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"Entregou-se tanto ao vício da luxúria que em sua lei tornou lícito aquilo que desse prazer, para cancelar a censura que merecia."
-Dante Alighieri

Eu sempre gostei de ir de metrô para a faculdade, me misturar e poder ouvir todo tipo de coisa. Todas as conversas estranhas, as gritarias, as músicas dos artistas de rua, e de brinde, Jimin matracando sem parar.

- Sua língua não cansa? Acho que falar tanto assim não é saudável, não pode ser.

- Você está mal humorado hoje, não é possível.

- Desculpe, pode continuar.

- Agora não estou mais no clima.- Disse cruzando os braços.

Eu amo o Jimin, mas é muito difícil acompanhar suas histórias, principalmente quando são amorosas.

- Desculpe, Jimin. Juro que vou prestar atenção, estava me falando sobre o brasileiro.

- Isso! Ele veio direto de uma reunião em NY para me ver, e agora eu não sei o que fazer.

- Mas você não estava com o italiano? Lulu... Luli, não lembro.

- Luca. Falou certo, estava.

- Como você consegue?

- Consigo o que?- Disse tirando os olhos do celular.

- Trocar de paixão tão rápido.

- V, alguns colecionam moedas e selos, eu coleciono homens.

Não consegui me segurar e comecei a rir daquilo. Por mais diferente que fosse, o estilo de vida do Jimin sempre me invejou um pouco. Eu nunca o vi sofrendo por amor, nunca tive grandes desilusão amorosas também, mas Jimin era um enigma.

Johnnie WalkerOnde histórias criam vida. Descubra agora