prólogo.

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Narrador POV

– Chega, Mariana! – Manoela gritou, fazendo a namorada se assustar com a atitude. – Já deu disso, eu estou cansada!

O cansaço emocional era aparente nas duas mulheres que tinham olheiras, por noites mal dormidas, a postura que indicava que algo estava errado ali: Manu se mantinha junta ao próprio corpo, enquanto Mari estava curvada e com os braços cruzados acima de seu peito. O choro estava preso na garganta de Manoela, já Mariana estava com as lágrimas rolando pelo seu rosto a tempo suficiente para seus olhos estarem vermelhos e seu rosto levemente inchado.

Gonzalez ameaçou se aproximar de Gavassi que apenas deu um passo para trás, o que fez com que Mariana parasse onde estava e suspirar fortemente. Nenhuma das duas aguentava mais aquela situação em que se encontravam, era desgastante estar ali, mas ambas se amavam demais para alguém dar o passo final do término, afinal cinco anos não eram cinco dias, nem cinco meses.

Manoela não percebeu quando as primeiras lágrimas rolaram por seu rosto, só pode notar que estava realmente chorando quando passou a mão por seu rosto, a garota não entendia como tinham chegado naquele estado. Sempre estiveram juntas, eram elas contra tudo desde os quinze anos e não fazia sentido para Gavassi como algo tão bonito e bem construído como a relação delas simplesmente tinha sua data de validade.

– Eu... – Sentiu sua voz falhar por conta do choro. – Eu estou indo embora, Mariana.

Encarou a maior esperando alguma fala que pudesse salvar as duas daquele pesadelo, mas o que ela não sabia era que sua namorada não conseguia falar nada, o choque e a confusão de todo o momento não estava a deixando raciocinar todos os momentos bons passavam pela cabeça dela e, de uma hora para outra, todos os momentos ruins, como uma tempestade de sentimentos.

– Eu te amo, Manoela. – Suspirou, limpando as lágrimas que insistiam em cair. – Por favor, fica.

Manu abraçou seu próprio corpo e negou com a cabeça, para que fazer isso ficar ainda mais difícil, ambas sabiam que amor não era o suficiente para salvar a relação delas, adiar o fim só faria mal para as duas mulheres que já se estranhavam.

– Não faz isso ficar mais complicado. – Gavassi suplicou em um sussurro

E, por fim, saiu fechando a porta do apartamento atrás de si. Finalmente conseguiu se permitir sentir todo o sentimento ruim que estava reprimido nela há meses, Manu soluçava do lado de fora do apartamento de, agora, sua ex-namorada, enquanto reunia forças para poder chamar o elevador e sair dali de uma vez por todas, mas como que diz adeus para um apartamento que também já foi seu, de todas as memórias boas construídas, como dizer adeus a uma paixão que parecia ter sido feita para cinema. A única coisa que elas pensavam naquele momento era como dizer adeus à um amor.

– Eu também te amo, Mariana. – Sussurrou para ela mesma antes de chamar o elevador com o intuito de sair daquela situação de uma vez por todas.

O que sobrou - rinu.Onde histórias criam vida. Descubra agora