Capitulo 1

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02 de fevereiro de 2016
(Copacabana)

Catarina

Hoje faz cinco anos que consegui entrar para a PF e o orgulho por essa conquista me faz acordar radiante. Daqui a pouco estarei no batalhão, vem coisa nova por ai segundo os comentários, então dedicarei um belo banho na banheira ao dia de hoje.

Me lembro como se fosse ontem o dia em que vi o resultado das provas, a minha felicidade depois de tanta dedicação. Lembro-me da primeira operação ao qual eu e minha equipe prendemos uma quadrilha de traficantes poderosa em São Paulo. Nessa época, meses depois eu e minha equipe fomos transferidos para o Rio, várias investigações estavam em processo e precisavam de uma segunda opinião, talvez até uma outra forma de trabalho.

E foi perfeito, eu sempre morei no Rio e quando fui para SP me cortou o coração ter que deixar minha mãe. Assim que voltei para minha cidade natal comprei um apartamento em Copacabana, fiz questão de financiar outro ao lado pra ela, e apesar de morarmos separadas ela vive mais aqui do que lá.

As lembranças me tomam por completo e decido ligar a música Umbrella da Rihanna enquanto sinto a água quente em minha pele.

Tomo meu banho demorado, hidrato minha pele e seco meu cabelo com o secador. Passo meu melhor perfume e visto o uniforme. Pelo reflexo que vejo do espelho, vejo a mulher que me tornei, forte, madura, independente e determinada. Meu pai sempre me elogiou pela garra que possuo com as coisas, de ir até  o fim no que acredito e no que quero, tento ao máximo nutrir isso a cada dia. Quando ele se foi, me deixou um legado e um caráter a seguir.

Saio do quarto e o cheiro de café invade meu nariz, me apresso até a cozinha e sou recebida com uma bela mesa recheada de fartura e um sorriso doce da minha mãe.

- Já estava indo te chamar Nina.

- Acordei tem um tempo, mas a senhora sabe como amo um belo banho pela manhã. - Sento-me com ela e desfruto de sua companhia enquanto faço meu desjejum.

- Esta animada para trabalhar hoje, em? Ultima vez que a vi radiante assim foi no seu primeiro dia.

- Acertou em cheio mamãe, hoje faz 5 anos que consegui entrar para a PF, sempre me sinto assim nesta data.

- E não tiro sua razão filha, lembro das suas noites estudando para as provas. - Ela acaricia meus cabelos. - Só toma cuidado viu, sei que é um trabalho perigoso.

- Sempre tomo mamãe. - Beijo sua mão.

Ao sair de casa tento inutilmente fazer minha mãe ir para casa descansar mas ela insiste em dar um grau na minha bagunça. Me despeço e entro em meu carro indo em rumo ao Departamento da PF.

Estaciono em frente ao prédio e já avisto Carlos descendo da sua moto. Mordo os lábios tentando conter meu sorriso ao lembrar das safadezas que fizemos a duas noites atrás. Fomos comemorar o aniversário de outro integrante da equipe - Samuca - e acabamos prolongando a noite em um motel.

Pego minha mochila e o alcanço até a entrada.

- Bom dia agente Hernandes.

Ele retira os óculos e o safado me olha de cima a baixo. - Bom dia agente Santorini. Ou devo dizer, agente fujona?

Sorrio tímida por lembrar que fui embora do motel enquanto ele dormia.

Detido ao amor Onde histórias criam vida. Descubra agora