Terceiro dia (O atraso)

4 0 0
                                    

O terceiro dia de aulas na nova escola tinha acabado e o terceiro estava a começar. Lisa sentia-se um pouco mais animada com o começo do dia pois iria ter Português, foi para escola e chegou relativamente cedo, apenas encontrando dois colegas seus à porta da sala. Quando tocou para o começo da primeira aula, quase toda a turma já se encontrava à frente da sala. No entanto, Addison encontrava-se no grupo dos que ainda não tinham chegado. No momento do toque ela tinha acabado de acordar. A adolescente entrou em pânico ao olhar para o seu relógio e ver as horas, teve de se apressar a vestir e a arrumar a mala e, com muita sorte, ela conseguiu chegar apenas dez minutos atrasada. Hesitando um pouco já à frente da porta da sala de aula, a adolescente respirou fundo tentando relaxar antes de bater à porta.

Addison: Desculpe... O atraso... Addison pediu ao professor de português, ainda a recuperar o fôlego. Posso... Entrar?

Professor de português: Menina Cooper está atrasada. Sabe o que isso significa certo?

Addison: Sim... Ela murmurou, engolindo a seco.

Professor de português: Muito bem então, cá para a frente. Ordenou.

Lisa seguiu a amiga com o olhar sabendo o que ia acontecer ali, chegar atrasada a qualquer aula implicava uma coisa, ser castigada à frente de todos, e isso nunca era uma coisa agradável, nem para a pessoa a ser castigada nem para os outros alunos da sala que tinham de ficar a assistir. Addison andou até à frente da sala de cabeça baixa, para junto do professor que já estava preparado, ela parou e olhou para o professor de português, nervosa com o que ia acontecer. O professor virou-se para a sua secretária pegando na régua e depois olhou de forma dura para a adolescente à sua frente.

Professor de português: Hoje vão ser trinta.

A adolescente mordeu o lábio pois queria pedir ao professor para ser menos, mas sabia que reclamar só iria ser pior. Devagar, ela estende a mão esquerda ao professor e fecha os olhos à espera do castigo.  Sem mais uma palavra e de forma dura, o homem bateu com a régua na mão da adolescente as tais trinta fezes que tinha dito. Durante todo o castigo, não se ouviu um barulho se quer na sala de aula a não ser a régua a bater na pele sensível da adolescente. Todos os olhos estavam postos nela, aqueles que já tinham estado naquela situação, todos eles em algum momento, sentiam pena da adolescente, porém existiam ainda alguns que agradeciam por não serem eles ali. Sendo a nova aluna na turma e na escola, e mesmo já tendo sido castigada na sua outra turma, Lisa não sentiu pena, ou não muita, apenas observando séria e de braços cruzados o professor a castigar a sua aluna de forma dura. Terminando as trinta reguadas o professor virou-se novamente para a sua mesa pousando a régua antes de se virar para a aluna.

Professor de português: Pode se sentar e espero que não se repetia menina Cooper.

Addison assentiu e regressou rapidamente para o seu lugar, mantendo o olhar baixo, envergonhada com aquela situação. Ela sentou-se no meu seu lugar e tirou as suas coisas. Depois olhou para o quadro, passando a mão ferida pela camisola, tentando aliviar a dor. Hazel apanhou o professor distraído a escrever no quadro e voltou-se para a melhor amiga.

Hazel: O que aconteceu? Ela sussurrou.

Addison: Deixei-me dormir, nada de mais... Disse de cabeça baixa.

Lisa: É o que acontece por viverem perto da escola. Murmurou mas para si do que para a colega ao seu lado. 

Addison: Isto raramente me acontece. Addison comentou, não olhando para Lisa, mas remexendo na mochila para tirar as coisas. 

A GuardiãOnde histórias criam vida. Descubra agora