso para ela e a mesma retribui com um pequeno, mas sincero sorriso. Eu queria agradecer mais a mulher que acabou de salvar a minha vida e a minha dignidade, mas a bexiga não tinha compaixão, então entrei correndo no banheiro já abaixando as calças e sentando no vaso.
O alívio foi tanto que cheguei a chorar. Quem chora fazendo xixi? Fiquei alí por alguns minutos, me aliviando e rindo de mim mesma. Mas minha paz logo foi descarga a baixo junto com meu xixi quando a porta se abriu em um piscar de olhos.
00:05
Era uma mulher diferente, mas com o mesmo uniforme. Tentei sorrir de leve, mas não recebi nenhum de volta. O momento estava meio constrangedor já que eu estava sentada no vaso com o restinho de xixi ainda saindo. Ela pareceu respirar fundo e fechou a porta, mas com ela ainda do lado de dentro comigo.
— Como entrou aqui?
Eu queria me levantar, mas eu precisava me secar, e fazer isso na frente dela seria vergonhoso. Tento olhar para ela de forma normal, como se eu não estivesse sentindo um vento vindo dos infernos batendo nas minhas partes baixas.
