Capítulo 1

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Eva

Eu não tenho nenhuma paciência para essas festas que meu pai costuma nos obrigar a frequentar. Não me envolvo nos negócios dele, então não consigo ver motivos para ter que confraternizar com seus amigos de trabalho.

— Que tédio. — Meu irmão resmunga ao parar do meu lago. — Quando o papai vai entender que não ligamos para essa merda toda?

— Acho que nunca. — Sorrio para Emerson, ele entende perfeitamente o meu sentimento com relação aos eventos do nosso pai.

— O que acha de fugirmos? Sei de uma festinha que está acontecendo não muito longe daqui.

— Por favor, Emerson, não inventa. Você sabe que esse evento é importante para o papai, precisamos segurar a onda.

— Merda! — Ele vira de uma única vez o copo de uísque. — Odeio tudo isso.

— Eva. — Ouço a voz do meu pai e giro o rosto na direção de onde me chama. — Quero te apresentar uma pessoa.

Meus olhos rapidamente focam no homem ao lado dele. Nunca o vi em nenhuma festa, mas pelo sorriso largo do meu pai, ele é alguém importante para os negócios.

O meu coração acelera de uma maneira estranha, o olhar que ele me lança faz minhas pernas fraquejarem.

O homem é alto, tem o corpo esguio, cabelos pretos, pele clara e veste um terno sob medida. O olhar dele é seguro, típico dos homens poderosos que sabem que podem possuir tudo o que desejam.

— Querida, esse é o Rogério Villa-Real, filho do Senador Arnaldo Villa-Real. Ele é um grande amigo e em breve seremos parceiros nos negócios. — Papai comenta exaltando a importância do homem a minha frente.

Como se eu ligasse para títulos. Meu pai é que ama status, para mim não faz diferença.

— Muito prazer. — Estendo a mão para ele encantada apenas com a sua beleza e sensualidade, sem me apegar ao fato dele ser filho de um Senador.

— O prazer é todo meu, Eva. — Ele se aproxima e beija meu rosto. — Você é linda — diz ao pé do meu ouvido, causando um intenso tremor pelo meu corpo.

Que homem charmoso.

— Esse é meu filho Emerson, ele está terminando a faculdade de direito. — Meu pai comenta com orgulho. — Assim que encerrar os estudos virá trabalhar comigo.

Rogério aperta a mão dele e os dois tem uma rápida conversa, em seguida sua atenção fica completamente em mim.

— Aceita tomar uma bebida comigo? — Ele é lindo, não será nenhum sacrifício passar um tempo ao seu lado enquanto bebemos algo.

— Claro. — Não posso perder a oportunidade de conhecer um pouco dele.

— Aproveitem bastante a festa. — Meu pai comenta empolgado e se aproxima de mim. — Ele gostou de você, seja educada, esse homem é importante para os nossos negócios. — Beija meu cabelo quando termina o seu alerta. — Divirtam-se.

O meu corpo esquenta quando Rogério toca a base da minha coluna e me guia em meio às pessoas do salão até que ele pega duas taças de champanhe e nos encaminha para a área externa da festa.

— E pensar que eu não viria na festa — comenta com um discreto sorriso. — Nunca me perdoaria se eu perdesse a oportunidade de te conhecer.

Fico extremamente sem graça com o seu olhar intenso, ele é diferente de todos os homens que costumo sair. Não tenho o hábito de me envolver com homens mais velhos, tenho apenas 22 anos e Rogério certamente já passou dos 30 anos, porém existe algo nele que me deixa estranhamente enfeitiçada.

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